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Servidor suspeito de desviar verba pública no Sul do ES é preso novamente

Servidor suspeito de desviar verba pública no Sul do ES é preso novamente

Leandro José Santos Santana é réu em ação penal que julga supostos desvios de recursos da Câmara de Vereadores de Rio Novo do Sul

Publicado em 9 de outubro de 2025 às 11:52

Acusado de participar de uma fraude de R$ 545 mil contra os cofres da Câmara de Vereadores de Rio Novo do Sul, o servidor Leandro José Santos Santana teve nova prisão preventiva decretada pela Justiça capixaba e voltou para a cadeia na última quarta-feira (8).

Denunciado em março deste ano e preso em junho, ele havia conseguido um habeas corpus para responder em liberdade, sendo monitorado apenas por tornozeleira eletrônica.

MPES investiga crimes na Câmara de Rio Novo do Sul
MPES investiga crimes na Câmara de Rio Novo do Sul Crédito: MPES

Leandro é réu, junto ao vereador Rodolpho Longue Diir e ao também funcionário público Daniel da Silva, na ação penal que julga um suposto esquema, desbaratado pela Operação Sangria. Eles são acusados de desviar recursos do município, de associação criminosa e de peculato, inclusive digital.

A decisão sobre novo encarceramento é da 2ª Câmara Criminal, que atendeu a um recurso do Ministério Público do Espírito Santo (MPES). Segundo o órgão ministerial, a soltura do funcionário público representava um risco à ordem pública e à aplicação da lei.

Na sua decisão, o desembargador responsável por analisar o pedido de medida cautelar do órgão ministerial destacou que as denúncias contra Leandro são de extrema gravidade e apontam "sofisticação e audácia". Ele teria, de acordo com as peças acusatórias, manipulado sistemas públicos para falsificar documentos oficiais e encobrir desvios. O magistrado afirma que a soltura de Leandro foi "teratológica (absurda) e uma manifestação ilegal".

Decisão anterior

Em determinação de primeira instância, em junho, Leandro também havia sido afastados das funções, tendo 30% dos salários descontados da folha de pagamento mensalmente para o ressarcimento dos cofres públicos. Na ocasião, apenas ele foi preso, enquanto Rodolpho e Daniel receberam tornozeleira eletrônica.

"As investigações demonstraram que os denunciados Rodolpho, Leandro José e Daniel, estavam umbilicalmente associados para a prática ordenada de cometerem desvios de verbas públicas em prejuízo da Câmara Municipal de Rio Novo do Sul", afirma denúncia do MPES à Justiça.

A promotoria também alega que Leandro e Daniel emprestavam dinheiro com a cobrança de juros exorbitantes com a finalidade de lavar dinheiro. "A partir do esquema fraudulento articulado para desviar dinheiro público da Câmara Municipal, utilizavam-se da agiotagem para mascarar a origem ilícita dos valores em espécie por conta bancária de um dos envolvidos, livrando-se do papel moeda para viabilizar o branqueamento do dinheiro em espécie, em atividade típica de lavagem de ativos", diz o Ministério Público.

Com base nas provas obtidas pelas investigações, o órgão denunciou os agentes públicos pelos seguintes crimes:

  • Rodolpho Longue Dirr:  Associação criminosa, peculato e não repasse de contribuições à Segurança Social; 
  • Leandro José Santos Santana: Associação criminosa, peculato, não repasse de contribuições à Segurança Social, falsificação de documento público e peculato digital; 
  • Daniel da Silva: Associação criminosa e peculato.

Além da condenação e devolução dos recursos desviados, o MPES pede que os acusados também sejam multados em R$ 1.091.829,78 por danos morais coletivos.

O caso foi investigado pela Promotoria de Justiça de Rio Novo do Sul, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPES) e do Núcleo de Inteligência da Assessoria Militar.

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