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Covid-19: mais de 200 profissionais da segurança estão afastados no ES

Covid-19: mais de 200 profissionais da segurança estão afastados no ES

Os dados são da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). Polícia Militar e Bombeiros anunciam o que já foi feito para proteger a tropa

Publicado em 26 de maio de 2020 às 15:46

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Policial civil em ação: operações vão continuar
Policiais civis estão afastados por causa do coronavírus. (Arquivo)
Covid-19: mais de 200 profissionais da segurança estão afastados no ES

Responsáveis por um serviço considerado essencial, 212 agentes da segurança pública do Espírito Santo estão afastados de suas funções por causa do novo coronavírus. De acordo com dados da Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), as vítimas são 165 policiais militares, quatro bombeiros e 43 policiais civis. 

A Polícia Civil contabiliza 28 casos suspeitos e 15 confirmados. Desse total, 43 estão afastados e 11 pacientes já foram curados. Na Polícia Militar, são 134 pacientes com suspeita de contaminação e 31 confirmados. Ao todo, 165 militares estão fora dos seus postos de trabalho. A corporação conta com 44 curados.

 No Corpo de Bombeiros foram registrados quatro casos suspeitos e o mesmo número de profissionais afastados.  Segundo a Sesp, 12 militares da Corporação foram infectados, mas já estão curados.

  • Efetivo das corporações :

  • Polícia Militar: 8.200
  • Corpo de Bombeiros: 1.400
  • Polícia Civil: 2.100

De acordo com o governo do Estado, um óbito foi registrado na Polícia Militar. No domingo (24), o soldado Jean Zanon Venturim Ronconi, de 29 anos, morreu vítima da Covid-19. Ele era lotado no 7º Batalhão de Cariacica

Nesta terça-feira (26), a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) contabilizava mais de 10 mil casos confirmados e mais de 400 mortes provocadas pelo novo coronavírus no Espírito Santo.

O presidente da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar (ACSPMBM), Jackson Eugênio Silote, disse que Jean não apresentava histórico de comorbidades. O jovem atuava na Força Tática da corporação. Segundo Jackson, dois militares da reserva também morreram após contraírem a Covid-19. A afirmação foi exibida nesta terça-feira (26) durante entrevista concedida ao  ESTV1, da TV Gazeta.

Aspas de citação

Existe uma preocupação dos nossos profissionais de acabar sendo hospedeiros, levando o vírus para suas residências e seus familiares. Nós estamos acompanhando. No início, a gente teve uma grande dificuldade na entrega dos EPIs, mas hoje a entrega tem sido mais sistemática

Jackson Eugênio Silote
Presidente da Associação de Cabos e Soldados
Aspas de citação
Cabo Eugênio Silote, da Polícia Militar. (Reprodução/TV Gazeta)

COBRANÇA

Para cobrar ações da Polícia Civil, um grupo formado por associações e sindicatos que representam investigadores, peritos e delegados encaminhou um ofício ao delegado-geral no dia 13 de maio. No documento, a categoria cobra a realização de testes dos profissionais da segurança, o fornecimento dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e alcool em gel 70%. 

O presidente da Associação dos Investigadores do Estado do Espírito Santo (Assinpol), Júnior Fialho, disse que há profissionais trabalhando na incerteza de estarem ou não contaminados.

“Temos vários profissionais que estão contaminados com Covid-19 e não estão conseguindo fazer testes, não estão recebendo os equipamentos de proteção adequados. Não tem nem máscara na Polícia Civil para distribuir para todos os policiais. Compraram  seis mil máscaras, mas só agora que estão chegando. Olha quanto tempo que começou a pandemia”, observou.

Fialho disse que a Assinpol comprou 500 máscaras de tecido nesta segunda-feira (25). O material de proteção será entregue durante a semana. Se houver recursos financeiros, uma nova remessa do produto será comprada no próximo mês. 

“Hoje eu te digo que a delegacia não é um local seguro para o cidadão ir devido à falta de testes para os policiais. Na Delegacia Regional de Colatina tem mais de seis policiais afastados”, explicou.

Além da Assinpol, também assinaram o ofício a Associação da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo (APCES), Associação dos Delegados de Polícia do Espírito Santo (Adepol-ES), Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado do Espírito Santo (Sindepes), Sindicato dos Peritos Oficiais do Estado do Espírito Santo (Sindiperitos).

Assinpol vai distribuir 500 máscaras de tecido para policiais do ES. (Júnior Fialho)

O QUE DIZ A POLÍCIA CIVIL

O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, informou que desde março foram entregues 10 mil máscaras cirúrgicas, mil máscaras modelo N95 para Serviço de Perícia, cinco mil luvas, 200 escudos de proteção “safe shield”, ambas para Perícia e demais policiais, além de 100 óculos de proteção. Segundo ele, os sindicatos e associações têm ciência das ações adotadas pela polícia.

“Desde o início da pandemia nós tomamos todos os cuidados para manter os policiais com os EPIs necessários. No início de tudo, o mundo, o Brasil e o Espírito Santo não estavam preparados para a pandemia. Além das máscaras, já distribuímos 3.200 frascos de álcool em gel 70% e 1.700 litros de álcool líquido 70%. Temos hoje mil litros de álcool em gel 70% em estoque para toda a polícia”, garantiu.

Arruda:
Delegado-geral da Polícia Civil fala das ações da instituição no combate à pandemia. (Facebook de José Darcy Arruda)

De acordo com o Arruda, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) vai enviar nesta semana 78 mil máscaras cirúrgicas, 966 máscaras N95, 795 caixas de luvas, 3.100 frascos de álcool em gel (500ml) 70 óculos de proteção, 696 unidades de toucas descartáveis e 696 aventais descartáveis.

“Estamos recebendo, numa tratativa com a Sesa, duas mil máscaras N95, quatro mil máscaras cirúrgicas e mil óculos de proteção. Esse material vai ser distribuído a partir de hoje (terça-feira). Estamos comprando, com recurso próprio, mais 15 mil máscaras cirúrgicas, que devem chegar nas próximas semanas”, disse.

Em relação aos testes, Arruda informou que a Polícia Civil recebeu 240 kits para testagem dos servidores. A testagem é feita em policiais - peritos ou de outras unidades - que apresentem sintomas há pelo menos oito dias. De acordo com a polícia, conforme forem sendo disponibilizados mais testes, eles serão realizados nos demais integrantes da instituição.

Arruda garantiu que as delegacias e demais unidades policiais estão sendo higienizadas conforme convênio firmado com as prefeituras dos municípios onde elas estão instaladas. Além disso, o delegado-geral destacou a ampliação dos serviços da Delegacia Online. Só não são aceitos registros de homicídios, sequestros, estupros e furtos e roubos de veículos. O cidadão pode registrar um Boletim de Ocorrência sem sair de casa acessando o site delegaciaonline.sesp.es.gov.br. 

O QUE DIZ A POLÍCIA MILITAR

A Polícia Militar informou que comprou e distribuiu 6.400 máscaras de tecido ao efetivo operacional. A previsão é distribuir 100 mil máscaras na próxima semana. A corporação afirmou que também recebeu 750 escudos de proteção facial (face shield) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).  Com 35 termômetros digitais doados pela Secretaria de Saúde, a PM identifica a temperatura dos militares que assumem os serviços nas companhias e batalhões.

“Foram recebidas doações de álcool, totalizando 8 mil litros em líquido e 13,2 mil litros em gel, que estão abastecendo todas as unidades da PM. Sobre luvas, foram adquiridos em março 24 mil pares. Além disso, recebemos doação de 14 mil pares da Sesa, além de uma doação da Arcellor Mittal de 65 mil pares. Todos foram distribuídos para a Corporação”, informou nota da Sesp.

Coronel PM Douglas Caus
Coronel Douglas Caus, comandante da PM do ES. (Helio Filho/Secom)

Em entrevista exibida nesta terça (26) no ESTV1, da TV Gazeta, o comandante da PM, coronel Douglas Caus, disse que o Hospital da Polícia Militar (HPM) recebeu 37 profissionais de saúde como reforço no atendimento da unidade. O hospital funciona 24 horas por dia e realiza procedimentos de baixa e média complexidade. Os casos mais complexos são encaminhados para o Hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra.

“Assim como os profissionais de saúde, a tropa da PM está na linha de frente. O militar está recebendo o seu equipamento de segurança.  Como é um serviço essencial, não pode parar e as operações vão continuar”, garantiu o oficial.

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