Colunista de política / [email protected]
Publicado em 27 de agosto de 2021 às 14:07
Desembargadores do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) rebateram, durante a sessão do Pleno desta quinta-feira (26), declarações do presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – seccional Espírito Santo (OAB-ES), José Carlos Rizk Filho, que afirmou que a Ordem encontra "porta fechada" na Corte. >
Rizk Filho, em sessão extraordinária do Conselho Seccional na última segunda-feira (23), relatou insatisfação, principalmente, com desembargadores advindos do Quinto Constitucional, egressos da advocacia.>
"Nós tivemos aqui o enfrentamento da questão da extinção de fóruns, onde nenhum membro oriundo do Quinto abriu as portas para a OAB", afirmou o presidente da OAB-ES, na ocasião, em referência à integração de comarcas.>
Já nesta quinta, o desembargador Namyr Carlos de Souza Filho, oriundo da advocacia, começou dizendo: "Lamento profundamente o ocorrido". Ele narrou que soube das queixas de Rizk por meio da reportagem publicada em A Gazeta.>
>
"A partir do meu ingresso no TJES, sempre mantive bom relacionamento, não somente com os presidentes da OAB-ES, inclusive o atual, (...) sem jamais perder de vista o respeito às prerrogativas da advocacia", afirmou.>
"A bem da verdade, em tempo algum recebi por parte da OAB-ES qualquer pretensão de agendamento sobre o aspecto institucional, e não político, visando tratar da integração de comarcas. Eu nem sequer integrava a comissão que esteve à frente dos trabalhos que, tive ciência, não deixou de oportunizar a participação da OAB-ES", cravou.>
As resoluções do Tribunal de Justiça que preveem a integração de comarcas, gerando o fechamento de algumas unidades judiciárias, virou um cabo de guerra com a OAB-ES, que acionou o Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Como desfecho, o CNJ chancelou a integração, mas de forma gradual, no prazo de três anos, ao contrário do que o TJES pretendia inicialmente.>
Paralelamente, a OAB-ES se movimenta para eleger a lista sêxtupla com os nomes dos candidatos que vão disputar uma vaga de desembargador no TJES. Trata-se da cadeira que pertenceu a Álvaro Bourguignon, também oriundo da classe dos advogados e já aposentado.>
"Daí vem a responsabilidade que vossas excelências têm em escolher nomes que nunca se esqueçam de onde vieram, porque é muito triste chegar no Tribunal e não encontrar respaldo de nenhum advogado que tenha saído aqui desta Casa", discursou o presidente da entidade, na segunda-feira, na sessão do Conselho Seccional.>
"Não procede a afirmação de que a minha pessoa ou qualquer desembargador do Tribunal de Justiça especialmente vinculado ao Quinto tenhamos fechado as portas para a OAB deste estado", frisou o desembargador Namyr Carlos de Souza Filho.>
Em seguida, o desembargador Annibal de Rezende Lima, também egresso da advocacia, "assinou embaixo": "Quero subscrever inteiramente as palavras do eminente culto desembargador".>
"Sempre recebi todos os advogados que me procuraram, com atenção e cortesia e, sobretudo, com muito respeito (...) Jamais esqueci e jamais esquecerei minha origem profissional", complementou. >
De acordo com a Constituição Federal, 1/5 das cadeiras de desembargador nos Tribunais de Justiça estaduais devem ser destinadas a membros da advocacia e do Ministério Público Estadual. Como o TJES tem 30 cadeiras, três devem ser preenchidas por advogados e outras três por membros do MPES.>
Pela primeira vez, como parte do processo de escolha do representante da classe dos advogados, vai haver eleição direta, em que todos os advogados que estejam em dia com a anuidade da OAB-ES vão poder votar.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta