Confusão, rojões e adolescente baleada: motoboys passaram de todos os limites

Não foi um protesto, foi uma afronta à lei e à ordem, tumultuando a vida dos moradores de Rosa da Penha, em Cariacica

Publicado em 27/06/2025 às 01h00
Adolescente é atingida por bala perdida em academia durante protesto de motoboys
Adolescente é atingida por bala perdida em academia durante protesto de motoboys. Crédito: Câmera de segurança

Fica até difícil de explicar como um desentendimento entre um motoboy e mulheres que compraram marmitas de um restaurante tenha escalado a ponto de uma adolescente acabar vítima de bala perdida. É tudo tão sem sentido, que saber quem tinha ou não razão na discussão deixa até de ter importância. As cenas de motoboys reunidos embaixo do prédio, arremessando rojões ao som de buzinas e motores, são aterrorizantes por mostrarem uma falta de limites criminosa. Pessoas que parecem capazes de tudo, e isso é sempre  assustador.

Não foi um protesto, foi uma afronta à lei e à ordem, tumultuando a vida dos moradores de Rosa da Penha, em Cariacica. Foi uma tentativa de justiçamento e revide, por uma discussão que poderia ser deixada para lá ou levada à polícia, no pior dos casos. A rua não é espaço para arruaça porque um ou outro se sentiu ofendido por quem quer que seja. Se for assim, estaremos a um passo da selvageria.

Não bastassem as cenas de terrorismo dos motoboys diante da residência das clientes, um tiro foi dado e acabou atingindo uma adolescente dentro de uma academia. Mais uma vez, uma violência flagrada pelas câmeras de videomonitoramento, nesse caso, particulares. Assistir à jovem caindo ao sentir o projétil em sua perna expõe a sua vulnerabilidade em uma situação na qual qualquer pessoa imaginaria estar em segurança: dentro de uma academia, com outras pessoas, praticando atividades físicas.

As pessoas não podem passar a ter medo o tempo todo, porque grupos se acham no direito de resolver seus problemas na base da gritaria e da imposição do medo. Há outras formas de resolver as discordâncias ou litígios. E as pessoas ao redor não têm nada a ver com isso.

As investigações devem mostrar de onde partiu o tiro que atingiu a adolescente, uma vítima dessa desordem sem sentido que se instalou, por azar, perto da academia que ela escolheu frequentar. A punição aos envolvidos deve ser exemplar, para que situações assim não se repitam. 

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