Talvez a única certeza possível quando se fala dos caminhos a serem tomados para fortalecer o Espírito Santo como destino turístico seja fazer diferente do que foi feito até agora. Há décadas se discute o potencial econômico do setor em terras capixabas, mas definitivamente as estratégias não funcionaram.
Ainda somos amadores e isso precisa mudar. Há algumas ilhas mais próximas da excelência, como a região das montanhas, com avanços a olhos vistos, mas no geral ainda se carece de estrutura hoteleira, recursos humanos qualificados e, sobretudo, organização nos receptivos.
Neste mês, a revista Viagem e Turismo, que é referência no setor, publicou reportagem mostrando os encantos das praias de Anchieta, a vizinha menos conhecida da movimentada Guarapari. Ora, é mesmo importante ampliar as lentes para o que o Estado tem a oferecer de melhor, e Anchieta, que ainda tem um conjunto histórico e arquitetônico relevante a mostrar para o mundo, é certamente um desses casos. E não é o único. Tanto que a própria Viagem e Turismo também trouxe matéria sobre as atrações de Alfredo Chaves, com destaque para as cachoeiras de Matilde.
Divulgação é fundamental, e na era das redes sociais o que ajuda a movimentar o turismo são as boas experiências nelas retratadas. O turismo no Espírito Santo precisa ser capaz de construir essas memórias aos seus visitantes, que se empolgarão ao indicar as terras capixabas como destino turístico. Beleza naturais nós já temos de sobra, o que falta é aquele diferencial que faça uma viagem ao Espírito Santo ser algo desejado. Isso se constrói com estratégia.
Um artigo publicado em A Gazeta nesta segunda-feira (23) mostrou que há muita gente pensando seriamente na consolidação do turismo como pilar econômico, com planejamento estratégico. "No Espírito Santo, sua integração com segmentos como o agronegócio, a economia criativa e os serviços podem ampliar a base econômica e reduzir a dependência de setores extrativos", escreve José Antonio Bof Buffon, secretário-executivo da Câmara Empresarial do Turismo. E isso é importante para viabilizar uma guinada, com um turismo mais profissional.
"O turismo tem a peculiaridade de ser uma espécie de exportação na qual o importador vem buscar o serviço junto ao fornecedor, o que gera incremento da renda e do emprego e a concomitante arrecadação dos impostos na origem", também argumenta. Com a reforma tributária acabando com os incentivos fiscais, é dessa forma que o turismo se tornou uma saída estratégica.
Vale se inspirar na publicação da Viagem e Turismo ao destacar a bela Anchieta (sem jamais se esquecer da badalada Guarapari): ter em mente novos caminhos e estratégias para fazer o turismo capixaba deslanchar. Às vezes a ideia que pode mudar um cenário está logo ao lado.
Mesmo nas pequenas atitudes, como na do piloto da Gol que deu uma verdadeira aula sobre o Espírito Santo em um voo. "Foi aplaudido em mais de uma oportunidade pelos passageiros. Um espetáculo, parecia guia turístico”, disse um passageiro à coluna de Leonel Ximenes.
LEIA MAIS EDITORIAIS
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta.