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Como a queda de uma árvore parou o trânsito de toda a Grande Vitória

Como a queda de uma árvore parou o trânsito de toda a Grande Vitória

Especialista em trânsito aponta que região tem poucas vias de acesso entre os municípios, o que intensifica os transtornos

Publicado em 12 de dezembro de 2019 às 11:47

Trânsito em Bairro de Fátima, na Serra Crédito: Gilmar Newlan

Para quem não mora na Grande Vitória, é até difícil de acreditar, mas a queda de uma árvore na avenida Norte Sul, na Serra, que aparentemente seria uma ocorrência simples, levou um caos enorme para o trânsito. Teve motorista que demorou mais de cinco horas para fazer o deslocamento de Vitória para a Serra na noite desta quarta-feira (11), o que mostra que o trânsito da Grande Vitória é cheio de gargalos.

“Nós temos poucas vias de acessos intermunicipais na Grande Vitória e essas poucas vias são estreitas e com muitos semáforos que poderiam ser substituídos por mergulhões, por alguns viadutos. A frota de veículos cresce, mas a malha viária permanece estática”, afirma o especialista em Trânsito Ronaldo Gaudio, apontando os fatores que colaboraram para aumentar o transtorno.

A confusão começou por volta das 16h30. O responsável por um terreno particular fazia poda em uma árvore. Parte dela caiu e bloqueou a Norte Sul, bem próximo do horário de pico.

"Quando a árvore caiu, agentes de trânsito que estavam próximos identificaram não só o estrondo, mas também faíscas na rede elétrica e prosseguiram ao local. Verificaram o risco e fizeram a interdição da via para preservar a integridade das pessoas", lembra o secretário de Defesa Social do município, Maximiliano Werneck.

Entre Vitória e Serra, só há dois caminhos diretos: a Norte Sul e a BR 101. Com a Norte Sul bloqueada, os veículos que passariam pelo trecho foram desviados na rua lateral à UPA de Carapina e também precisaram trafegar pela 101.

Com isso, a rodovia federal se tornou o único caminho direto viável entre Vitória e Serra, justamente no horário de maior movimentação, e ficou ainda mais saturada. Os dois sentidos da Norte Sul ficaram bloqueados e a pista só foi liberada depois das 20h.

Queda de árvore interdita a Rodovia Norte e Sul, na Serra Crédito: Internauta | A Gazeta

“Por que tanta demora para fazer a retirada de uma árvore? Então, nós vemos que não é algo que necessite de um grande maquinário. Além disso, é preciso imediatamente desviar o fluxo, oferecendo alternativas para o motorista”, critica Gaudio.

Nem mesmo o Corpo de Bombeiros, acionado para a ocorrência, escapou do congestionamento. Os militares ficaram presos no engarrafamento e só conseguiram chegar ao local quase três horas depois do acionamento. Às 20h, a ocorrência ainda afetava não só os acessos à Serra, mas também a avenida Fernando Ferrari, a orla de Camburi e a Reta da Penha, ambas em Vitória.

COMO RESOLVER 

O especialista em Trânsito Ronaldo Gaudio cita soluções a longo prazo para resolver ou pelos menos minimizar os transtornos gerados por ocorrências como a queda da árvore, entre elas o alargamento das vias, com desapropriações de terrenos vizinhos, a criação de novos acessos e investimento em transporte público. “Existem estudos que mostram que, para cada ônibus em boa situação colocado em circulação, 30 veículos são retirados das vias”, destaca.

Uma obra que vai desafogar o trânsito da Grande Vitória é a construção do Contorno do Mestre Álvaro, previsto para ser entregue em 2021, já que ele vai liberar gargalos da BR 101. “Mas é preciso construir essa via pensando em muitas outras que devem ser construída, levando-se em consideração o aumento constante na frota de veículos”, ressalta Gaudio.

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