Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 14:37
O Rio Branco foi condenado a pagar uma multa de R$ 1.000,00 pelo uso de sinalizadores durante a partida contra Desportiva na 2° rodada do Campeonato Capixaba, em decisão proferida pelo Tribunal de Justiça Desportiva do Espírito Santo (TJD-ES). A punição foi aplicada com base no artigo 213, inciso I, do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que responsabiliza os clubes por falhas na segurança e prevenção de incidentes nos estádios.
Inicialmente, o relator do caso havia estipulado uma multa correspondente a um décimo do salário mínimo, valor que ficaria em torno de R$ 140,00. No entanto, um voto divergente aumentou a penalidade para R$ 1.000,00, sob a justificativa de que um valor muito baixo não teria um efeito educativo e preventivo adequado.
Segundo o auditor do (TJD-ES), Leonardo Garcia, a punição tem um caráter pedagógico. "Se o valor fosse irrisório, o clube poderia tratar o incidente como algo trivial e não tomaria medidas para evitar situações semelhantes no futuro. Inclusive, o uso de sinalizadores dentro do estádio representa um risco significativo à segurança dos torcedores, podendo causar queimaduras e outros acidentes", afirmou.
Outro fator levantado pelo auditor foi a composição da torcida presente no jogo, formada exclusivamente por mulheres e crianças. Leonardo Garcia acredita que a vulnerabilidade desse público tornou o episódio ainda mais preocupante, gerando um alerta para a necessidade de um controle mais rigoroso na entrada de objetos proibidos nos estádios.
Durante o julgamento, representantes do Rio Branco alegaram que, assim que os sinalizadores foram acesos, os próprios dirigentes solicitaram que fossem apagados. Apesar disso, o Tribunal considerou que a falha na fiscalização já havia ocorrido, uma vez que os itens proibidos conseguiram entrar no estádio.
O clube ainda pode recorrer da decisão junto ao Pleno do TJD-ES, mas dificilmente conseguirá reverter completamente a condenação, já que a infração foi reconhecida e está devidamente registrada na súmula do jogo.
O episódio reacende o debate sobre punições mais severas para o uso de sinalizadores em eventos esportivos. Em competições internacionais, como as organizadas pela Conmebol, clubes como Flamengo, Cruzeiro e Atlético-MG já foram penalizados com multas milionárias e até perda de mando de campo por episódios semelhantes.
No Espírito Santo, essa foi a primeira vez que um caso desse tipo foi julgado na atual gestão do tribunal. A decisão, além de punir o Rio Branco, serve como alerta para que outros clubes reforcem a segurança e evitem infrações que possam prejudicar a continuidade do futebol capixaba.
"Caso novas infrações ocorram, medidas mais severas, como jogos com portões fechados, poderão ser aplicadas no futuro. A expectativa é que as equipes invistam em campanhas de conscientização e reforcem a fiscalização para garantir um ambiente seguro nos estádios", declarou Leonardo.
Questionado sobre o ocorrido e se investe em medidas preventivas, o Rio Branco se manifestou por meio de nota oficial em que informa o comprometimento do clube com a segurança de seus torcedores e de todos os presentes em uma partida de futebol. Confira a nota completa.
“O Rio Branco sempre prezou pela segurança e pela ordem em toda a extensão do estádio. Para isso, realiza revistas na entrada dos torcedores e promove reuniões com as torcidas organizadas a fim de promover a conscientização geral sobre os riscos que os sinalizadores trazem, bem como os prejuízos que podem causar à partida.
Após o ocorrido na partida contra a Desportiva, o Rio Branco intensificou as revistas na entrada do estádio e aumentou o efetivo de profissionais da segurança presentes nas arquibancadas a fim de evitar que a torcida entrasse com sinalizadores e os acendesse. Além destas medidas repressivas, o clube realizou reuniões com as torcidas organizadas, com a finalidade de colaboração e conscientização. Também foi reforçada a comunicação sobre a proibição dos sinalizadores nas redes sociais e no telão eletrônico do Estádio Kleber Andrade.
O ocorrido no jogo contra a Desportiva tratou-se de um caso isolado, e fato é que em nenhuma outra partida do Rio Branco essa prática voltou a acontecer. Portanto, há que se destacar o sucesso nas ações de prevenção e repressão às citadas práticas”.
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