O que se espera, com bastante ansiedade, é que uma nova página esteja começando a ser escrita após o leilão que marcou o fim do processo de repactuação de contrato da BR 101 no Espírito Santo e sacramentou a permanência da concessionária, rebatizada de Ecovias 101. Um entusiasmo comedido, sem dispensar a atenção da sociedade.
Desde 2018, A Gazeta fez 39 editoriais com o termo "BR 101" no título. Não necessariamente abordando problemas relacionados à concessão, mas quase sempre tratando de assuntos graves, como tragédias automobilísticas. O que, no frigir dos ovos, também se relacionava diretamente com a necessidade de aprimoramento da infraestrutura viária, mesmo que em tantos casos os acidentes ocorram por imprudência e negligência de motoristas.
A concessão, com a então chamada Eco101, desde 2014 foi cercada de complicações na duplicação, o carro-chefe das atribuições da concessionária. Tantos que, em 2022, pouco após a devolução do contrato à União, a então repórter Vilmara Fernandes conseguiu reunir 101 problemas em uma única reportagem. O licenciamento do trecho norte, emperrado pela impossibilidade legal de obras na reserva de Sooretama, puxava a carroceria cheia de outros entraves, como as discussões sobre os pedágios.
E a consequência de tudo isso foram os atrasos nas entregas. A informação mais recente é de que, dos 478,7 quilômetros da via, 116 foram efetivamente duplicados pela concessionária desde 2014.
O contrato é novo, apontado por quem entende como mais moderno. Estão previstos R$ 10 bilhões em investimentos pela empresa com a execução de obras e operação da via. Nem toda a extensão da BR 101 será efetivamente duplicada, por conta dos impedimentos ambientais, e a promessa é de que as obras serão aceleradas nos próximos três anos. É preciso confiar nos compromissos, mas estar preparado para cobrar caso as entregas não cumpram o cronograma. Afinal, o pedágio continuará sendo pago religiosamente pelo usuário.
O desejo de todo capixaba que acompanha essa novela é de que a concessão tenha sucesso, porque os resultados virão para todos na forma de mais segurança viária para quem trafega pela BR 101, seja para se locomover, seja para fortalecer a economia do Espírito Santo com o tráfego de cargas e com o turismo. E que não seja mais necessário usar este espaço para tantas cobranças por um bom tempo.
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