Já são sete anos sem eventos. Por todo esse tempo, não houve aplausos, risos, choro ou encantamento no Teatro Carlos Gomes. Reinou o silêncio, interrompido apenas pelo som típico de um local em obras, em meio à restauração realizada nos últimos dois anos. Nesse período, as emoções ficaram restritas às boas recordações de quem já teve o prazer de frequentá-lo, como definiu a escritora Bernadette Lyra, em artigo em A Gazeta. Agora, enfim, as cortinas do palco vão reabrir. A vida cultural capixaba recupera um espaço que jamais deveria ter ficado tantos anos parado. Ganham a classe artística, o público e também o Centro de Vitória, por todo o simbolismo que carrega o teatro.
A reabertura está prevista para a segunda quinzena de novembro, como informou o secretário de Estado da Cultura, Fabrício Noronha, a Hz. Haverá um show na Praça Costa Pereira, seguido pela entrega do teatro para a população, que poderá ver como ficou a restauração do local.
Espera-se que, a partir daí, o palco e os 450 lugares do teatro mais importante do Espírito Santo não fiquem mais vazios. É preciso garantir uma agenda de espetáculos culturais que devolva ao Carlos Gomes o brilho dos tempos áureos. Assim, todo um ecossistema ligado às artes estará sendo movimentado. E um novo público também poderá ser formado, juntando-se àquele que hoje encontra-se carente em função do longo fechamento da casa.
O ressurgimento do Carlos Gomes é também mais um ato para a sempre desejada revitalização do Centro de Vitória. Trata-se de mais um equipamento que poderá garantir a circulação de pessoas na região, esvaziada nas últimas décadas pelo fechamento de lojas e escritórios e a mudança de moradores e profissionais para outros bairros da Capital.
Iniciativas recentes vêm buscando a recuperação do Centro, como o retorno de órgãos públicos para prédios que estavam desocupados na região. A reinauguração do reformado Mercado da Capixaba, também histórico, desponta como mais um atrativo. Assim como os armazéns do Porto de Vitória, que estão sendo restaurados para virarem espaços de exposições e espetáculos, polo gastronômico e centro de ensino.
Tanto o Teatro Carlos Gomes quanto esses outros espaços são aparatos que, além de funcionarem como polos de diversão e lazer, também podem proporcionar acesso à cultura a mais pessoas. Têm o potencial de desenvolver a sensibilidade e fortalecer a cidadania. E dão novo vigor ao Centro, que só tem a ganhar com cada novo elemento que traga vida e faça novamente pulsar a região.
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