O primeiro semestre de 2024 foi marcado por números recordes em relação à venda de motos no Brasil. De janeiro a junho foram vendidas 933.158 motocicletas, o que significa 19,6% a mais que o mesmo período do ano passado. Este é o melhor desempenho registrado para o setor em 17 anos, segundo os dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).>
De acordo a Secretaria Nacional do Trânsito (Senatran), as habilitações na categoria A também aumentaram significativamente. Em 10 anos, o número de pessoas aptas a conduzir veículos motorizados de duas ou três rodas cresceu 39%. Com isso, é fácil perceber, no dia a dia, que a quantidade de pessoas em moto aumentou no trânsito. >
Portanto, se você está planejando comprar uma moto, deve estar ciente de algumas informações importantes para se atentar antes de começar a pilotar. Confira as principais coisas que você precisa saber:>
1. O que levar em conta ao escolher a moto >
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Para quem chegou agora no mundo das duas rodas pode haver a dúvida sobre qual critério usar para escolher a primeira moto. Apesar do preço influenciar bastante essa decisão, existem outros fatores que não podem ser ignorados. >
Isso, porque, além de ser um meio para locomoção, comprar uma motocicleta também é um investimento. Por isso, uma escolha mais assertiva inclui optar por um veículo com garantia, que tenha peças de reposição encontradas facilmente e um bom valor de revenda. É essencial pensar na assistência técnica também.>
Os modelos scooter costumam ser recomendados para quem pretende comprar a primeira motocicleta. Automáticos, eles são mais fáceis de manusear. “A gente geralmente recomenda as motos scooters, porque são motos automáticas, não precisa passar marcha e tem a praticidade do baú. No trânsito, diversas decisões precisam ser tomadas, e passar a marcha é mais uma decisão. Mas claro, isso depende do uso que o motociclista vai dar para o veículo. Se a pessoa é do interior, por exemplo, aí aconselhamos a moto trail”, afirma o representante de vendas da Motomax, Bruno Siqueira.>
2. A autoescola ensina o básico, mas não tudo; a rotina do trânsito também ensina >
O dia a dia do trânsito impõe situações que nem sempre são visitadas pelas aulas na autoescola. É necessário começar com cautela, sem se aventurar muito ou achando que já sabe tudo. Para o diretor comercial da Moto Vena, Janio de Paula, um exemplo da realidade do trânsito que muitas vezes não é levado em conta durante a aula é a questão do freio.>
“Às vezes a autoescola nem ensina sobre o feio dianteiro, já que os percursos são curtos e a velocidade não é alta. Então, o freio traseiro dá conta. Mas é importante entender que o único freio que consegue parar uma motocicleta é o dianteiro, porque todo o peso é jogado para frente”, destaca.>
É necessário ter atenção à via e às condições climáticas, respeitar os limites de velocidade, observar se a pista está molhada, se há óleo ou com algum tipo de resíduo, como pedra ou areia.>
3. Usar material adequado>
Jederson Lobato
Gerente de Fiscalização de Trânsito do Detran/ESAlém da necessidade de estar atento a tudo o que acontece enquanto pilota e conhecer os riscos da rotina do trânsito, é indispensável conhecer os materiais que protegem a pessoa sobre as duas rodas. Embora a legislação de trânsito não regulamente especificamente as vestimentas, o Detran recomenda que os motociclistas usem roupas claras, calçados fechados e luva. >
Além disso, o capacete deve estar devidamente afivelado com a cinta jugular ajustada e com a viseira posicionada de forma a proteger os olhos. A viseira fumê do capacete só pode ser utilizada durante o dia. Todas as orientações também são válidas para quem estiver na garupa.>
4. Cuidar da moto >
Você escolheu bem a moto, aprendeu a ter cautela no trânsito, a observar tudo o que está em volta e a se equipar adequadamente para pilotar. Mas não pode esquecer de observar as condições do veículo. >
Verificar se a corrente está certa, se está lubrificada, além de se atentar à condição do pneu e à lanterna são recomendações importantes que também devem ser consideradas. É dever do motociclista manter a manutenção e a conservação do veículo sempre em dia.>
Para Janio de Paula, diversos fatores podem explicar esse aumento, mas foi durante a pandemia que o emplacamento de motos começou a disparar.>
“Já havia um pequeno crescimento antes, mas durante a pandemia as pessoas começaram a usar muito a motocicleta. Isso porque se tornou uma alternativa ao desemprego. Então, muitas pessoas passaram a trabalhar como entregadores, por exemplo. Além disso, as fábricas pararam por um tempo, e havia uma demanda muito grande, então quem já tinha moto queria vender, porque o mercado estava muito bom”, afirma.>
Outro motivo que pode explicar o aumento do interesse pelas motos é o transporte de pessoas por aplicativo. Com o fornecimento do serviço no Brasil, a partir de 2022, muitas pessoas recorreram às motos para se deslocar.>
“Vemos um movimento de muita gente que, antes, tinha medo de moto, mas começou a se deslocar nas garupas. Um trajeto de uma hora e meia de ônibus é feito em 20 ou 30 minutos na moto. Com isso, as pessoas começaram a perder o medo. Então, percebemos uma demanda vinda desses usuários dos aplicativos”, destaca o representante de vendas da Motomax, Bruno Siqueira.>
Por fim, o preço alto dos carros considerados populares, além do valor para mantê-los, também pode ter influenciado a escolha pelas motos. Atualmente, o modelo zero quilômetro de menor valor custa quase 50 vezes mais que o salário mínimo. Trata-se do Citroën C3 Live Plus, que pode ser adquirido por R$ 69.990.>
Para o assistente de marketing Igor Bolsoni, apesar do carro ser mais confortável, a moto é mais prática, econômica e mais acessível. “Apesar de dar mais conforto, não tenho condições de manter um carro hoje. Tudo é mais caro, o preço, a manutenção, a gasolina. A moto não. Além de ser mais barata, é mais prática, econômica, não fico preso no trânsito e me desloco com mais facilidade”, conclui. >
Orientações do Detran/ES >
O gerente de Fiscalização de Trânsito do Detran/ES, Jederson Lobato, destaca as principais causas de acidentes e recomenda que os motociclistas tenham atenção ao uso do celular e evitem usar o corredor. >
“Hoje o uso do celular tem sido um grande causador de acidentes de trânsito, e a não utilização do capacete agrava o risco de lesões graves. Além disso, passar pelo corredor entre os carros, o excesso de velocidade e não respeitar os semáforos estão entre as principais causas de ocorrências”, pontua.>
Jederson Lobato conclui com um apelo aos motociclistas. “É muito importante que o motociclista entenda a sua situação de vulnerabilidade no trânsito para não se colocar em risco”, finaliza.>
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