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Nem chuva dos últimos dias ajuda a amenizar perdas da seca no Norte do ES

Nem chuva dos últimos dias ajuda a amenizar perdas da seca no Norte do ES

Agronegócio continua acumulando prejuízos em função do longo período de estiagem; confira

Publicado em 12 de janeiro de 2024 às 17:11

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Baixo volume de chuva faz bancos de areia aparecerem no Rio Doce
Baixo volume de chuva faz bancos de areia aparecerem no Rio Doce. (Heriklis Douglas)

As chuvas dos últimos dias de dezembro do ano passado e do começo deste mês de janeiro não foram suficientes para reverter a seca enfrentada nas regiões Norte e Noroeste do Espírito Santo, e o agronegócio continua acumulando prejuízos em função do longo período de estiagem.

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (FAES), Júlio Rocha, quantifica as perdas para os produtores. “Em termos de valor, fica em torno de 30% do total. Todos foram prejudicados. Já tem a questão da florada, então, os grãos chocham. E a pecuária também foi muito prejudicada, mesmo com a chuva (recente).”

Ele explica que, quando as chuvas vieram, “o pasto velho estava como um feno em pé, seco”, e que essa pastagem apodreceu, mas os brotos que crescem a partir daí não são bem assimilados pelo organismo dos animais. Muitos passam mal e demoram a recuperar o peso.

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Nesses últimos dias, o preço da carne ao produtor teve uma reação positiva, não significativa, mas teve, porque a demanda cresceu. O mercado absorve mais carne, mas não tem para entregar. Os animais que estavam para ser abatidos perderam peso. Então, tem que esperar um tempo para que o pasto tenha a resposta vegetativa e para o animal se recuperar

Júlio Rocha
Presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Espírito Santo (FAES)
Aspas de citação

O coordenador de meteorologia do Incaper, Hugo Ramos, explica que a atuação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, sobretudo na virada de ano, contribuiu para a intensificação das chuvas, mas a precipitação não foi suficiente para reverter os danos causados pela estiagem desde outubro — quando se inicia, geralmente, o período chuvoso. O acumulado de chuvas, segundo o especialista, foi de cerca de 80 mm no extremo Norte capixaba e, vindo em direção ao Rio Doce, entre 160 mm e 170 mm.

Nem chuva dos últimos dias ajuda a amenizar perdas da seca no Norte do ES

“Houve um retardamento do início do período de chuva. Segurou um pouco 'as pontas' para não agravar o processo, mas ainda não foi suficiente para cobrir o que se esperava do período de chuva. Nos meses de novembro e dezembro, geralmente chove em torno de 150 mm por mês, mas a gente só teve isso no final de dezembro e começo de janeiro.”

Ele pontua ainda que há uma expectativa de melhora do cenário, mas que a análise completa, que permitirá ter um indicativo do cenário enfrentado nos próximos meses, só poderá ser feita em março. O mês de fevereiro, Ramos observa, não costuma trazer grandes acumulados de chuva.

“Com as chuvas de janeiro e março, a gente consegue fazer uma análise mais completa, até porque, em abril, começa o período seco, e a população tem que acompanhar esse balanço (para entender o que vem pela frente).”

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