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Giro político: Euclério Sampaio vai para o DEM e críticas na Assembleia

Giro político: Euclério Sampaio vai para o DEM e críticas na Assembleia

Deputado se filiou nesta terça dizendo que sua escolha foi para estar na base dos governos Bolsonaro e Casagrande. Na Assembleia, sessão foi quente mesmo com menos tempo para discursos. Já segundo o governador, Sergio Majeski tem clima para continuar no PSB

Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 21:37

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Deputado Euclério Sampaio (de gravata azul, à direita), filiou-se ao partido DEM com a presença do deputado Theodorico Ferraço (DEM) e dos representantes do governo, Davi Diniz e Tyago Hoffmann. (Natalia Devens)

Após permanecer quase um ano sem partido, o deputado estadual Euclério Sampaio formalizou sua filiação ao DEM, nesta terça-feira (18), em evento que também anunciou sua pré-candidatura a prefeito de Cariacica, pela sigla. Até março de 2019, o deputado era filiado ao DC (Democrata Cristão, antigo PSDC), partido pelo qual ele se elegeu para o atual mandato, mas desfiliou-se porque  a sigla não atingiu a cláusula de barreira e deixou de receber recursos do Fundo Partidário.

Euclério foi lançado no partido pelas mãos do deputado Theodorico Ferraço (DEM), uma das principais lideranças da agremiação. No evento, também recebeu o apoio de aliados de outros partidos, como o Progressistas (PP), e dos principais representantes do núcleo político do governador Renato Casagrande (PSB): os secretários de governo, Tyago Hoffmann; da Casa Civil, Davi Diniz, e de Trabalho e Assistência Social, Bruno Lamas, além do líder do governo, deputado Freitas (PSB).

NA BASE DO GOVERNO CASAGRANDE E DE BOLSONARO

Para Euclério, a escolha pelo partido foi porque ele lhe permitiu estar, ao mesmo tempo, na base do governo federal e na base de Casagrande.

“O DEM não é um partido extremista, nem totalmente à esquerda. Tem condições de buscar a união entre os munícipes de Cariacica. Não vou realizar meu projeto com briga, discussão, ataques. Eu tenho um projeto. Quem falar que vai resolver tudo vai mentir para o povo. Cariacica precisa de investimento maciço em educação e segurança. Eu falei para o governador: se eu for prefeito, ele vai ser junto comigo”, disse.

"ALIADO DO GOVERNADOR"

Nos discursos, Tyago Hoffmann e Davi Diniz trataram Euclério como “importante aliado do governador”, embora não tenham anunciado explicitamente o apoio do socialista ao deputado.

Theodorico, por sua vez, frisou a presença dos governistas. “Ninguém ganha campanha sozinho. Você vai contar com o apoio do governador Casagrande. Eles não vieram apenas para uma viagem de rotina em um encontro político. Todos estamos unidos para trabalhar em torno de Cariacica”, afirmou.

ENQUANTO ISSO, NA ASSEMBLEIA, SESSÃO COM MENOS ESPAÇO PARA CRÍTICAS

Plenário da Assembleia Legislativa: base diminuiu espaço para críticas nesta terça. (Tati Beling/Ales)

Depois de um movimento para derrubar a sessão da última segunda-feira (18), por falta de quórum, a base do governo colocou o regimento interno debaixo do braço e suprimiu a fase de comunicações nesta terça-feira (18). O momento é quando os deputados estaduais têm o microfone aberto para discursar. Com menos de 5 minutos de sessão, Euclério Sampaio pediu para que a etapa dos discursos não fosse aberta. Ao ser colocada em votação, venceu a base com o registro de sete votos contrários.

A estratégia, segundo membros da própria base, é evitar críticas ao governador Casagrande após os ataques da última sexta-feira (14), quando criminosos tocaram terror em avenidas em Vitória. Além disso, no plano de fundo está a discussão do aumento salarial dos policiais e bombeiros militares, cujas associações têm pressionado o governo com manifestações.

OPOSIÇÃO PROTESTOU E CLIMA ESQUENTOU

Mesmo sem a fase das comunicações, parlamentares de oposição não deixaram de discursar, usando o tempo de fala da justificativa de voto. Vandinho Leite (PSDB) disse que “tirar a voz dos deputados em um momento delicado como o que vive o Espírito Santo pode ser regimental, mas não é ético”. 

Euclério respondeu que “imoral é usar infortúnio de servidores da segurança pública com objetivo eleitoral”. “Eu sou de família policial e sei que a proposta do governo pode não ser a melhor, mas foi o que o governo conseguiu negociar. Tem gente criando máquina de fake news para colocar terror na população”, disse o parlamentar.

Capitão Assumção (PSL) disse que a Casa estava virando um “puxadinho do Executivo”. Enivaldo dos Anjos (PSD), ex-líder do governo, saiu em defesa do secretário Davi Diniz, acusado de impedir que parlamentares participassem da reunião entre associações militares e o governo da última quinta-feira (13). Em uma discussão acalorada com Assumção, Enivaldo chegou a chamar o capitão para a briga, situação que foi amenizada por outros parlamentares. 

Lorenzo Pazolini (sem partido) sugeriu ao presidente da Casa, Erick Musso (Republicanos), que abrisse um processo de crime de responsabilidade contra o secretário, mas a Mesa rejeitou o pedido. O próprio presidente ergueu o tom e pediu mais respeito, esfriando o clima em plenário. Por fim, a sessão acabou caindo por falta de quórum. Antes, foram aprovadas urgências de projetos de redução de ICMS para combustíveis enviados pelo governo do Estado, que devem entrar em votação nesta quarta-feira (18). 

CLIMA PARA MAJESKI FICAR NO PSB

O governador Renato Casagrande disse que há, sim, clima para o deputado estadual Sergio Majeski (PSB) permanecer entre os socialistas mesmo após ter sido preterido em prévia realizada para definir pré-candidatura à Prefeitura de Vitória

A sigla escolheu o vice-prefeito Sérgio Sá. Majeski não reconheceu o resultado e diz que não tira o time de campo. Quer disputar o Executivo municipal.

"O PSB tem uma relação muito boa com o Majeski. Eu pessoalmente tenho uma relação muito boa com ele e naturalmente queremos que ele continue no partido. Clima total para ele continuar no partido", afirmou o governador, nesta terça-feira (18).

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