Publicado em 9 de outubro de 2020 às 12:15
O Espírito Santo está buscando parceria junto à Organização das Nações Unidas (ONU) para construir um programa com foco no combate à violência contra as mulheres, no empoderamento econômico e participação feminina na política e na governança das administrações públicas.>
Na área de enfrentamento à agressão e ao feminicídio, poderá ser implementada no Estado uma rede integrada para promover a diversidade e monitorar indicadores. Uma das ideias do programa ONU Mulheres, é eliminar todas as formas de violência contra as meninas e adultas nas esferas públicas e privadas.>
A negociação que está sendo costurada pelo governo também pode criar ações para dar ao público feminino os mesmos direitos de acesso a recursos econômicos. Entre as iniciativas estão medidas para promover renda e trabalho, valorização das atividades domésticas e não-remuneradas, o aumento do compartilhamento das tarefas dentro e fora do lar entre os gêneros.>
No Brasil, o racismo e o sexismo, segundo a ONU, são os principais intensificadores de desigualdade de condições às mulheres, sendo as negras e indígenas as mais punidas pela cultura machista. Os projetos da ONU para diminuir e erradicar essas disparidades estão sendo feitos com o poder público e também com empresas.>
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De acordo com a organização, a mão de obra feminina brasileira, por exemplo, está mais concentrada em empregos com alto déficit de trabalho decente. Muitas dessas profissionais, que também são chefes de família, não têm acesso a serviços de saúde de qualidade, água potável e saneamento básico. As parcerias podem diminuir os indicadores de pobreza entre esse grupo.>
A busca por parceria está sendo tocada pela vice-governadora, Jaqueline Moraes, através do Programa Agenda Mulher, que fez nesta quinta-feira (8) a primeira reunião on-line com o organismo internacional para começar a debater essas questões. >
Também participaram do encontro a representante interina da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino, a consultora de Enfrentamento à Violência da ONU, Aline Yamamoto, o diretor-presidente do Instituto Jones Santos Neves (IJSN) Daniel Cerqueira e vários outros técnicos do governo do Estado. >
No encontro, Jaqueline Moraes destacou como as diferenças de oportunidade afetam negativamente a vida e o desenvolvimento das mulheres.
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A desigualdade entre mulheres e homens na vida social, econômica e política geralmente surge de uma falha nas estratégias de desenvolvimento para atender, adequadamente, as diferenças e as necessidades específicas de gênero. Eu quero aproveitar as experiências, as habilidades e os programas da ONU Mulheres, para que, via Agenda Mulher, possamos facilitar a participação plena das mulheres no desenvolvimento do Estado, é que elas sejam fonte de inspiração de uma para as outras, afirmou a vice-governadora. >
Daniel Cerqueira, responsável por articular a reunião, falou sobre o Observatório de Políticas Públicas para Mulheres no Espírito Santo que está sendo executado pelo Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN). O projeto consiste em um monitoramento intensivo de indicadores e diagnósticos que ajudam a subsidiar e otimizar a tomada de decisões sobre as ações voltadas para as mulheres
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O Observatório é importante ferramenta para que possamos caminhar rumo à igualdade de gênero no Espírito Santo, disse ele. >
A representante da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino, explicou que a exemplo de experiências anteriores, a parceria poderá abranger quatro áreas de cooperação técnica, como trabalho e renda, violência contra a mulher, política e governança.>
No setor de participação política, o objetivo é dar oficinas de capacitação para mulheres líderes sociais para que elas manifestem interesse em participar do processo eleitoral, independentemente de sua filiação partidária.>
E, por fim, na área de governança, espera-se que as diferentes áreas do governo consigam incorporar as questões de gênero nas políticas públicas. >
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