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"Caiu com o barulho da bala": o labirinto de Colnago

Ex-vice-governador já encontrou, de novo, empecilhos para disputar o governo do ES. PSD tem desafios

Vitória
Publicado em 05/04/2022 às 02h10
Ex-vice-governador César Colnago
Ex-vice-governador César Colnago. Crédito: Letícia Gonçalves

O ex-vice-governador César Colnago é oficialmente o presidente estadual do PSD, de acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Chegou ao partido dizendo que disputaria internamente com o ex-prefeito de Linhares Guerino Zanon o posto de candidato ao governo do Espírito Santo, tudo alinhavado, de acordo com ele, com o então presidente em exercício do partido, José Carlos da Fonseca Júnior.

Como a coluna mostrou na última sexta-feira (1), Zé Carlinhos, como é conhecido, tem uma versão bem diferente da conversa e garante que quem vai disputar o Palácio Anchieta pelo PSD é Guerino, descartando Colnago.

Para completar, nesta segunda-feira (4), o presidente estadual do PSDB, Vandinho Leite, falou pela primeira vez sobre a saída do ex-vice-governador do partido.

"Ele errou o tempo. Eu sempre disse que o PSDB iria dialogar sobre chapa majoritária após o dia 20 de abril, isso foi definido pela Executiva estadual. Em momento algum vetamos a candidatura do César Colnago", afirmou à coluna.

A bem da verdade, o próprio Vandinho deu sinais de aproximação com o governador Renato Casagrande (PSB) e, no congresso estadual do PSB, afirmou que há grande probabilidade de os tucanos apoiarem a reeleição do socialista.

Colnago ainda relatou que o presidente estadual do PSDB passou meses sem atender a telefonemas dele ou responder mensagens.

Vandinho ironizou a postura do PSD em relação ao ex-tucano; "Eu acho que ele foi vetado pelo PSD. Ele entrou lá e dois dias depois entrou alguém e um dirigente partidário disse que a vaga não seria dele. Isso não aconteceu aqui no PSDB. Ele caiu com o barulho da bala".

O fato é que Colnago saiu de um partido porque não encontrou ambiente favorável à candidatura ao Palácio Anchieta e tampouco encontra tal ambiente no PSD, partido que ele agora passa a presidir.

É como procurar saída em um labirinto eleitoral. O ex-vice-governador se considera viável, diz que uma pesquisa realizada pelo PSDB nacional mostra que a candidatura dele ao governo seria competitiva.

Não parece ter convencido os membros da nova sigla.

Ao ingressar no PSD ele mostrou que topa outro caminho, a disputa ao Senado.

Isso significaria o PSD partir para a disputa ocupando dois postos na chapa majoritária, com menos espaço a negociar com partidos aliados.

Não é impossível. O PL, por exemplo, tem a pré-candidatura ao governo de Carlos Manato e também a de Magno Malta, que quer voltar a ser senador.

Mas ainda há um complicador: o PSD está muito conturbado. Toda hora uma reviravolta.

Primeiro o então presidente estadual do partido, deputado federal Neucimar Fraga, deu adeus à legenda, foi para o PP, pois avaliou que lá tem mais chances de se reeleger.

Depois, o superintendente da Polícia Federal Eugênio Ricas que, incentivado pelo ex-governador Paulo Hartung, estava a um passo de se filiar ao PSD para disputar o governo do estado, foi "rifado". Com a iminente entrada de Guerino no partido, ele passou a ser um coadjuvante. E desistiu de disputar as eleições.

E depois essa história com Colnago, que se anuncia pré-candidato e recebe uma negativa pública.

Não parece um lugar legal para se fiar expectativas e parcerias.

Colnago não atendeu a coluna nesta segunda-feira. Por meio da assessoria de imprensa, informou que, por enquanto, não vai falar sobre o assunto.

A chapa de pré-candidatos a deputado federal pelo PSD não ficou muito competitiva – parece que Neucimar tinha razão – , mas a de estadual está formada.

O principal pré-candidato do PSD à Assembleia Legislativa é o presidente da Câmara de Vitória, Davi Esmael. Ele tem uma visão otimista sobre o partido.

"O PSD vai ser protagonista desta eleição, com candidato ao governo e ao Senado. E a chapa de (pré-candidatos a deputado) está boa. A de federal é que não nos anima muito", comentou.

As articulações para atrair nomes que pudessem compor chapas para eleger deputados ficaram a cargo de Guerino Zanon, quando este ainda estava no MDB, e de Zé Carlinhos, com o auxílio do ex-deputado federal Lelo Coimbra (MDB).

A PALAVRA DE KASSAB

E não é apenas José Carlos da Fonseca Júnior que diz que o candidato ao governo é Guerino Zanon e pronto. O presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, elencou, em entrevista à CNN Brasil nesta segunda-feira, quem vai disputar governos estaduais pelo PSD no Sudeste: 

"No Sudeste, todos os estados com candidatos a governador. Em São Paulo, o prefeito de São José dos Campos, uma das cidades mais bem avaliadas do país e com melhor qualidade de vida o Felício [Ramuth]. No Espírito Santo, Guerino Zanon, prefeito reeleito cinco vezes no município de Linhares, que coloca seu nome para ser governador".

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