Divino de São Lourenço é um município de 5.083 habitantes, de acordo com o Censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), localizado na Região do Caparaó do Espírito Santo. O eleitorado, segundo informações atualizadas do site do Tribunal Regional Eleitoral, é de 4.835 eleitores, o menor do Estado.
Nem por isso deixam de ser graves as denúncias de transferência ilegal de títulos de eleitores em troca de benefícios, o que motivou a operação deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (4). Não há ainda muitas informações, nem mesmo quem eram os alvos, mas a PF informou que foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão em residências no município e nas cidades de Guaçuí, Alegre e Vila Velha. Não houve prisões.
Movimentações suspeitas com a finalidade de fraudar o processo eleitoral devem mesmo ser alvo de apuração, e municípios com uma população tão pequena quanto Divino de São Lourenço não podem escapar dessa regra e ficar de fora do campo de visão das autoridades. É quando há sombras que os crimes se proliferam.
Não se sabe ainda como funcionaria o esquema ilegal, mas a transferência de títulos com favorecimentos como moeda de troca é um clientelismo que já passou da hora de ser erradicado do país. Quanto mais fiscalização, menores são as chances de se consolidar. É a própria democracia que se fortalece quando as instituições se mostram presentes, mesmo em municípios com um eleitorado diminuto.
O ano de 2026 terá mais uma jornada eleitoral, com a escolha de deputados estaduais e federais, senadores, governadores e presidente. Mas o enfrentamento dos possíveis crimes eleitorais, para ser efetivo, tem de ser permanente, não somente em anos eleitorais. As denúncias de corrupção eleitoral, falsidade ideológica eleitoral e transferência irregular de eleitores investigados por esta operação da PF ajudam a combater tudo o que possa violar a integridade eleitoral e a manter a credibilidade do pleito, o que é essencial para a saúde democrática do país.
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