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Curado do coronavírus, capixaba é aplaudido ao deixar hospital nos EUA

Curado do coronavírus, capixaba é aplaudido ao deixar hospital nos EUA

Elizeu Santos, de 46 anos, ficou internado por 23 dias – parte na UTI – precisou de ventilação mecânica. "A gente começa a ressignificar a vida", disse

Publicado em 27 de abril de 2020 às 07:58

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  • Naiara Arpini

    Do G1 ES
Elizeu ficou 23 dias internado em hospital nos EUA após ser diagnosticado com Covid-19
Elizeu ficou 23 dias internado em hospital nos EUA após ser diagnosticado com Covid-19. (Mark Washburn/ Dartmouth-Hitchcock)

Depois de enfrentar os duros efeitos da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o capixaba Elizeu Santos, de 46 anos, protagonizou registros emocionantes feitos pelo hospital no momento em que recebeu alta nos Estados Unidos, onde mora atualmente. Já em casa, ele tem compartilhado a rotina de recuperação e conta como a fé e a família foram importantes aliados contra a doença. “Esse vírus é real, não é uma brincadeira. Eu não só passei pela Covid-19, mas sobrevivi”, disse.

Elizeu nasceu no bairro Aribiri, em Vila Velha, mas há cinco anos vive com a esposa e os filhos em Nashua, no estado de Nova Hampshire.

Ele atua como técnico de manutenção e pastor da Igreja do Evangelho Quadrangular. Com a chegada do vírus e o aumento do número de casos, vieram as recomendações de isolamento social, mas Elizeu precisou continuar trabalhando e acabou se tornando mais um número na estatística de infectados.

“O vírus foi muito violento. Cheguei na UTI, fui ventilado, não lembro como cheguei, sei que comecei a buscar a respiração e não conseguia respirar. Mesmo eu não sendo do grupo de risco, aconteceu comigo e me atingiu da pior forma possível”, contou.

Elizeu ficou 23 dias internado em hospital nos EUA após ser diagnosticado com Covid-19(Mark Washburn/ Dartmouth-Hitchcock)

INTERNAÇÃO E TRATAMENTO

Elizeu lembra que foram 23 dias de internação entre UTI e quarto, com passagem por dois hospitais. “Tive momentos de crise pulmonar com dores terríveis, mas fui me levantando e me recuperando”, lembrou.

Em uma publicação feita nas redes sociais, o hospital onde as fotos foram tiradas explicou que Elizeu chegou à unidade no dia 2 de abril, precisando de tratamento intensivo e ventilação mecânica. Lá, ele passou nove dias na UTI, apresentou melhora e pode ser transferido para outro setor, onde começou outra fase do tratamento para voltar às atividades normais.

Para ele, a parte mais difícil desse processo foi ficar longe da família e reaprender funções básicas. “Ficamos sozinhos, sem família, sem ninguém. Os enfermeiros chegam sempre com máscara, você não sabe quem é quem. Depois dos cinco dias, respondi bem, fui ao apartamento [quarto do hospital], fazendo recuperação, fisioterapia, para voltar às ações normais. A gente fica muito fraco, tem que aprender a voltar a respirar, uma série de exercícios”, disse.

ALTA

A notícia de que estava curado e poderia sair do hospital chegou no dia 17. Ao deixar o quarto, o capixaba se deparou com parte da equipe médica comemorando a recuperação. Os registros captaram a emoção do paciente e dos profissionais.

“A alta foi o melhor dia da minha vida. Quando eu saí, todos os enfermeiros perfilados, aplaudindo, me filmando. Foi muito legal, foi um momento muito especial. Eles registraram tudo, colocaram na página que eles têm no Facebook e na internet. O encontro com a família foi o mais importante. Família é tudo, eu não teria sobrevivido se não fosse minha esposa, meus filhos e meus irmãos no Brasil que oraram muito comigo”, contou.

Depois de sair vitorioso da faceta mais perigosa da doença, Elizeu alerta para a necessidade de seguir os protocolos recomendados pelos órgãos de saúde.

“Esse vírus é real, não é uma brincadeira. Eu nunca tratei como brincadeira e, mesmo assim, acabei pegando. Não esperem acontecer, se protejam. Que vocês possam considerar o que estão falando a respeito das medidas de segurança: afastamento social, usar máscara, ter cuidado com a limpeza, não estar em lugares aglomerados. Precisamos ter criatividade para ter um estilo de vida até que isso tudo passe”, explicou.

Para Elizeu, a experiência trouxe uma forma diferente de enxergar a vida e o dia a dia. “A gente começa a ressignificar a vida, e ver que de repente aquilo que você estava fazendo não era tão relevante assim. Você começa a pensar em fazer da sua vida algo melhor. Meu relacionamento com Deus melhorou, com certeza a minha história com a minha família é outra. Estamos tentando tirar o melhor disso tudo”, disse.

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