Publicado em 22 de fevereiro de 2021 às 20:36
- Atualizado há 4 anos
Os principais indicadores financeiros do Brasil tiveram forte deterioração desde que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu interferir no comando da Petrobras e sinalizar outras intervenções. >
Entenda como funciona o contágio da Petrobras nos outros indicadores econômicos:>
AÇÕES DA PETROBRAS >
A primeira consequência foi a queda no preço das ações da estatal do petróleo, que já recuaram quase 20% nesta segunda-feira (22). Avaliação de analistas é que a empresa possa ser utilizada para bancar políticas que resultem em perda financeira para a companhia, como subsidiar os consumidores de combustíveis. >
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AÇÕES DE OUTRAS ESTATAIS >
As afirmações do governo de que haverá intervenções em mais áreas e empresas também derrubou as ações de outras estatais, como Eletrobras e Banco do Brasil. A primeira perdeu seu presidente recentemente, diante dos entraves à sua privatização. O BB também já foi alvo de críticas de Bolsonaro. >
QUEDA DO IBOVESPA >
Como essas ações têm participação significativa no índice Ibovespa, que reúne o conjunto de ações mais negociadas, contribuiu para a queda do principal indicador do mercado acionário brasileiro. >
DÓLAR E RISCO-PAÍS >
A percepção de que o governo poderá manipular outros preços de mercado ou adotar soluções que gerem prejuízos para o Tesouro Nacional também ajudam a contaminar outros indicadores, como dólar e risco-país. >
IMPACTO NA INFLAÇÃO E NOVOS JUROS >
As altas do dólar e do risco Brasil, por sua vez, também ajudam a alimentar as expectativas de inflação e de necessidade de altas maiores de juros no futuro para conter os índices de preços e a fuga de recursos do país. >
OUTRAS INTERVENÇÕES >
Governos Lula e Dilma Rousseff >
Em 2014, a ANA (Associação Nacional de Proteção dos Acionistas Minoritários) calculou perda de mais de R$ 130 bilhões de geração de caixa devido à defasagem nos preços das combustíveis desde 2002, quando a estatal passou a adotar a política de suavizar o repasse de custos internacionais ao mercado interno.>
O Centro Brasileiro de Infraestrutura calculou perda de R$ 71 bilhões de 2011 a 2014.>
Segundo informações divulgadas pela própria estatal, a ingerência política, não só no preço dos combustíveis, mas também nas políticas de investimentos da empresa, deram mais prejuízo que os casos de corrupção descobertos na Operação Lava Jato.>
Governo Michel Temer >
A saída de Pedro Parente do comando da Petrobras, em 2018, no governo Michel Temer, foi vista como um sinal de que as necessidades do governo interferiram na empresa, durante a crise da greve dos caminhoneiros, e de que essa ingerência poderia aumentar no futuro. >
Como resultado, as ações da estatal despencaram quase 15%. Cedendo à pressão dos caminhoneiros, o governo anunciou na época redução no preço do diesel por 60 dias e determinou que os reajustes passariam a ser mensais. Também determinou que o Tesouro cobriria parte do prejuízo da empresa, mas não toda a perda.>
Governo Jair Bolsonaro >
Em abril 2019, Bolsonaro disse que ligou para o presidente da estatal quando soube de um aumento de 5,7% no óleo diesel e mandou suspender o reajuste. Após Bolsonaro ordenar a suspensão da alta, a Petrobras perdeu R$ 32,4 bilhões em valor de mercado. >
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