Publicado em 16 de dezembro de 2025 às 15:39
BRASÍLIA - A Câmara dos Deputados aprovou, nesta segunda-feira (15), o texto-base do projeto que cria o Comitê Gestor do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), medida que faz parte da segunda etapa da regulamentação da reforma tributária promulgada em 2023.>
O texto aprovado retira a limitação de 2% para incidência do imposto do pecado sobre bebidas açucaradas (como refrigerantes) — esse ponto, porém, ainda pode ser alterado pela Casa.>
O texto-base foi aprovado com 330 votos a favor e 104 contra. Os deputados ainda analisarão, na terça (16), os destaques, potenciais modificações ao texto principal. Como já foi aprovado no Senado, passada esta votação na Câmara, o texto segue para a sanção do presidente.>
O relator, deputado Mauro Benevides Filho (PDT-CE), decidiu manter parte das mudanças aprovadas pelo Senado em setembro, mas também retomou trechos do texto aprovado na Câmara.>
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No próximo ano, não haverá recolhimento dos novos tributos, mas as empresas terão de emitir documentos fiscais com informações que permitam calcular a alíquota que será cobrada a partir de 2027. "O Brasil precisa, em 1º de janeiro de 2026, apontar as regras do Comitê Gestor", disse Benevides, justificando a pressa para a aprovação.>
O projeto cria o Comitê Gestor do IBS, destinado a gerir a parte dos impostos unificados que cabe a Estados e municípios. O órgão será composto por representantes indicados por governadores e prefeitos e editará normas infralegais sobre o novo sistema de impostos, que entra em vigor em janeiro de 2026.>
Benevides Filho manteve as modificações feitas no Senado em relação à divisão das cadeiras do Comitê Gestor, uma tentativa de acabar com a disputa entre entidades municipais.>
Além disso, o projeto institui a Câmara Nacional de Integração do Contencioso Administrativo do IBS e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços) — essa última é a parte do novo imposto unificado que caberá à União. A ideia é que o órgão uniformize as jurisprudências que disserem respeito aos dois tributos.>
O projeto tem disposições sobre impostos específicos, como ITCMD (Imposto sobre Transmissão Causa Mortis e Doação) e ITBI (Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis) e detalha o mecanismo que separa as receitas de tributos entre os entes federados.>
O relator manteve o dispositivo inserido no Senado para combate à sonegação de ICMS com combustíveis, atendendo ao pedido dos estados e do setor para manutenção da tributação monofásica da nafta, tanto no atual ICMS quanto nos novos tributos sobre bens e serviços (IBS e CBS).>
Por outro lado, Benevides retomou o texto da Câmara em relação a trechos que tratam da harmonização entre os novos tributos e da divisão de competências entre auditores e procuradores.>
Quando houver divergência de interpretação entre decisões sobre CBS e IBS, o Comitê de Harmonização será acionado, e este órgão será obrigado a consultar o Fórum de Harmonização, no qual os procuradores darão o parecer jurídico sobre a questão.>
O relator também retirou da proposta vinda do Senado a emissão unificada de documentos para empresas de serviços que atualmente usam documentos consolidados. Segundo Benevides, se as empresas emitirem uma só nota fiscal para cada município, não seria possível operacionalizar o cashback para cada CPF.>
Benevides retirou o teto estabelecido pelo Senado para a incidência do IS (Imposto Seletivo), o chamado imposto do pecado, sobre bebidas açucaradas (como refrigerantes). Por pressão do setor privado, os senadores haviam fixado um limite de 2% para a incidência do imposto. Um destaque apresentado pelo PL, porém, busca retomar o teto.>
O IS é destinado a desestimular o consumo de produtos que fazem mal à saúde ou ao meio ambiente. A previsão é que ele comece a valer em 2027, de forma gradual, mas o governo ainda precisa enviar ao Congresso um projeto de lei fixando as alíquotas relativas a cada produto atingido.>
O Senado havia reduzido impostos sobre as SAFs (Sociedades Anônimas do Futebol), o que agora foi revertido na Câmara.>
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