Publicado em 12 de março de 2020 às 15:08
Organizadores da manifestação de domingo (15) em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) estão discutindo a possibilidade de cancelar o ato, em razão do corona vírus.>
"Estamos analisando [se o ato será mantido]. Tudo mudou de ontem para hoje", disse Marcos Bellizia, do grupo Nas Ruas.>
Até o início da semana, a possibilidade de cancelar o evento, que deve ter forte tom de protesto contra Congresso e Judiciário, era descartada. O agravamento da crise, considerada agora uma pandemia pela OMS (Organização Mundial da Saúde), alterou o quadro.>
Antes do agravamento da crise, os movimentos buscaram aval do Ministério da Saúde após consulta pela deputada Carla Zambelli (PSL-SP), uma das entusiastas das manifestações.>
>
"Não somos irresponsáveis", diz Edson Salomão, presidente do Movimento Conservador, ao afirmar que a orientação de manter a manifestação é reavaliada conforme entendimento das autoridades.>
O movimento Avança Brasil, que também organiza a manifestação, diz que enquanto não houver uma nova orientação das autoridades, a manifestação será mantida.>
O grupo afirma que está compartilhando em suas redes as recomendações do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, mas que não tem controle total.>
"Aglomeração não tem jeito. Assim como num jogo de futebol, Carnaval ou show, é difícil não ter proximidade entre as pessoas. Todos devem seguir as recomendações que estão sendo feitas em termos de higiene", afirmou Nilton Caccáos, presidente do movimento.>
Apesar disso, a entidade, compartilhou um vídeo na manhã desta quinta em defesa dos atos. Nele, um homem encoraja as pessoas a participarem.>
"Eu digo a você: não cancele a tua ida ao 15 de março. Sinceramente, se for por causa de uma porcaria de um coronavirus, meu irmão, que nós vamos cancelar o 15 de março? Nós estamos aqui para mudar a história do país. Do que adianta? (...) Depois você vai ter que encarar o [presidente da Câmara Rodrigo] Maia e o [presidente do Senado Davi] Alcolumbre no tapa.">
Os movimentos de esquerda que organizam os protestos do dia 18 também estão avaliando a viabilidade dos atos conforme o avanço do coronavírus nos próximos dias.>
Há a possibilidade de uma reunião na segunda-feira (16) para tratar do assunto.>
"Vamos esperar a evolução para tomar qualquer definição. A princípio, a manifestação está mantida", afirmou Guilherme Boulos, líder do MTST e da Frente Povo Sem Medo.>
Nesta quinta, representantes das centrais sindicais se reuniram para debater o assunto.>
Antes do encontro, a CUT pleiteava a manutenção do ato, enquanto a UGT falava em cancelamento.>
"Nossa preocupação é que os trabalhadores e trabalhadoras são os mais vulneráveis por não terem assistência médica, diferente da classe média, que está coberta", afirma Ricardo Patah, da UGT.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta