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Publicado em 19 de julho de 2021 às 18:54
Já liberado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para deixar o PSB, o deputado federal Felipe Rigoni (ainda no partido) está conversando com DEM, PSDB e PSD para ser candidato a governador em 2022. Correligionário do atual governador, Renato Casagrande (PSB), de quem é amigo da família – o filho do governador foi chefe de gabinete de Rigoni no primeiro ano de mandato –, o parlamentar não descarta uma disputa com o socialista e afirma que quer construir um grupo de novas lideranças políticas no Estado. >
Rigoni mantém conversas desde abril, quando recebeu o aval do TSE, com o DEM e com o PSDB. Recentemente, o PSD, do ex-prefeito de São Paulo e ex-ministro Gilberto Kassab, também abriu as portas para o deputado, que espera se filiar "o mais rápido possível" a uma nova sigla. Os convites de DEM e PSDB passam por tratativas com lideranças nacionais desses partidos e, de acordo com Rigoni, também envolvem uma possível candidatura ao Palácio Anchieta.>
O parlamentar diz que, mais do que disputar o governo, seu principal objetivo é estar em um partido que possa reunir jovens lideranças políticas.>
"O Espírito Santo vive uma espécie de vácuo de lideranças. Depois de Paulo (Hartung) e Renato (Casagrande), que foram duas grandes e boas lideranças que ainda temos aqui no Estado, você não vê mais surgindo um grupo com bons quadros para pensar o Estado e fazer dele um lugar melhor. Seja lá o partido em que eu estiver, quero transformar ele em uma casa daqueles que querem se juntar, sem polarizações, para pensar o Espírito Santo", afirma.>
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Apesar das divergências com o PSB, que o puniu em 2019 por ter votado a favor da Reforma da Previdência, contrariando a orientação do partido, o deputado e Renato Casagrande mantêm boa relação. Rigoni é amigo de Victor Casagrande, que chefiou seu gabinete até fevereiro de 2020, antes de ir para a iniciativa privada.>
Para o deputado, Casagrande faz um governo de muitas entregas, mas que peca no incentivo à economia voltada às novas tecnologias. Ele não descarta disputar a eleição contra o atual governador. Internamente, o PSB trabalha com a possibilidade de reeleição de Casagrande, que ainda não se posicionou, categoricamente, como pré-candidato à reeleição em 2022.>
"A minha relação com o Renato é de muito respeito e muito diálogo. Sou amigo pessoal dele e da sua família. Mesmo assim, nunca me furtei de fazer críticas ao governo. Se vai ser uma candidatura crítica a ele ou não, não tem como saber neste momento. Ele faz um governo de entregas, mas tem coisas que poderia melhorar, naquilo que se relaciona às novas tecnologias e nos desafios das questões sociais e da educação pública", aponta.>
A construção de candidaturas próprias ao governo estadual passa pelas articulações nacionais dos partidos para formar chapas com outras siglas em torno de um candidato a presidente. Entre os diretórios capixabas, apenas o PSD confirma que quer ter candidato a governo em 2022. >
O deputado federal Neucimar Fraga (PSD), presidente da Executiva estadual, afirma que Rigoni é uma das possibilidades. A outra, segundo ele, passa pelo prefeito de Linhares, Guerino Zanon (MDB), também cotado para disputar o Palácio Anchieta no ano que vem.>
Rigoni tem conversado com o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que está em vias de se filiar ao PSD.>
No PSDB, Rigoni já participou no final de junho de um evento promovido pelo diretório estadual. Ele esteve em agendas no Estado com o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que é cotado para disputar a Presidência da República em 2022. Leite também visitou o Palácio Anchieta e conversou com Casagrande.>
A aposta no ninho tucano capixaba é que Rigoni se filie ao partido, segundo dirigentes ouvidos pela reportagem. O "entrave", contudo, é a indefinição nacional quanto ao candidato à presidência do PSDB, que vai fazer em outubro uma prévia para decidir quem vai disputar o Planalto. Além de Eduardo Leite, o senador Tasso Jeiressati e o governador de São Paulo, João Doria, são cotados para a vaga. A depender do nome escolhido, pode haver mudanças na postura dos tucanos capixabas.>
Já no DEM, o principal fiador de Rigoni no partido é o ex-senador Ricardo Ferraço, que atualmente preside o diretório estadual. Ferraço está em Brasília. A reportagem tentou, mas não conseguiu falar com ele.>
Para Rigoni, o ideal é que a filiação aconteça nas próximas semanas. A saída do PSB depende apenas de questões burocráticas no TSE. Quanto a dar palanque a presidenciáveis em 2022, ele afirma estar acompanhando alguns nomes entre as opções para uma terceira via.>
"O que não quero é ficar preso ao bolsonarismo ou ao lulismo. (Entre os cotados à presidência) sou próximo do Eduardo Leite e também converso bastante com o presidente do Senado, Renato Pacheco (DEM). Tem outros que estão tentando se lançar, o PSDB ainda tem prévias. O que é certo é que não estarei com Bolsonaro, nem com Lula e quero trabalhar uma terceira via", diz o deputado.>
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