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Publicado em 14 de junho de 2022 às 18:11
A Companhia Espírito-Santense de Saneamento (Cesan) quer reduzir em oito pontos percentuais o desperdício na distribuição de água. A meta é de passar dos atuais 38% para 30% até 2028. Para isso, a estatal deve realizar investimentos na ordem de R$ 360 milhões. >
O primeiro passo para o cumprimento do objetivo será dado em agosto, com o lançamento de uma licitação para reduzir o desperdício nos municípios de Guarapari, Viana e Vitória. Neste caso, o aporte será de R$ 120 milhões.>
Ainda no segundo semestre será lançado outro edital para cuidar de perdas de Cariacica, Serra e Vila Velha, com investimento de R$ 240 milhões. A contratação dos dois serviços será feita até 2023. >
O anúncio foi feito pelo presidente da Cesan, Carlos Aurélio Linhalis (Cael), durante o lançamento oficial da editoria Atitude Sustentável do site A Gazeta, que tem como objetivo divulgar iniciativas de sustentabilidade, meio ambiente e responsabilidade social. O encontro aconteceu no início da tarde desta terça-feira (14) no auditório da Rede Gazeta.>
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Entre as companhias de saneamento estaduais, a do Espírito Santo está entre as dez com menor percentual de perdas, conforme destaca Cael. >
“São duas vertentes: uma na distribuição, na produção, na estrutura, e outra por clandestinidade. As pessoas estão vivendo e precisam de água e, às vezes, a estrutura de medição e cobrança não chega em sua amplitude em suas residências. É um grande desafio de investimento. Esperamos estes dois contratos na rua até o final do ano para que a partir de 2023 a gente amplie cada vez mais. É bom lembrar que este retorno só poderá ser sentido nos próximos três ou quatro anos. O desafio é grande”, ressaltou. >
A iniciativa é uma das metas estabelecidas pelo Marco Regulatório do Saneamento Básico, que prevê diversos objetivos a serem cumpridos até 2033. Até esta data, a Cesan espera ter 90% de coleta e tratamento de esgoto, que hoje está em cerca de 65%, e 99% de água tratada em áreas urbanas. A autarquia está presente em 53 municípios capixabas. >
“Ainda temos dez anos para atingir esta meta, mas nossa expectativa é de que o marco seja atingido em cinco anos. Em quatro anos, estamos alcançando R$ 1,6 bilhões de investimentos em ampliação e implantação de redes de água e coleta e tratamento de esgoto, alavancando o desenvolvimento socioambiental e econômico do Estado”, ressalta Cael.>
O evento realizado nesta terça-feira (14) na Rede Gazeta contou ainda com o painel e lançamento do livro: “Águas: Distintos Olhares”. Também participaram do encontro o professor Valmir Pedrosa, o diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio Ahnert, e o CEO ArcelorMittal Aços Planos América do Sul, Jorge Oliveira.>
"A nova editoria nasceu durante um outro evento da empresa, o Vitória Summit, onde muitos dos expositores falaram sobre meio ambiente e sustentabilidade. Amadurecemos ideia, como fizemos com outros temas como finanças pessoais, violência contra a mulher e agronegócios. Queremos mostrar os problemas e histórias que envolvam essa temática", ressalta a editora-chefe de A Gazeta e CBN, Elaine Silva. >
OUTRAS INICIATIVAS SUSTENTÁVEIS>
Para o professor Valmir Pedrosa, pequenas iniciativas podem transformar o mundo em um local mais sustentável. O cidadão, de uma forma geral, precisa se informar de onde vem a água, o que ele consome, entre outros pontos. Segundo ele, um dos desafios acadêmicos é a formação de recursos humanos no setor e produção de conhecimentos. >
“Não é necessário ter raiva da indústria ou do produtor rural. A sociedade precisa de aço, de algodão, do plástico e outros produtos. São necessárias iniciativas para que haja crescimento com sustentabilidade. Hoje já é possível ter casas inteligentes, reúso da água da chuva”, comenta Pedrosa.>
Já o CEO da ArcelorMittal, Jorge Oliveira, lembrou sobre a importância de diálogo, interação e entendimento para a construção de soluções que levam à sustentabilidade. Em sua fala, o executivo lembrou dos investimentos da companhia para a dessalinização da água. >
“Buscamos tecnologia e no ano passado inauguramos a maior planta deste tipo dentre as unidades do grupo e do Brasil. O Espírito Santo é protagonista neste processo. Temos ainda o projeto de recuperação de nascentes, que foi um conjunto de forças, que está gerando frutos. É prazeroso fazer parte disto”, comenta. >
O diretor-presidente da Agência Estadual de Recursos Hídricos (Agerh), Fábio Ahnert, fez uma avaliação sobre as consequências das mudanças climáticas que o mundo atravessa e seus efeitos já podem ser sentidos no Espírito Santo, como é o caso de grandes volumes de chuva. >
“Vivenciamos com cada vez mais frequência eventos hidrológicos intensos. Tivemos crise hídrica forte entre 2014 e 2016 e em 2020 chuvas intensas que quase destruíram cidades do Sul do Estado. De 10 anos para cá, a ocorrência tem aumentado e a intensidade também. Isso traz para nós um senso de urgência e atenção especial de que precisamos criar mais resiliência nas bacias hidrográficas para que ela esteja preparada para absorver os impactos desses eventos intensos”, destaca. >
Para ele, programas de reflorestamento, reuso de água pelas empresas, e o uso inteligente do solo podem ajudar neste processo. “Com projetos e esforços, não tenho dúvida que o Espírito Santo vai se tornar referência”, finalliza. >
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