Publicado em 13 de abril de 2020 às 11:36
Desde a ameaça de demissão do ministro Luiz Henrique Mandetta, na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem sido contrariado seguidas vezes pelo chefe da pasta da Saúde. O presidente, porém, tem adotado o silêncio.>
Mandetta, que vê sua popularidade crescer, tem adotado postura de enfrentamento ao presidente. Desde a ameça de demissão, já questionou por que Bolsonaro não o demite e afirmou que, sem discurso unificado do governo durante a crise do novo coronavírus, o brasileiro é levado a "uma dubiedade".>
Relembre, a seguir, os últimos movimentos do ministro nesse embate com presidente.>
Um dia depois de ameaçar "usar a caneta" contra ministros que "viraram estrelas", Bolsonaro foi questionado por Mandetta sobre o motivo pelo qual não o demitia. A pergunta foi feita em reunião com outros ministros na segunda-feira passada (6). O presidente teria ficado em silêncio.>
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Ministros militares, em parte responsáveis por demover Bolsonaro da ideia de exonerar o ministro da Saúde, tentaram contornar a situação. Mandetta também questionou o motivo de sua nomeação, já que o presidente não o ouvia.>
Após um dia inteiro de indefinição por parte do governo, naquela mesma segunda-feira (6) Mandetta anunciou que ficaria na pasta de Saúde. E deu alguns recados a Bolsonaro.>
Em pelo menos dois trechos de seu pronunciamento, ele falou insistentemente no respeito à ciência, além de ter citado O Mito da Caverna, alegoria usada para ilustrar o conflito entre a ignorância e o conhecimento.>
O ministro reclamou de "mais um solavanco" durante o seu trabalho e apoiou as medidas dos governadores, que se tornaram os antagonistas do presidente na crise de saúde.>
Neste último sábado (11), após Bolsonaro se aglomerar com apoiadores em Águas Lindas de Goiás, Mandetta, que também estava na cidade e observou a multidão à distância, criticou o presidente. >
"Posso recomendar, não posso viver a vida das pessoas. Pessoas que fazem uma atitude dessas hoje daqui a pouco vão ser as mesmas que vão estar lamentando", afirmou. >
Em entrevista neste domingo (12) para o programa Fantástico, da TV Globo, Mandetta disse que brasileiro "não sabe se escuta o ministro da saúde, se escuta o presidente, quem é que ele escuta". >
"Espero que essa validação dos diferentes modelos de enfrentamento dessa situação possa ser comum e que a gente possa ter uma fala única, uma fala unificada. Porque isso leva para o brasileiro uma dubiedade", afirmou. >
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