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Isolado e com poucas chances para o governo do ES, desistência foi a única saída de Rigoni

Deputado federal anunciou nesta quarta-feira (27) que não vai concorrer ao Palácio Anchieta e sim à reeleição

Vitória
Publicado em 27/07/2022 às 18h13
Deputado federal Felipe Rigoni
Deputado federal Felipe Rigoni. Crédito: Alan Rones/Câmara dos Deputados

O anúncio do deputado federal Felipe Rigoni (União Brasil) de que não vai mais concorrer ao governo do Espírito Santo e sim disputar a reeleição não chega a ser uma surpresa.

O parlamentar apareceu, em pesquisa Ipec divulgada no início de maio, com 2% das intenções de voto. Ele assumiu o controle do próprio partido no estado, mas, como consequência, houve a debandada dos principais nomes da legenda.

E nenhuma sigla juntou-se a ele na empreitada pelo Palácio Anchieta.

Rigoni sempre soou decidido e com expectativa positiva sobre a candidatura e até sobre o resultado do pleito, mas os fatos não acompanhavam o discurso.

Nos últimos tempos, o deputado federal aproximou-se do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos), outro pré-candidato ao governo que, com 3% das intenções de voto, também nunca despertou confiança de que vá aparecer mesmo nas urnas.

A aproximação, no entanto, não chegou a se traduzir em parceria eleitoral.

A pré-campanha de Rigoni foi marcada pelo argumento de que "o ciclo de Renato Casagrande e Paulo Hartung acabou", em referência aos 20 anos em que os dois revezam-se no comando do Executivo estadual.

Nesta quarta-feira (27), em carta ao eleitor capixaba, ele ponderou:

"Ao longo da jornada, confirmei meu sentimento de que precisamos realmente de renovar o ciclo político e de desenvolvimento do Espírito Santo. Mas, na política, temos que ter a humildade e a sensibilidade de saber qual é o momento certo para colocarmos um projeto em prática".

Rigoni foi o segundo deputado federal mais votado do Espírito Santo em 2018, com 84.405 votos. Na época, tinha 27 anos.

É o primeiro cego deputado federal do Brasil. Tem um mandato alinhado ao da também deputada Tabata Amaral (PSB-SP) e ao senador Alessandro Vieira (PSDB-SE).

Coincidentemente ou não, os três trocaram de partido após serem eleitos. Rigoni foi alçado ao cargo pelo PSB; Tabata, pelo PDT e Vieira, pelo Cidadania.

O deputado do Espírito Santo nunca teve um perfil de centro esquerda, como é o do PSB. Ingressou na sigla pela afinidade com o governador socialista Renato Casagrande, de quem depois se afastou e passou a ser adversário no pleito.

Na pré-campanha, Rigoni pregou a privatização da Cesan e, embora não prioritariamente, a do Banestes, além da digitalização do governo.

E alinhou-se a forças conservadoras, como o Republicanos de Erick Musso. Conseguiu montar chapas para eleger deputados federais e estaduais no União Brasil, apesar dos percalços, já que teve que escalar o time aos 45 do segundo tempo.

Atraiu, por exemplo, o pré-candidato a deputado federal Gustavo Peixoto e o pré-candidato a estadual Denninho Silva, vereador de Vitória. Os dois estão no União Brasil.

Rigoni ganhou notoriedade como deputado federal, atuando em pautas voltadas à economia e à educação. Desagradou a alguns, principalmente à esquerda, por ter ido, muitas vezes, contra os desígnios do PSB.

Tem um futuro promissor pela frente, se conseguir a vitória nas urnas em outubro. Além do médico Gustavo Peixoto, o colunista social Wesley Sathler integra a chapa de pré-candidatos a deputado federal.

No mercado político, o conjunto não é visto como muito competitivo. Rigoni passa a ser agora o principal nome do grupo.

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