Publicado em 17 de setembro de 2024 às 11:08
A valorização de shoppings, galpões logísticos e escritórios tem impulsionado o mercado de fundos imobiliários, os FIIs, no Brasil. Fundos de papel, que aplicam o patrimônio dos cotistas em instrumentos financeiros do setor imobiliário, também têm apresentado bons resultados, afirmam analistas. Por outro lado, a perspectiva de cortes de juros pelo Federal Reserve (FED), banco central norte-americano, não serem acompanhados pelo Banco Central é vista com preocupação.>
Recomendados por analistas para diversificar a carteira, os fundos são mais indicados para perfis arrojados, afirma Jayme Carvalho, economista-chefe da plataforma de planejamento financeiro SuperRico. Carolina Borges, analista de FIIs da EQI Research, recomenda a aplicação de uma fatia nesse tipo de investimento, mas adverte que perfis mais cautelosos podem não se sentir confortáveis.>
Dentre os principais riscos que podem afetar os resultados estão inadimplência de inquilinos, desocupação dos imóveis e possíveis custos para mantê-los. Os fundos imobiliários são compostos por investimentos no setor, sem a necessidade de comprar os imóveis fisicamente. As cotas são negociadas na Bolsa de Valores da mesma forma que açõesna B3, estão listados 476 FIIs.>
O investidor se torna um dos "donos" de um conjunto de propriedades, administradas por um gestor. Os lucros gerados pela exploração desses imóveis são divididos entre os cotistas, de acordo com a participação de cada um. Os FIIs têm isenção do IR (Imposto de Renda), desde que o cotista tenha menos de 10% do fundo. É possível investir a partir de valores baixos, como R$ 10, mas grande parte das cotas são negociadas a partir de R$ 100.>
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Entre os "fundos de tijolo", voltados para empreendimentos físicos, têm apresentado bons resultados em 2024 os que investem em escritórios, galpões logísticos e shoppings centers, segundo Daniel Marinelli, especialista em fundos imobiliários do banco BTG Pactual.>
Para Marinelli, devido ao retorno dos trabalhadores ao regime presencial, os escritórios têm tido maior nível de ocupação. Galpões logísticos também estão com bom desempenho, atingindo 9,3% de taxa de vacância, de acordo com dados do BTG.>
Carolina Borges destaca o BTLG11, fundo gerido pelo BTG Pactual, que tem como inquilinos empresas como Assaí, Amazon e Ambev. "Recentemente, o fundo anunciou a aquisição de mais 11 imóveis logísticos, com remuneração superior à média do portfólio. O movimento foi bem recebido pelo mercado", diz.>
Os investimentos em shoppings foram beneficiados pelo aumento de vendas no primeiro trimestre, diz Marinelli. Segundo o Índice de Performance do Varejo (IPV), em março de 2024 houve crescimento de 11% no faturamento do setor em comparação com o mesmo período no ano anterior.>
Nos fundos de shopping do Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix), da B3, o FII XPML11, gerido pela XP Investimentos, teve rendimento de 2% entre janeiro e agosto deste ano, segundo dados da plataforma Economatica. Nos últimos 12 meses, o número sobe para 12,9%. O fundo tem participação em 24 empreendimentos distribuídos por nove estados do país, como Shopping Cidade São Paulo, Tietê Plaza Shopping, Plaza Sul Shopping, Shopping Metropolitano Barra.>
Carolina, da EQI também destaca os fundos de galpões. Com o aquecimento desses setores, afirma, o investidor se beneficia. "Não se pode desvincular a receita da empresa que está pagando os aluguéis da receita do fundo imobiliário", diz.>
Os fundos de papel atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou à inflação também são indicados pelos analistas. "São os melhores posicionados hoje. Os fundos de papel estão rendendo uma média de 6% no acumulado do ano", diz Carolina. "O cenário dos fundos de papel pode ser visto com otimismo, principalmente aqueles de baixo a médio risco, que rendem boa remuneração", afirma.>
Daniel Marinelli, do BTG Pactual, afirma que a atual taxa de juros dificulta a emissão de novas cotas e a chegada de investidores. "Quando analisamos os dados de julho, com a expectativa de juros elevados, notamos 13% a menos de ofertas.">
Este cenário tem impacto sobre o investidor, afirma Carolina. "O investidor acaba olhando bastante para a taxa Selic, que é de curto prazo, e historicamente, o setor se torna mais competitivo com os juros caindo no Brasil.">
Fundos de papel:>
Fundos de fundos (FOFS)>
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