Auxílio-feira e tudo que envolve dinheiro público: papel da imprensa é vasculhar mesmo

Toda oportunidade vale para reforçar que as informações sobre o uso do dinheiro público por prefeituras e câmaras municipais são igualmente públicas

Publicado em 10/12/2025 às 01h00
Município de Venda Nova do Imigrante, na Região Serrana do Espírito Santo
Município de Venda Nova do Imigrante, na Região Serrana do Espírito Santo. Crédito: Divulgação/Prefeitura de Venda Nova

Toda vez que A Gazeta divulga reportagens que expõem os atos do poder público, em especial aqueles relacionados à gestão dos recursos públicos, o que está sendo colocado em prática é a própria razão de ser do jornalismo: munir a população com as informações que permitam a ela o exercício do controle social.

É essa a motivação de trazer a público um projeto de lei da Prefeitura de Venda Nova do Imigrante, enviado à Câmara de Vereadores, com a concessão de auxílio-feira e outros benefícios ao prefeito, ao vice, aos secretários municipais e ao chefe de gabinete. Assim como motivou mostrar que vereadores de diferentes municípios, como IrupiSanta Teresa e Nova Venécia, estavam com projetos em tramitação para a criação de auxílio-alimentação. Não é perseguição a uma cidade, é transparência em todos os casos em que os gastos podem ser colocados em xeque. Afinal, quem paga a conta é a população.

O prefeito de Venda Nova, Dalton Perim (Republicanos), em entrevista a uma rádio local, se enganou duas vezes: a primeira quando disse não acreditar que "uma empresa  igual à Gazeta vai ficar vasculhando coisas em Câmara de Venda Nova", porque, sim, foi dessa forma que a reportagem conseguiu as informações sobre o projeto de lei. A segunda, quando complementou que "se não, vasculharia em outras também", porque fez o mesmo procedimento nas demais publicações.

A imprensa se vale de leis e protocolos que tornam a transparência obrigatória, não um favor. Os jornais acabam servindo como um megafone para informações que, de qualquer forma, já necessariamente devem estar à disposição dos cidadãos. O salário de prefeitos, por exemplo, deve estar disponível em portais de transparência. Assim como as proposições legislativas devem estar divulgadas nas páginas das câmaras de vereadores na internet. A imprensa amplifica o que já deve ser obrigatoriamente público.

O jornal é um aliado do interesse público. Nenhum gestor público deve se assustar ou se ofender quando jornalistas cumprem seu papel de dar publicidade àquilo que pode vir a se tornar mais uma despesa, já que o dinheiro para bancar esses benefícios sai do bolso de cada contribuinte. A imprensa não pode parar de vasculhar.

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