Publicado em 23 de fevereiro de 2021 às 12:26
- Atualizado há 5 anos
Após a intervenção de Jair Bolsonaro na Petrobras, com a demissão de Roberto Castello Branco do comando da petroleira, o mercado passou acreditar que o movimento do presidente da República pode levar a mudanças na política de preços. >
No entanto, mexer na forma que a petroleira define o valor dos combustíveis a ser aplicado pelas refinarias aos distribuidores não é uma tarefa simples, e vai esbarrar na Leis das Estatais e também no estatuto, que regulamenta a gestão da empresa.>
Qualquer mudança vai depender, primeiramente, de aprovação do conselho. E este terá que levar em conta se a medida adotada será capaz de causar danos aos investidores, como ocorreu no passado, em 2013, quando o preço dos combustíveis foi represado no momento em que o petróleo estava em forte valorização no mercado internacional. >
Com isso, a Petrobras levou prejuízo ao importar o produto e vender aqui mais barato. O resultado disso foi a companhia altamente endividada, quadro financeiro agravado ainda pelos desvios bilionários revelados pela extinta Operação Lava Jato.>
>
A manobra de Bolsonaro na última sexta-feira com a indicação de um general para a presidência da Petrobras também é apurada como irregular, após denúncias a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a xerife do mercado de capitais, que também poderá averiguar se a petroleira não está mais respeitando as regras de governança corporativa para atender a anseios políticos.>
Apesar de ter o governo federal como acionista controlador, a Petrobras tem uma série de investidores privados como acionistas, qualquer decisão precisa ser transparente para esse público, para não causar prejuízos àqueles que têm as ações nem afugentar possíveis investidores.>
Já existem escritórios no exterior produzindo ações coletivas para processar a Petrobras pelos danos provocados pela troca de liderança sem qualquer respaldo do conselho e sendo anunciada pelas redes sociais.>
O preço da gasolina e do diesel vem aumentando nos últimos meses e a alta da última sexta-feira de 10% para o primeiro e de 15% para o segundo levou a ira do presidente Jair Bolsonaro.>
O problema é que grande parte desse aumento tem relação com o câmbio fora do lugar, pressionado pelos problemas fiscais brasileiros, e pela não votação ainda do Orçamento e pelas discussões de se furar o teto de gastos para incluir uma nova etapa do auxílio emergencial.>
O Brasil também pouco avançou na compra da vacina, elemento essencial para permitir que a economia ande sem a necessidade de benefícios sociais. Porém, o país ver o número de mortos aumentar e existe a preocupação de que a variante de Manaus se espalhe rapidamente pelo território nacional, provocando uma epidemia dentro da pandemia.>
Todas essas atitudes têm feito o dólar se manter em patamar elevado e o real se desvalorizar. Como o preço do petróleo é cotado na moeda americana, o preço acaba subindo. O conselho, que é soberano, segundo a Lei das Estatais, pode não acatar qualquer mudança imposta pelo governo federal ao novo presidente da Petrobras. Mas existe o risco do grupo ser destituído e outro ser colocado para ratificar uma política de preços que possa trazer danos à companhia.>
Com informações de agências.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta