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Cinco dias após enxurrada, moradores se unem para limpar Alfredo Chaves

Cinco dias após enxurrada, moradores se unem para limpar Alfredo Chaves

O temporal da última sexta-feira (17) destruiu pontes, invadiu casas, escolas e o comércio local, entre outros prejuízos

Publicado em 22 de janeiro de 2020 às 20:33

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Moradores se unem para limpar Alfredo Chaves após as chuvas. (Reprodução / TV Gazeta)

Cinco dias após o temporal que destruiu casas, comércios e pontes, a lama e o lixo continuam espalhados pelas ruas de Alfredo Chaves, no Sul do Espírito Santo. No entanto, os moradores vêm se unindo para, aos poucos, tentar reerguer a cidade. Em busca de um recomeço, eles formam mutirões para limpar ruas e casas.

"A população ajuda bastante, está sendo solícita. Eles vão com vassouras para as ruas. O povo está sendo solícito não só no aspecto de ajudar a limpar, como também com donativos, comida, almoço", disse o prefeito Fernando Lafayette.

Para ajudar na melhoria da situação, carros-pipa - cedidos também por outras prefeituras - fazem o abastecimento de água no local e um trator ajuda a recolher a lama das ruas.

O nível do rio Benevente chegou a subir cerca de seis metros, segundo a Defesa Civil municipal. Agora, com a água mais baixa, o que se vê é um rastro de estragos. Pelo menos 17 pontes cederam no município. A Defesa Civil tem monitorado áreas de encostas porque há previsão de mais chuva.

"Vamos ver, Deus vai nos ajudar dando saúde. Hoje eu tinha até medico em Vitória e não fui, não tinha como ir. Fiquei sem roupa, sem nada", contou a aposentada Regina Celi Suzana. Na casa dela, a água ultrapassou a altura do muro.

A Casa Lar do Idoso de Alfredo Chaves também foi devastada. Treze idosos precisaram ser resgatados de barco pelo Corpo de Bombeiros. Mas, antes disso, tiveram que aguardar longas horas sem assistência na lavanderia do local, que fica no segundo andar.

"É um espaço pequeno, com tanque, máquina de levar, onde eles ficaram por 18 horas sem água e sem comida", lembra a coordenadora da casa, Claudia Denadai. Os idosos foram levados para uma casa que foi emprestada para o asilo. Agora o trabalho é para reconstruir tudo de novo.

Moradores se unem para limpar Alfredo Chaves após as chuvas. (Reprodução / TV Gazeta)

ESCOLA AGRÍCOLA

No bairro Imigrantes funciona a escola agrícola de Alfredo Chaves, que também foi tomada pela lama. A secretaria e a biblioteca foram invadidas. Livros, documentos e equipamentos foram perdidos. Bombas d'água, assim como o viveiro e experimentos de fruticultura foram devastados pela enxurrada, somando um prejuízo de R$ 25 mil.

Mais de cem alunos estudam na escola. Por isso, o trabalho agora é para garantir que as aulas possam ser iniciadas em fevereiro, conforme era previsto.

"Nós vamos trabalhar com as famílias, com parceiros, com doações, para que a gente possa ter um calendário. É claro que há a questão de segurança, pois é possível que volte a chover, mas estamos trabalhando para iniciar as aulas no dia 3 de fevereiro com as turmas agendadas", afirmou o diretor da escola, Reginaldo Lovati.

COMÉRCIO

O comércio foi devastado pela enxurrada e muitos produtos foram perdidos. A Associação Comercial de Alfredo Chaves ainda não consegue calcular o tamanho do prejuízo.

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Não há previsão de quando vamos voltar a funcionar. No momento, ainda estamos vivendo a situação, vai demorar a voltar ao normal

Valtamir Grassi
vice-presidente da Associação Comercial do município
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Moradores se unem para limpar Alfredo Chaves após as chuvas. (Reprodução / TV Gazeta)

VÍTIMAS

Três pessoas morreram em Alfredo Chaves em decorrência da tempestade da última sexta-feira (17). Entre as vítimas está o casal de idosos Antônia Belarmino e Osvaldo Barbosa, que já foram enterrados. O neto deles, Luan da Silva Barbosa, de 30 anos, também foi soterrado, mas foi resgatado por moradores.

Em um vídeo, ele contou como tudo aconteceu. "Quando eu abri o portão do muro onde eu estava a lama já veio e me pegou. Não tive tempo de correr, não tive tempo de pensar, não tive tempo para nada. Minha sorte maior foi estar com o celular na mão. Minha tia ligou e consegui atender o telefone e pedir socorro", lembra-se.

Com informações do G1/ES

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