A queda foi considerável demais para não ser celebrada: entre 2023 e 2024, 167 mil pessoas saíram da pobreza no Espírito Santo. Um verdadeiro exército superou a renda mensal de aproximadamente R$ 694, a linha de pobreza estabelecida pelos critérios do Banco Mundial, se aproximando de uma vida mais digna.
Avanço também registrado pela Síntese dos Indicadores Sociais, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se deu na faixa das pessoas consideradas na extrema pobreza, aquelas que vivem com R$ 218 por mês. Entre 2023 e 2024, 37 mil pessoas saíram dessa situação no Estado.
Essa mobilidade social é civilizatória, principalmente depois do período pandêmico, quando o abismo parecia intransponível. Em 2022, as estatísticas apontavam que 1,1 milhão de pessoas eram consideradas pobres no Espírito Santo, e 394 mil estavam na extrema pobreza, sem acesso a comida para se alimentar todos os dias.
Desde então, sobretudo a redução da pobreza, de acordo com o IBGE, se baseou no maior dinamismo do mercado de trabalho, mas também pela manutenção dos benefícios sociais, que tiveram impacto ainda maior na queda da extrema pobreza. Assim, em 2024, 761 mil pessoas estavam na faixa da pobreza e 74 mil na extrema.
Esses números mais recentes acabam dando tanto a perspectiva do copo meio cheio quanto a do copo meio vazio: é incontestável que a redução da pobreza é relevante e deve ser comemorada, tanto aqui quanto em nível nacional. Mas o desafio permanece, e esse é o copo meio vazio: são mais de 800 mil pessoas ainda em situação de vulnerabilidade social, com uma renda que em muitos casos não garante o mínimo de dignidade.
O combate à pobreza precisa ser a prioridade de governantes e legisladores deste país; os avanços são significativos, mas ainda distantes do ideal. A construção de um país que auxilia quem tem necessidade, mas também estimula a autonomia financeira é o que vai garantir copo cheio para todos.
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