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Carro Sustentável levou a alta de 16,7% nas vendas de veículos do programa em julho

Carro Sustentável levou a alta de 16,7% nas vendas de veículos do programa em julho

O programa segue em vigor até o final de 2026 e a Anfavea destacou que o efeito positivo deve ser diluir ao longo dos próximos meses

Publicado em 11 de agosto de 2025 às 18:04

 - Atualizado há 4 meses

Fiat Mobi 2023
O programa concede isenção do IPI para veículos classificados na categoria de carros "de entrada" compactos como o Fiat Mobi Crédito: Divulgação

O programa Carro Sustentável, lançado pelo governo federal no mês passado, levou a uma alta de 16,7% nas vendas de veículos incluídos na medida, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Igor Calvet. O programa concede isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos classificados na categoria de carros "de entrada" compactos (como o Kwid, da Renault, e o Mobi, da Fiat).

Durante coletiva de apresentação dos dados do setor do mês de julho, que aconteceu na última semana, Calvet destacou que o resultado precisa ser comemorado, sobretudo dentro do segmento de veículos leves no país.

O programa segue em vigor até o final de 2026 e, por isso, Calvet destacou que o efeito positivo deve ser diluir ao longo dos próximos meses, não ocasionado qualquer "explosão" nas vendas. "Recebi relatos de que, só no primeiro final de semana após o anúncio, houve um aumento de 15% no movimento das concessionárias. As vendas se concretizam ao longo do tempo e é preciso entender quais serão os impactos mais duradouros do programa", detalha.

Em julho, as vendas de veículos cresceram 0,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado, conforme informou a Anfavea. Na comparação com junho, a alta foi de 14,2%. Além dos efeitos do programa, Calvet citou que o resultado foi positivamente influenciado pelo efeito calendário, já que o mês de julho teve três dias úteis a mais neste ano do que em 2024.

Tarifaço

A Anfavea demonstrou preocupação com o tarifaço imposto pelo governo norte-americano, que eleva o imposto das máquinas rodoviárias e agrícolas brasileiras, aumentando seu custo de exportação em US$ 960 milhões. Isso, de acordo com o que foi repassado pela entidade, ameaça os volumes de envio aos EUA, que é um mercado forte para as fabricantes de máquinas autopropulsadas no brasil.

Além do tarifaço, a elevação dos juros e outras variáveis macroeconômicas, fizeram com que a Anfavea revisasse suas projeções para o fechamento de 2025, feitas no final do ano passado. A maior revisão foi nas exportações, que tinham expectativa de alta de7,5%, mas agora têm projeção de elevação bem maior, de 38,4% sobre 2024, totalizando 551 mil unidades. O motivo, segundo a entidade, é a recuperação do mercado argentino, que vem demandando grandes volumes de veículos feitos no Brasil.

Já em relação ao mercado interno, a associação tinha a expectativa de alta de 6,3% de 2025 sobre 2024. No entanto, esse número foi revisado para 5% sobre as vendas do ano anterior, totalizando 2,765 milhões de emplacamentos no ano.

Segundo Calvet, boa parte dessa revisão se deve ao segmento de caminhões, que vem perdendo tração mês a mês, sobretudo nos modelos mais pesados, voltados para transporte agrícola de longa distância. O recuo é creditado aos juros mais elevados do que se previa na virada do ano. Ao mesmo tempo, os ônibus vivem um bom momento, mas têm menor participação no mercado total. Já entre os veículos leves, os automóveis vivem um momento de estabilidade, enquanto os comerciais leves mantêm viés de alta.

“Apesar dos juros elevados e de um ingresso acima do razoável de produtosimportados, precisamos continuar recuperando os volumes de produção, o que geraganhos e empregos a toda a extensa cadeia automotiva”, afirma Calvet.

Chineses e eletrificados

No acumulado do ano, os veículos chineses já chegam a quase 88 mil emplacamentos, de acordo com os dados da entidade. O aumento foi de 41,2% a mais do que no mesmo período de 2024, com estoques ainda elevados no país. A participação de eletrificados leves nas vendas subiu de 6,7% para 10,9% em um ano, com uma presença cada vez mais relevante de veículos híbridos brasileiros nesse montante. O emplacamento de 160 ônibus elétricos nacionais em julho foi recorde.

“Quanto à resolução do Gecex, que zerou o Imposto de Importação de veículos desmontados (CKD e SKD) via cotas por seis meses, foi uma solução em consonância com a política industrial vigente no país, e é o máximo aceitável sem pôr em risco empregos e investimentos da cadeia automotiva nacional”, acrescenta Calvet.

* Com informações da Estadão Conteúdo e Anfavea.

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