Publicado em 7 de dezembro de 2022 às 17:20
- Atualizado há 3 anos
O mês de novembro registrou um crescimento na produção de veículos de quase 5% a mais que no mês anterior e que em novembro de 2021, registrando o total de 215,8 mil unidades produzidas. No entanto, segundo o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, durante coletiva nesta quinta-feira (7), a falta de semicondutores ainda impacta o setor. >
“A situação está um pouco melhor, mas a falta de semicondutores continua sendo um limitador. A expectativa é que continue nesse cenário em dezembro e janeiro e durante todo o primeiro semestre de 2023. Até o final do ano que vem, ainda teremos algum resquício. Isso porque, à medida que a produção é atendida, a indústria absorve e demanda mais”, explica.>
Por outro lado, os números acumulados de produção do ano têm se mostrado bastante animadores, já que a expectativa da entidade é de que até a próxima sexta-feira (9), o volume total produzido no ano passado (2,248 milhões) seja superado. Na comparação do acumulado dos 11 primeiros meses, a produção de 2022 supera a de 2021 em 6,9%.>
Com relação aos emplacamentos, mesmo o mês tendo dois feriados e o início da Copa do Mundo, que acabam reduzindo a quantidade de dias trabalhados, novembro registrou um crescimento de 12,8% em relação a outubro e 17,9% em relação ao mesmo período no ano passado. Já quando comparado com o acumulado do ano, houve uma queda de 13%.>
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Mesmo com essa pequena diferença, a entidade também espera que os números de 2021 de emplacamentos sejam superados também durante esta semana. De acordo com a Anfavea, em 2019, antes da crise de semicondutores, foram vendidas 260 unidades em dezembro e, no ano passado, no auge da crise, foram vendidas 244 mil unidades no último mês de 2021. >
“A projeção anual é de 2,14 milhões de veículos emplacados e já temos quase 1,9 milhão. Faltam, para dezembro, vender 252 mil unidades. Essa estimativa pode ser maior ou menor. Tudo vai depender da Copa e do componente de estoque, que este ano é maior do que 2021, mas ainda baixo, com relação ao número ideal”, afirma Leite.>
Outro fator destacado pela Anfavea foi o crescimento da participação de locadoras na aquisição de veículos novos. Hoje, representam 34%, enquanto a venda direta corresponde a 20% do mercado e o consumidor final, que ainda é maioria, com 46%. >
Segundo o presidente da entidade, esse movimento acontece porque 2021 foi marcado pela falta de renovação das frotas das locadoras, que este ano buscaram renovar seus veículos. Já o percentual de vendas a prazo contra o de vendas à vista tem sido um ponto de preocupação do setor, causado principalmente pelas altas taxas de juros.>
“Não conseguimos identificar nenhum outro período que apresentou 70% de vendas à vista contra 30% de vendas a prazo. O setor depende do crédito”, avalia Leite.>
A preocupação se estende também à idade da frota de carros no Brasil, que segundo a Anfavea, tem ficado envelhecida. Em 2021, a compra de novos veículos teve uma queda de 17%, já a aquisição de carros usados subiu 10%. >
E quando se olha para a idade desses modelos, o crescimento maior está entre carros com 9 a 12 anos de idade e veículos acima de 12 anos, que têm mantido um cenário de estabilidade muito alto, apontando para o envelhecimento da frota. >
“Aconteceu em outros países por conta da queda de produção e dos juros altos, mas no Brasil é mais grave, porque a idade é muito maior do que se observa fora daqui. Não podemos ter uma frota envelhecida, principalmente com relação à descarbonização”, analisa.>
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