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Entenda por que a taxa de prevalência da Covid-19 caiu no ES

Entenda por que a taxa de prevalência da Covid-19 caiu no ES

Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apresentou resultados da primeira fase do segundo inquérito sorológico com indicadores mais favoráveis

Publicado em 3 de agosto de 2020 às 16:44

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Data: 27/05/2020 - ES - Viana - Profissionais da saúde fazendo o Inquérito Sorològico no bairro Nova Bethânia , em Viana - Editoria: Cidades - Foto: Ricardo Medeiros - GZ
Nesta nova fase, o inquérito sorológico é realizado em 13 municípios capixabas. (Ricardo Medeiros)

Em coletiva na tarde desta segunda-feira (3), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) apresentou o resultado da primeira etapa do segundo inquérito sorológico que está sendo realizado em 13 municípios capixabas, apontando redução na prevalência da Covid-19 no Espírito Santo. A expectativa era de que houvesse um aumento no indicador, e o resultado diferente do esperado levantou uma série de hipóteses. 

Entenda por que a taxa de prevalência da Covid-19 caiu no ES

A prevalência é a proporção de casos de Covid-19 existentes na população no período pesquisado e, portanto, é natural que a cada investigação haja um aumento na taxa, cujo índice varia, com maior ou menor velocidade, a depender do ritmo da curva de transmissão da doença. 

O inquérito sorológico realizado no Estado faz projeções da prevalência a partir dos resultados do exame com as pessoas que são submetidas ao teste.

Na quarta fase do primeiro inquérito sorológico, o Espírito Santo apresentava prevalência de 9,6% e, agora, está em 6,52%. Na Grande Vitória, a redução foi ainda maior, passando de 11,5% para 7,29%. No interior, o índice ficou estável, oscilando de 4,4% para 4,25%. 

Os dados foram divulgados pelo secretário Nésio Fernandes que, na coletiva, reconheceu que o resultado surpreendeu a equipe da Sesa e, na última semana, técnicos do órgão e consultores externos fizeram uma análise detalhada para apresentar algumas possibilidades para a redução. 

A possível diminuição da prevalência, segundo Nésio Fernandes, pode estar relacionada às seguintes hipóteses:

  • a amostra encontrada nas casas nesta investigação ser diferente da que foi alcançada pelo primeiro inquérito, uma vez que houve recentemente flexibilização de atividades, como comércio e academias, e agora só estão em casa as pessoas que cumprem efetivamente o isolamento social;
  • a possibilidade de redução do quantitativo de anticorpos detectáveis no sangue das pessoas que apresentaram sintomas, após três meses do resultado positivo para a doença;
  • menos casos agudos circulando e a utilização no inquérito de um teste combinado de IgM e IgG (pool de anticorpos) pode ter impactado no resultado do teste (menos IgM positivos no pool ) – influenciando no resultado final da prevalência. O IgM é o primeiro anticorpo a aparecer, mas ele é um marcador temporário;
  • proporção maior de assintomáticos, que produzem menor quantidade de anticorpos detectáveis.

Diante do fato de que mais pessoas estão fora de casa, a Sesa está avaliando implementar o inquérito além da visita domiciliar. Na próxima etapa, ainda será mantida a metodologia atual, porém há uma perspectiva de levar a coleta do exame para outros pontos. 

"Estamos estudando fazer o inquérito de fluxo de pessoas para poder medir as diferentes projeções estatísticas nas ruas, nos parques, nos terminais, com o comportamento do inquérito já realizado em domicílio", aponta Nésio Fernandes. 

INQUÉRITO

Nesta primeira fase do novo inquérito, realizado de 27 a 29 de julho, foram feitos 8.374 exames, distribuídos pelos municípios de Afonso Cláudio, Alegre, Cachoeiro de ItapemirimCariacicaColatinaLinharesMarataízesNova Venécia, Santa Maria de Jetibá, São MateusSerraVila Velha e Vitória.

A cidade de Colatina, no Noroeste do Estado, foi a que apresentou a maior prevalência - 8,59% - e, na sequência, os quatro municípios da Região Metropolitana investigados: em Vila Velha foi de 8,27%; em Cariacica, 8,08%; na Serra, 7,29%; e em Vitória, 5,5%.

A estimativa populacional positiva, porém, teve o maior volume registrado na Grande Vitória, com Vila Velha no topo do ranking em projeção de mais de 40 mil infectados pelo coronavírus. Segundo a Sesa, o inquérito aponta que mais de 262 mil pessoas já teriam sido contaminadas em todo o Espírito Santo.

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