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Eleições 2022: quem perde e quem ganha com a saída de Erick Musso do páreo

Presidente da Assembleia Legislativa não vai mais disputar o governo do ES e sim o Senado. União Brasil de Rigoni e seu tempo de TV não vão para nenhum postulante ao Palácio Anchieta

Vitória
Publicado em 29/07/2022 às 02h10
O presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, e o deputado federal Felipe Rigoni
O presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso, e o deputado federal Felipe Rigoni durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (28). Crédito: Letícia Gonçalves

Esta quinta-feira (28) marcou oficialmente a terceira baixa entre os pré-candidatos ao governo do Espírito Santo. Depois do senador Fabiano Contarato (PT) e do deputado federal Felipe Rigoni (União Brasil), o presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), também está fora da corrida pelo Palácio Anchieta.

Entre os três, de acordo com pesquisa Ipec divulgada no início de maio, Contarato era o mais competitivo, tinha 11% das intenções de voto, figurando em segundo lugar, empatado com o ex-deputado federal Carlos Manato (PL).

Já Rigoni e Erick tinham, respectivamente, 2% e 3%. Os baixos percentuais e a proximidade entre os dois jovens já indicavam uma parceria, que se confirmou, mas não com o objetivo de comandar o Executivo estadual. Erick vai disputar o Senado e Rigoni, a reeleição à Câmara.

O União Brasil vai formar coligação com o Republicanos apenas para o Senado, sem endossar ninguém oficialmente para o Palácio.

Quem deve ter se frustrado com isso é o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon (PSD), que tem afinidade, embora não etária, com Erick e com o Republicanos e bem que gostaria de ter o partido em sua aliança. Isso sem falar no tempo de propaganda de rádio e TV do União Brasil de Rigoni, uma das maiores legendas do país.

Guerino, após cinco mandatos como prefeito, está de olho na cadeira do governador Renato Casagrande (PSB), que segue em busca da reeleição.

O ex-prefeito tem apenas os apoios dos nanicos DC e Brasil 35 (antigo PMB).

Para Casagrande, é bom que o adversário não seja fortalecido. Que nenhum deles seja, aliás, principalmente pelo tempo de propaganda que o União Brasil poderia proporcionar.  

Rigoni esteve pessoalmente com Casagrande há ao menos três semanas, como o deputado confirmou nesta quinta em entrevista coletiva. Ele negou que o contato signifique uma reaproximação política.

Um integrante do PSB consultado pela coluna avaliou, no entanto, que o clima entre o socialista e o parlamentar está bem melhor. Os socialistas não esperavam que, por isso, o União Brasil fosse subir no palanque do governador. Aí já seria demais. Mas só o fato de o partido não migrar para outro postulante ao Executivo estadual já os atende.

O campo da direita fica menos congestionado. Restam Guerino, Manato e Aridelmo Teixeira (Novo) no páreo.

Já na esquerda, com a saída de Contarato, o principal beneficiado também é Casagrande. Os votos que iriam para o senador certamente não vão migrar para um dos três mencionados no parágrafo anterior.

E há ainda o ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos, que disputa pela Rede, mas não se identifica com o ideário da esquerda.

Manato já disse à coluna que gostaria que houvesse mesmo muitos candidatos ao governo, para que um segundo turno fosse mais provável. Mas a saída de Rigoni e Erick, com apenas um dia de intervalo, vai pelo caminho inverso.

Casagrande reúne a maioria dos apoios, ao menos entre partidos, prefeitos e lideranças políticas. E somou ao palanque o ex-senador Ricardo Ferraço (PSDB), como vice na chapa. O tucano tem um tradicional bom trânsito com o setor empresarial.

Já Manato se sustenta no bolsonarismo. Foi, ao lado do ex-senador Magno Malta (PL), um dos mais prestigiados durante a visita do presidente da República ao Espírito Santo, no último sábado (23). E ganhou um vídeo, na véspera, em que Jair Bolsonaro (PL) lhe deseja boa sorte na disputa.

PL e Republicanos andaram se estranhando no estado. Durante um culto com Bolsonaro no Espaço Patick Ribeiro e também na Praça do Papa, em evento da Marcha para Jesus, Erick Musso foi vaiado por parte do público.

Aliados do presidente da Assembleia Legislativa culparam Manato pelos episódios. O ex-deputado nega ter orquestrado tal coisa. Ainda que Erick não estivesse liderando as intenções de voto, ele e o ex-deputado federal disputavam o mesmo eleitorado, conservador, evangélico.

As direções nacionais de Republicanos e PL, no entanto, estão afinadas. Tanto que Erick somente deixou a corrida pelo governo por interferência de Bolsonaro.

O pedido foi pela saída do ex-prefeito de Colatina Sérgio Meneguelli, do Republicanos, da disputa pelo Senado. Isso para favorecer Magno Malta. Meneguelli tinha potencial para tirar votos do ex-senador, que menospreza o potencial de Erick. Por isso, mesmo com o presidente da Assembleia concorrendo ao Senado, Magno e Bolsonaro foram atendidos.

A campanha ainda não começou oficialmente, a largada vai ser dada em 16 de agosto.

Os candidatos vão ter 45 dias para, em relação à eleição para o Executivo estadual, bater o favoritismo do governador. Quem tem a máquina na mão, via de regra, leva vantagem, mas também vira vidraça.

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