Luiz Gustavo Leocádio inaugurou uma  fazenda urbana, na Praia do Canto, em Vitória, a Cooltiva
Luiz Gustavo Leocádio inaugurou uma fazenda urbana, na Praia do Canto, em Vitória, a Cooltiva. Crédito: Cooltiva/Divulgação

Fazendas saem do campo para a cidade e conquistam espaço na Grande Vitória

Já comuns na Europa e nos EUA, “fazendas urbanas” têm atraído empreendedores, que apostam nessa forma de produção, geralmente orgânica

Tempo de leitura: 3min
Publicado em 03/07/2022 às 08h30

Siumara Gonçalves

Já imaginou ter uma produção de tomates ou comprar alface colhido na hora no meio da cidade? Essa cena, que já acontece em países da Europa e nos Estados Unidos, por exemplo, vem se tornando uma realidade no Espírito Santo.

Nos últimos anos, por todo o mundo, diversas iniciativas vêm sendo estudadas em laboratórios e levadas a campo ou, melhor dizendo, à cidade, com o objetivo de tornar a agricultura mais rentável e também controlada, ou seja, sem impacto ambiental ou interferência do clima.

Esses métodos estão revolucionando a maneira como pensamos o agro e criando verdadeiras fazendas urbanas.

Tradicionalmente, na hora de produzir alimentos é preciso pensar em alguns fatores essenciais. Entre eles , estão ter uma área grande com terra fértil, muita água, sol moderado e até mesmo um pouco de fé para que as mudanças repentinas do clima não destruam todo o trabalho de um ano.

Com as chuvas irregulares, a falta de água, o aumento das temperaturas, além da escassez da mão de obra no campo, as fazendas urbanas se tornam uma alternativa inovadora e alinhada ao novo momento que a agricultura vive com o uso de mais tecnologia para aumentar a sua produtividade.

Luiz Gustavo Leocádio inaugurou uma  fazenda urbana, na Praia do Canto, em Vitória, a Cooltiva
Cooletiva produz hortaliças livre de defensivos agrícolas. Crédito: Cooltiva/Divulgação

Uma forma de cultivo que já ganhou adeptos no campo e está chegando à cidade é a hidroponia. Esse plantio consiste em uma técnica de cultivar plantas sem o uso da terra. Nesse caso, as raízes recebem uma solução nutritiva na água. Por meio dela é possível “plantar” hortaliças como alface e rúcula.

O engenheiro e proprietário da Cooltiva, Luiz Gustavo Leocádio, inaugurou no início deste ano uma dessas “fazendas”. Ele conta que morou durante 15 anos no Rio de Janeiro e lá já tinha esse tipo de iniciativa. Quando ele e a esposa, Hanna, voltaram para o Espírito Santo, além de encontrarem poucas opções de orgânicos frescos, acabaram conhecendo o modelo de fazendas urbanas hidropônicas.

“Esse é o futuro da agricultura, a busca por tecnologias para se produzir mais. Quando descobri que poderíamos montar uma estufa e plantar alimentos de qualidade dentro da cidade, foi meio que um caminho sem volta. Fizemos a estufa e, na frente, um mercadinho. Não usamos nenhum tipo de agrotóxico na produção das hortaliças”, conta.

Ele ainda explica que tanto quem vai até a loja, localizada na Praia do Canto, em Vitória, quanto quem pede pelo delivery, compra as hortaliças colhidas na hora. “A planta chega mais fresca na casa do cliente, tem mais sabor e dura mais”, explica.

Leonardo Zanetti produz tomatinhos no terraço de casa. Crédito: Leonardo Zanetti/Facebook/Reprodução
Leonardo Zanetti produz tomatinhos no terraço de casa. Crédito: Leonardo Zanetti/Facebook/Reprodução

Já o policial e biólogo Leonardo Zanetti produz tomatinhos no terraço da sua casa no Morro do Quadro, em Vitória. Ele lembra que começou o cultivo em junho de 2019. Seu primeiro contato com a agricultura foi com seus familiares, que são agricultores. Já na universidade conheceu muitas técnicas de cultivo e até execução de plantios.

Com o passar do tempo, ele aprimorou a técnica de cultivo e manejo de tomates e, com isso, conseguiu uma maior produção. A colheita dura seis meses do ano. Leonardo conta que já chegou a colher 75 quilos em uma semana, mas em média são 50 quilos semanais.

Seu principal mercado é o consumidor final, fazendo a entrega diretamente. “Quem quiser produzir na cidade precisa, inicialmente, estudar o assunto, fazer contato com produtores da cultura em foco, planejar e executar em pequena escala para adquirir experiência”, aconselha.

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