Um dos dez criminosos mais procurados do Espírito Santo lidera o grupo que promoveu os ataques na Serra. Uma guerra ocasionada pela disputa por territórios e que não poupa vidas inocentes, como a da pequena Alice Rodrigues, de 6 anos. Ela foi morta na tarde deste domingo (24) quando a família voltava da praia e o carro foi alvejado por tiros. Foram confundidos com os rivais da facção criminosa.
Na coordenação dos ataques está Sérgio Raimundo Soares da Silva Filho, o Serginho Cauê. Contra ele há dois mandados de prisão em aberto por casos de tráfico e homicídio: um expedido em março de 2022, da 2ª Vara Criminal Cariacica, e outros de janeiro deste ano, da 3ª Vara Criminal da Serra. A informação é de que está vivendo na comunidade da Rocinha, no Rio.
Além de liderar o tráfico de drogas no Bairro Industrial e Canaã, em Viana, também tem forte atuação em bairros da Serra, como São Diogo, Novo Porto Canoa, Praia de Carapebus, Feu Rosa, Eldorado, entre outros. E já foram encontrados “catuques” e postagens atribuídas a eles, relatando que pretende ampliar as áreas de conflito, com ataques a bairros de Vitória.
E há ainda suspeitas de que possa estar envolvido nos conflitos em alguns pontos de Vila Velha, como Cobi. Já foram obtidas fotos deles com fuzis que seriam enviados para o Estado, e que teria ainda dinheiro para bancar os custos da guerra com foco na expansão do território.
Cauê é apontado como um dos integrantes do PCV CV, sigla que indica Primeiro Comando de Vitória — Comando Vermelho, mais conhecido como PCV Vermelho. É um racha da facção criminosa sediada no Bairro da Penha, em Vitória, cuja divisão se manifestou após a prisão de suas principais lideranças, seis delas em presídios federais. O novo grupo criminoso se apresenta desta forma para mostrar seu alinhamento com a facção carioca.
A disputa é por territórios do Terceiro Comando Puro (TCP), cujos integrantes têm como referência de líder no Estado, Bruno Gomes Faria, conhecido como “Bruno Vera ou Nono”, o único dos três irmãos Vera em liberdade. Ele também está foragido no Rio de Janeiro.
Prisões
Seis pessoas foram presas suspeitas de participação no crime de Alice Rodrigues, de 6 anos. Ela foi atingida na nuca. Chegou a ser levada pelos pais ao Hospital Municipal Materno Infantil da Serra, mas não resistiu aos ferimentos.
Foram detidos pelas polícias Civil e Militar dois atiradores, um olheiro, uma pessoa que auxiliaria na fuga, além de uma advogada e o marido. Na casa dela houve apreensões de armas (fuzil, uma pistola 9 mm) e munições.
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