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'Abertura do comércio não está garantida', diz secretário da Saúde

"Abertura do comércio não está garantida", diz secretário da Saúde

Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) registrou 14 óbitos em 24 horas e avalia se é o momento de flexibilizar atividades

Publicado em 28 de abril de 2020 às 21:48

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Secretário Estadual de Saúde, Nésio Fernandes, em entrevista ao programa Bom dia ES, da TV Gazeta, nesta terça-feira (31)
Secretário Estadual de Saúde, Nésio Fernandes. (Reprodução/TV Gazeta)

O número de casos do novo coronavírus (Covid-19) e de mortes registrado nesta terça-feira (28) no Espírito Santo sinaliza uma transmissão acelerada da doença, o que pode adiar a flexibilização do funcionamento do comércio que estava estimada para a próxima segunda (4). 

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) avalia dia a dia a curva de crescimento da contaminação para que o governo possa decidir sobre a liberação da atividade. Independentemente da reabertura dos estabelecimentos comerciais, o distanciamento social ainda é determinante no enfrentamento à pandemia.

Diante dos 14 óbitos que foram contabilizados no Painel Covid-19, o secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, lamentou pelas vítimas, mas disse que os números ainda vão crescer. "A Covid mata e mata muito. As pessoas precisam se dar conta disto: é uma doença infectocontagiosa, prevenível com ações individuais. Estamos desde fevereiro falando que a segunda quinzena de abril e a primeira de maio seriam as mais críticas. É preciso redobrar as medidas do distanciamento", ressalta. 

Questionado se, neste momento em que os registros de novas contaminações e mortes aumentam, não seria o caso de adiar a reabertura do comércio, Nésio Fernandes diz que o governo ainda não tem um posicionamento definitivo sobre a flexibilização da atividade a partir do dia 4. Para a liberação, a Sesa está avaliando diariamente a curva de transmissão. 

"A decisão não foi tomada; existe um indicativo de 4 de maio de acordo com a evolução da pandemia. O governo está em debate com os setores produtivos,  mas é um caminho que uma hora precisa acontecer. Não podemos viver eternamente fechados. O distanciamento social não é o fechamento do comércio, é mais amplo e íntimo na vida cotidiana das pessoas. Na noite de segunda (27), em Jardim Camburi, por exemplo, tinha muita gente aglomerada na rua. Então, há uma falsa polêmica de abrir ou não o comércio porque tem muitas pessoas colocando em risco a vida delas e as de outras por não respeitar o isolamento. O momento ainda é de ficar em casa."

CRESCIMENTO

Os 220 casos desta terça-feira foi o mais novo recorde de registros em apenas 24 horas, totalizando 2.164 pessoas infectadas pelo coronavírus no Espírito Santo. Se o ritmo de crescimento se mantiver acelerado, como o previsto nas próximas semanas, o secretário Nésio Fernandes estima que, no final de maio, haverá mais de 6 mil diagnosticados com a doença no Estado.

Os dados mais recentes da Sesa mostram que, em menos de 10 dias, houve o registro de mil casos - a mesma quantidade que, do início da transmissão, levou dois meses para ser alcançada. Nésio Fernandes observa que, além do fato de o contágio estar em velocidade maior, a ampliação no volume de testes também vai repercutir nos números do Espírito Santo. 

O Laboratório Central (Lacen) vai aumentar a sua capacidade de análise de amostras, e o serviço também será descentralizado com hospitais no interior aptos a realizá-lo. "Em maio também vamos fazer dois ciclos do inquérito sorológico, fazendo cerca de 12 mil testes", pontua Nésio Fernandes. 

A expectativa do secretário é que, com a expansão da testagem e o diagnóstico precoce, tenha uma proporção menor de hospitalizados.

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