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O que esperar da corrida eleitoral para o governo do ES em 2022

O que esperar da corrida eleitoral para o governo do ES em 2022

Algumas pré-candidaturas já foram postas, mas não necessariamente estarão nas urnas em outubro. Cenário eleitoral ainda permanece indefinido no Estado e com perspectiva de muitos candidatos, avaliam especialistas

Publicado em 3 de janeiro de 2022 às 07:35

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Pré-candidaturas
Atual cenário para as eleições 2022 conta com muitos pré-candidatos ao governo do Estado. (Montagem A Gazeta)
O que esperar da corrida eleitoral para o governo do ES em 2022

A dez meses das eleições de 2022, o cenário eleitoral no Espírito Santo é incerto e com muitos nomes ao governo do Estado. Neste momento, é normal que vários pré-candidatos se lancem na disputa, o que não quer dizer que todos vão estar nas urnas em outubro.

"Uns não vão vingar porque dependem de acordos nacionais, outros vão se acomodar como vice ou em uma candidatura de deputado. O papel dos pré-candidatos, hoje, é buscar visibilidade, porque muitos crescem com o lançamento do nome ao governo", destaca o cientista político João Gualberto Vasconcellos.

Mas algumas movimentações políticas chamam atenção no tabuleiro capixaba, como o lançamento da pré-candidatura ao governo do presidente da Assembleia Legislativa, Erick Musso (Republicanos).

Erick faz parte de um grupo que vem crescendo no Estado e se tornando uma nova força política: o Republicanos. O partido abriga nomes como o prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini, o deputado federal Amaro Neto, que pode vir candidato ao Senado, o ex-prefeito de Colatina Sergio Meneguelli, que também é uma opção do partido para uma cadeira no Congresso. 

Os recentes anúncios de filiação do deputado federal Felipe Rigoni ao União Brasil (fusão do DEM com o PSL) e do senador Fabiano Contarato ao PT também movimentam as articulações do Palácio Anchieta. Os dois já afirmaram ter interesse em disputar o governo, que hoje está sob o comando de Renato Casagrande (PSB). O socialista deve tentar a reeleição, apesar de ainda não ter se pronunciado sobre o pleito deste ano.

Embora a presença de Paulo Hartung na disputa pelo governo seja praticamente descartada por ele e por interlocutores políticos, diferentes aliados do ex-governador postulam uma vaga na corrida eleitoral deste ano e podem ter o apoio de Hartung. Além disso, a possibilidade de ex-emedebista vir candidato ao Senado também mexe com o cenário no Estado.

"Paulo Hartung é uma pessoa com alta capacidade de articulação. Se ele entrar na disputa ao Senado, ele estimula vários candidatos e concorrer ao governo", afirma o cientista político Fernando Pignaton.

Espera-se, no mercado político, uma eleição competitiva, com grandes chances de ir para o segundo turno e com um cenário difícil de prever neste momento.  "O governo do Renato [Casagrande] é um governo com entregas, mas com limitações, o que deixa o cenário tentador para que vários candidatos se lancem",  pontua João Gualberto.

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Vai ser uma eleição competitiva. Ninguém pode dizer, hoje, quem vai ser o próximo governador do Espírito Santo

João Gualberto Vasconcellos
Cientista político
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Confira uma lista com os nomes (em ordem alfabética) que já circulam no mercado político e podem vir a disputar o governo do Espírito Santo em 2022:

  • Aridelmo Teixeira

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    Aridelmo Teixeira (Novo)

    O empresário e professor disputou as eleições para o governo do Estado em 2018. Na época, era filiado ao PTB. Arildemo é próximo do grupo político de Paulo Hartung e atualmente comanda a secretaria da Fazenda de Vitória, na gestão do prefeito Lorenzo Pazolini. O empresário já começou a percorrer o Estado, mas afirma que pode abrir mão da candidatura para apoiar um outro nome, que pode ser o do presidente da Assembleia, Erick Musso. Aridelmo sinalizou que está fechado com o Republicanos, partido de Erick e Pazolini. Ou seja, vão caminhar juntos no pleito deste ano.

  • Ex-prefeito da Serra Audifax Barcelos em Cachoeiro de Itapemirim

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    Audifax Barcelos (Rede)

    Audifax já começou a percorrer o Estado e se apresenta como pré-candidato ao governo. O partido dele, a Rede Sustentabilidade, também defende a candidatura. Ex-prefeito da Serra, conquistou recall político na Grande Vitória, mas é menos conhecido no interior. Nas redes sociais, já deu algumas alfinetadas na atual gestão do governador Renato Casagrande. Audifax tem dialogado com o prefeito de Linhares, Guerino Zanon (MDB), para a formação de uma chapa. Os dois têm proximidade com o ex-governador Paulo Hartung, de quem Audifax fez parte do secretariado.

  • Ex-deputado federal Carlos Manato

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    Carlos Manato (sem partido)

    O ex-deputado federal Carlos Manato disputou a eleição em 2018 para o governo do Estado e ficou em segundo lugar. No Espírito Santo, é um dos principais nomes do bolsonarismo e já afirmou que disputará o pleito deste ano. Atualmente, Manato está sem partido. Ele pretendia se filiar ao PL, nova legenda de Bolsonaro. Contudo, pode ter um impasse com o diretório estadual, que é comandado pelo ex-senador Magno Malta. Caso Manato não consiga se filiar ao PL, é possível que ele seja candidato pelo PTB, que já garantiu legenda para ele concorrer ao Palácio Anchieta.

  • Ex-vice-governador César Colnago

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    César Colnago (PSDB)

    O ex-vice-governador César Colnago já disse ter intenções de disputar o governo pelo PSDB. No Estado, contudo, o partido é comandado pelo deputado estadual Vandinho Leite, que tem se aproximado cada vez mais do atual governador, Renato Casagrande. Em 2019, Colnago chegou a exercer um cargo comissionado na Secretaria de Saúde. Já no início de 2021, ele foi nomeado para um cargo na Assembleia Legislativa, a convite de Erick Musso. Erick é um dos apadrinhados politicamente por Paulo Hartung, de quem Colnago foi vice-governador no último mandato. 

  • Presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, Erick Musso

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    Erick Musso (Republicanos)

    As especulações sobre a presença de Erick Musso na disputa pelo Palácio Anchieta tomaram corpo em dezembro após ele ser anunciado como pré-candidato ao governo do Estado pelo presidente nacional do partido, Marcos Pereira (Republicanos). Erick já vinha dando indícios que poderia caminhar de um lado diferente do governador Renato Casagrande, com quem chegou a fazer uma aliança (e depois, críticas) após ser reeleito para comandar a Assembleia. Erick está no terceiro mandato à frente do Legislativo, mas é pouco conhecido no Estado. Por isso, já vai começar a percorrer o território capixaba. Ele tem marcado presença na agenda do correligionário e prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini (Republicanos), e conversa com partidos e outros pré-candidatos, entre eles Audifax Barcellos e Guerino Zanon.

  • Senador Fabiano Contarato

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    Fabiano Contarato (PT)

    Em maio de 2021, Contarato recebeu, pessoalmente, o convite do ex-presidente Lula para se filiar ao PT e ser candidato ao governo do Espírito Santo. A filiação foi anunciada meses depois, em dezembro, pelo próprio senador. Contarato não nega o interesse em disputar o Palácio Anchieta este ano e tem apoio do diretório estadual para concorrer, mas a candidatura dele esbarra em articulações nacionais entre o PT e o PSB, legenda do governador Renato Casagrande. Caso ocorra uma aliança entre as siglas para apoiar a candidatura de Lula, o PT teria que abrir mão de lançar candidatos em alguns estados, entre eles o Espírito Santo.

  • Evento aconteceu no TRT-ES

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    Felipe Rigoni (União Brasil)

    O deputado federal Felipe Rigoni se movimenta desde o ano passado para formar um "novo grupo político" no Espírito Santo. O parlamentar, que se elegeu pelo PSB, mesmo partido de Casagrande, anunciou, recentemente, a filiação ao União Brasil (fusão do PSL e DEM). No Estado, a presidência da sigla deve ficar com o ex-senador Ricardo Ferraço, que é próximo do atual governador. Rigoni, contudo, não vê problema em apoiar Casagrande, caso seja uma decisão do partido. Assim como não descarta ser lançado pela legenda para concorrer ao Palácio Anchieta.

  • Prefeito de Linhares, Guerino Zanon

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    Guerino Zanon (MDB)

    O prefeito de Linhares chegou a anunciar no ano passado que deixaria o MDB para que pudesse ter espaço em uma pré-candidatura ao governo. O MDB é comandado pela senadora Rose de Freitas e deve apoiar a reeleição de Casagrande. Até o fim de dezembro, Guerino continuava na legenda, mas era cobiçado por outros partidos, entre eles o PSD, Podemos e PDT. Prefeito de Linhares por cinco mandatos, Guerino tem alinhamento histórico com o grupo político do ex-governador Paulo Hartung. É forte politicamente na região Norte do Estado, mas menos conhecido na Grande Vitória. Guerino também não descarta a formação de uma chapa com Audifax, com quem já se reuniu.

  • Casagrande em evento de transição do exercício do cargo antes de viajar à Escócia para a COP 26

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    Renato Casagrande (PSB)

    O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, ainda não disse se vai disputar a reeleição, mas o mercado político conta com a presença dele nas urnas. Casagrande foi bem avaliado na gestão da pandemia e, para alguns articuladores, tem isso como vantagem, além de ter a máquina na mão. Mas tem recebido críticas, de todos os lados, quando o assunto é segurança pública. Atualmente, o governador conta com uma boa base de partidos aliados, mas alguns podem acabar apoiando outras candidaturas este ano. Um nome que pode "incomodar" Casagrande, ou pelo menos dividir votos, é do senador Fabiano Contarato. Os dois são do mesmo espectro político (centro-esquerda) e, caso não haja uma aliança nacional entre os partidos, devem acabar se enfrentando.

  • Sérgio Majeski, deputado estadual pelo PSB

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    Sergio Majeski (PSB)

    O deputado estadual Sergio Majeski afirmou que pretende ser candidato ao governo, mas falta uma legenda que o receba para montar um projeto. O parlamentar é filiado ao PSB, mas já anunciou que vai deixar o partido. Majeski foi o deputado estadual mais votado em 2018, com 47.015 votos. Apesar de não ser da oposição, faz críticas a atual gestão do governo do Estado. 

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