> >
'Não precisamos de milagre, precisamos de atitude', diz Casagrande

"Não precisamos de milagre, precisamos de atitude", diz Casagrande

Na terça, Jair Bolsonaro, ao ser questionado sobre o número de mortes por coronavírus no país, lamentou, mas disse que não fazia milagres. O governador do ES não citou diretamente o presidente em publicação

Publicado em 29 de abril de 2020 às 10:03

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
O governador Renato Casagrande e o presidente Jair Bolsonaro
Renato Casagrande e Jair Bolsonaro: governador tem reagido a medidas e declarações do presidente. (Helio Filho/Secom|Marcos Corrêa/PR)

Ao defender o isolamento social, o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), reagiu, nesta quarta-feira (29), à declaração do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o combate ao novo coronavírus. Sem citar o nome do chefe do governo federal em publicação nas redes sociais, Casagrande alfinetou: "Não precisamos de milagre, precisamos de atitude". Nesta terça-feira (28), Bolsonaro, ao ser questionado sobre o número de mortes por coronavírus no país, lamentou, mas disse que não tinha o que fazer. "Eu sou Messias, mas não faço milagre", afirmou. 

Na terça, o Brasil bateu o recorde diário de mortes registradas e ultrapassou o número de óbitos da China. No último boletim, o número de mortes era de 5.017, sendo 474 delas registradas entre segunda e terça, segundo o Ministério da Saúde. "E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre", ironizou o presidente, na porta do Palácio da Alvorada.

"O que devemos fazer em época de pandemia é dar nossa contribuição para ampliar o isolamento social", escreveu Casagrande em sua página no Twitter. "Se for necessário sair para uma ação essencial, vamos manter o distanciamento, usar máscara e adotar procedimentos de higiene. Não precisamos de milagre, precisamos de atitude."

Não é a primeira vez que o governador reage a uma declaração ou medida do presidente. No início da pandemia, Casagrande chamou de irresponsável o discurso de Bolsonaro em um pronunciamento em que questionava as medidas de restrição de outros governadores. Ele já declarou que o presidente "mais atrapalha do que ajuda" e que já "perdeu as esperanças em Bolsonaro".

QUESTIONAMENTOS NA PUBLICAÇÃO

Na publicação no Twitter, as pessoas questionaram o fato de o governador defender o isolamento social e, ao mesmo tempo, ter anunciado, no último sábado (25), a previsão de flexibilização da abertura do comércio para o próximo dia 4.  "Governador, como o senhor espera incentivar o isolamento social com a reabertura do comércio? Não é uma perspectiva contraditória?", perguntou uma internauta.

O secretário de Estado de Governo, Tyago Hoffmann, afirmou, em entrevista à TV Gazeta nesta quarta-feira (29), que o Executivo estadual mantém a defesa do isolamento social, para que seja possível a volta, com restrições, do funcionamento das lojas. 

Em pronunciamento nesta terça-feira (28), Casagrande já havia dito que "a possibilidade de abrir o comércio não pode reduzir o isolamento". "Só poderemos, de fato, abrir o comércio se as pessoas se isolarem e pararem de interagir. Precisamos de 55% de isolamento. A vida humana está em primeiro lugar. Se colaborarmos, podemos avançar na (flexibilização da) atividade econômica, mas se não colaborarmos, não temos como avançar."

Também na terça-feira, o secretário de Estado da Saúde, Nésio Fernandes, disse que a abertura do comércio não está garantida, e que o governo avalia diariamente a curva de transmissão do novo coronavírus para tomar a decisão. 

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais