Os frequentes desentendimentos entre dois funcionários terminaram em morte, com múltiplas facadas, em um supermercado, localizado em centro comercial do Barro Vermelho, em Vitória. O acusado pelo crime, que aconteceu na noite do dia 24 de julho do ano passado, vai enfrentar o júri popular nesta sexta-feira (3).
De acordo com a denúncia do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), vai sentar no banco dos réus Jackson de Jesus Santos, 23 anos. Ele foi denunciado pelo assassinato de Luiz Henrique Silva Leal, 30 anos.
Os dois eram funcionários de uma empresa que prestava serviços para o supermercado. Ambos estavam trabalhando há poucos dias na unidade onde o crime aconteceu. Luiz tinha começado há 20 dias e Jackson veio transferido de outro local há 3 dias.
No pouco tempo em que conviveram, veio a discórdia. Segundo a denúncia, os desentendimentos eram causados pelo fato de o acusado implicar com a vítima, chegou a mencionar que o denunciaria aos superiores por estar comendo frutas do estabelecimento.
Na noite do dia 24, vídeo mostra Jackson indo ao encontro de Luiz Henrique, com uma faca em mãos. “As provas revelam que o acusado, de posse da faca utilizada no trabalho, perseguiu a vítima pelo estabelecimento que, mesmo tentando fugir de todas as maneiras, sem sucesso, foi ferida por múltiplas facadas efetuadas pelo denunciado Jackson”, é informado pelo MP.
Luiz Henrique foi atingido nas costas e perto do coração. E após cair, recebeu outros golpes. Há relatos na denúncia de que Jackson teria dito: “Não falei que ia te matar, vou matar essa desgrama logo”.
Ele acabou sendo detido por um policial civil que estava na praça de alimentação do centro comercial. Após ouvir o barulho, se apresentou e efetuou a prisão de Jackson.
O julgamento acontece nesta sexta-feira (3), a partir das 9 horas, no Fórum Criminal de Vitória. A defesa de Jackson informou que prefere se manifestar após o julgamento.
Dia 1º: júri de líder de facção
Nesta quarta-feira (1º) sentará no banco dos réus Geovani Andrade Bento, mais conhecido como Vaninho. Ele está detido no presídio federal de Porto Velho, em Rondônia. Vai participar do júri por videoconferência.
É acusado pelo assassinato de um outro traficante, ambos envolvidos nas disputas por território que resultaram nas noites sangrentas da Piedade, em Vitória. O crime ocorreu em 10 de junho de 2018. No dia anterior os tiroteios haviam começado por volta das 20h30. Uma série de mortes já havia ocorrido no bairro, incluindo a dos irmãos Ruan e Damião Reis, levando medo aos moradores da Piedade.
No dia foi morto Walace de Jesus Santana, de 26 anos. Os criminosos invadiram a casa de sua mãe, onde ele estava, junto com a avó, de 93 anos, um irmão e a cunhada. Walace conseguiu escapar pela janela e correu pelos becos da comunidade, mas um outro grupo de bandidos estava à espera. Ele foi atingido com diversos tiros de muitas armas diferentes.
Era considerado o braço direito de outro criminoso, tido como o “dono do morro”. Após a morte, sua família foi expulsa e teve a casa incendiada. O grupo armado exigiu a saída dos familiares das pessoas que comandavam o tráfico local, e deram um prazo de 30 dias. Nos meses que se seguiram, dezenas decidiram abandonar suas casas.
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