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Rigoni recebe convite de 3 partidos e não descarta disputar contra Casagrande

Rigoni recebe convite de 3 partidos e não descarta disputar contra Casagrande

Deputado federal tem convites para se filiar a PSD, PSDB e DEM. Para Rigoni, há um "vácuo" de lideranças políticas no ES

Publicado em 19 de julho de 2021 às 18:54

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Felipe Rigoni diz que tem o respeito de Casagrande, de quem é amigo pessoal, mas não descarta o ter como adversário nas eleições de 2022
Felipe Rigoni diz que tem o respeito de Casagrande, de quem é amigo, mas não descarta ser adversário do governador nas eleições de 2022. (Luís Macedo/Câmara dos Deputados)
Rafael Silva
Repórter de Política / [email protected]

Já liberado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para deixar o PSB, o deputado federal Felipe Rigoni (ainda no partido) está conversando com DEM, PSDB e PSD para ser candidato a governador em 2022. Correligionário do atual governador, Renato Casagrande (PSB), de quem é amigo da família – o filho do governador foi chefe de gabinete de Rigoni no primeiro ano de mandato –, o parlamentar não descarta uma disputa com o socialista e afirma que quer construir um grupo de novas lideranças políticas no Estado.

Rigoni mantém conversas desde abril, quando recebeu o aval do TSE, com o DEM e com o PSDB. Recentemente, o PSD, do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro Gilberto Kassab, também abriu as portas para o deputado, que espera se filiar "o mais rápido possível" a uma nova sigla. Os convites de DEM e PSDB passam por tratativas com lideranças nacionais desses partidos e, de acordo com Rigoni, também envolvem uma possível candidatura ao Palácio Anchieta.

O parlamentar diz que, mais do que disputar o governo, seu principal objetivo é estar em um partido que possa reunir jovens lideranças políticas.

"O Espírito Santo vive uma espécie de vácuo de lideranças. Depois de Paulo (Hartung) e Renato (Casagrande), que foram duas grandes e boas lideranças que ainda temos aqui no Estado, você não vê mais surgindo um grupo com bons quadros para pensar o Estado e fazer dele um lugar melhor. Seja lá o partido em que eu estiver, quero transformar ele em uma casa daqueles que querem se juntar, sem polarizações, para pensar o Espírito Santo", afirma.

Apesar das divergências com o PSB, que o puniu em 2019 por ter votado a favor da Reforma da Previdência, contrariando a orientação do partido, o deputado e Renato Casagrande mantêm boa relação. Rigoni é amigo de Victor Casagrande, que chefiou seu gabinete até fevereiro de 2020, antes de ir para a iniciativa privada.

Para o deputado, Casagrande faz um governo de muitas entregas, mas que peca no incentivo à economia voltada às novas tecnologias. Ele não descarta disputar a eleição contra o atual governador. Internamente, o PSB trabalha com a possibilidade de reeleição de Casagrande, que ainda não se posicionou, categoricamente, como pré-candidato à reeleição em 2022.

"A minha relação com o Renato é de muito respeito e muito diálogo. Sou amigo pessoal dele e da sua família. Mesmo assim, nunca me furtei de fazer críticas ao governo. Se vai ser uma candidatura crítica a ele ou não, não tem como saber neste momento. Ele faz um governo de entregas, mas tem coisas que poderia melhorar, naquilo que se relaciona às novas tecnologias e nos desafios das questões sociais e da educação pública", aponta.

Sergio Majeski, Eduardo Leite, Vandinho Leite e Felipe Rigoni participam de agenda no ES
Sergio Majeski, Eduardo Leite, Vandinho Leite e Felipe Rigoni participam de agenda no ES. (Divulgação)

PALANQUE PRESIDENCIAL

A construção de candidaturas próprias ao governo estadual passa pelas articulações nacionais dos partidos para formar chapas com outras siglas em torno de um candidato a presidente. Entre os diretórios capixabas, apenas o PSD confirma que quer ter candidato a governo em 2022.

O deputado federal Neucimar Fraga (PSD), presidente da Executiva estadual, afirma que Rigoni é uma das possibilidades. A outra, segundo ele, passa pelo prefeito de Linhares, Guerino Zanon (MDB), também cotado para disputar o Palácio Anchieta no ano que vem.

Rigoni tem conversado com o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que está em vias de se filiar ao PSD.

No PSDB, Rigoni já participou no final de junho de um evento promovido pelo diretório estadual. Ele esteve em agendas no Estado com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que é cotado para disputar a Presidência da República em 2022. Leite também visitou o Palácio Anchieta e conversou com Casagrande.

A aposta no ninho tucano capixaba é que Rigoni se filie ao partido, segundo dirigentes ouvidos pela reportagem. O "entrave", contudo, é a indefinição nacional quanto ao candidato à presidência do PSDB, que vai fazer em outubro uma prévia para decidir quem vai disputar o Planalto. Além de Eduardo Leite, o senador Tasso Jeiressati e o governador de São Paulo, João Doria, são cotados para a vaga. A depender do nome escolhido, pode haver mudanças na postura dos tucanos capixabas.

Já no DEM, o principal fiador de Rigoni no partido é o ex-senador Ricardo Ferraço, que atualmente preside o diretório estadual. Ferraço está em Brasília. A reportagem tentou, mas não conseguiu falar com ele.

Para Rigoni, o ideal é que a filiação aconteça nas próximas semanas. A saída do PSB depende apenas de questões burocráticas no TSE. Quanto a dar palanque a presidenciáveis em 2022, ele afirma estar acompanhando alguns nomes entre as opções para uma terceira via.

"O que não quero é ficar preso ao bolsonarismo ou ao lulismo. (Entre os cotados à presidência) sou próximo do Eduardo Leite e também converso bastante com o presidente do Senado, Renato Pacheco (DEM). Tem outros que estão tentando se lançar, o PSDB ainda tem prévias. O que é certo é que não estarei com Bolsonaro, nem com Lula e quero trabalhar uma terceira via", diz o deputado.

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