> >
Dois deputados federais do ES não se manifestaram sobre ataques no DF

Dois deputados federais do ES não se manifestaram sobre ataques no DF

Três deles se posicionaram logo após atos golpistas, ainda no domingo (8) nas redes sociais. Nesta segunda (9), reportagem de A Gazeta conversou com outros parlamentares

Publicado em 9 de janeiro de 2023 às 12:27- Atualizado há um ano

Ícone - Tempo de Leitura 4min de leitura
Bolsonaristas invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto
Bolsonaristas invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto. (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Júlia Afonso
Repórter / [email protected]

Deputados da bancada federal do Espírito Santo se manifestaram sobre os atos de vandalismo e invasão ao Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, em Brasília, no domingo (8). Três deles — Felipe Rigoni (União Brasil), Helder Salomão (PT) e Amaro Neto (Republicanos) — já haviam se posicionado nas redes sociais no dia do ataque.

Apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mulher do ex-candidato ao governo do Espírito Santo Carlos Manato, Soraya Manato (PTB) apenas publicou um vídeo dos extremistas invadindo a sede do Executivo nacional, onde atua. Na legenda publicada em colaboração com o marido, apenas uma frase: "manifestantes sobem rampa e ocupam o teto do Congresso Nacional".

Os outros quatro parlamentares capixabas não haviam postado nenhum comentário sobre os atos antidemocráticos até a publicação desta reportagem. Na manhã desta segunda-feira (9), dois deles conversaram com a reportagem de A Gazeta, Neucimar Fraga (PP) e Paulo Foletto (PSB). Até as 12h desta segunda, permaneciam em silêncio Da Vitória (PP), Evair de Melo (PP), Lauriete (PSC) e Norma Ayub (PP), todos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro.

Apenas após a publicação da matéria é que Lauriete e Da Vitória, que é coordenador da bancada capixaba no Congresso Nacional, enviaram posicionamento condenando os acontecimentos.

O deputado Helder Salomão (PT) fez várias publicações no Twitter, desde as 15h26 de domingo. Ele classificou os atos como terroristas, criticou as invasões e pediu que os vândalos sejam identificados e punidos. Confira:

O deputado federal reeleito disse ainda que a invasão das sedes dos Três Poderes e a depredação do patrimônio público são atos de vandalismo e que "não têm outro nome": "são atos de terrorismo e precisam ser punidos com os rigores da lei", escreveu.  

Na manhã desta segunda (9), o parlamentar petista falou sobre a criação de um e-mail para identificação dos vândalos.

Na mesma linha de Helder Salomão, Felipe Rigoni (União Brasil) ambém se manifestou no Twitter na tarde de domingo (8), chamando o ato de "inaceitável e antidemocrático". O novo secretário de Meio Ambiente do governo de Renato Casagrande (PSB) também cobrou que os responsáveis pelos atos golpistas sejam identificados e punidos. 

O deputado Amaro Neto (Republicanos) lançou nota pelos Stories, no Instagram. No texto, afirma que "atos de vandalismo e destruição do patrimônio público são inadmissíveis em qualquer democracia. São uma afronta aos poderes constituídos e à população", escreveu. "Nosso mandato estará sempre ao lado da ordem e do respeito à Constituição", finalizou o parlamentar, que foi reeleito para mais quatro anos na Câmara. 

Neucimar Fraga (PP) conversou com a reportagem de A Gazeta nesta manhã. Ele disse que deve chegar a Brasília nesta segunda ou na terça-feira (10) para discutir, junto ao partido — ex-base aliada de Bolsonaro (PL) —, quais ações serão tomadas frente ao decreto de intervenção federal determinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)

"Todo ato de manifestação é constitucional. Agora, todo ato de violência contra pessoas e depredação do patrimônio público e impedimento do direito de ir e vir tem que ser combatido pelas autoridades. Acredito que o que aconteceu ontem em Brasília, atos de vandalismos, de depredação de patrimônio público, violência contra a polícia, tem que identificar quem cometeu tais atos e puni-los conforme rigor da lei", declarou. 

Ele continuou dizendo que nem todos os manifestantes que foram à Brasília tinham a intenção de cometer vandalismos, além de criticar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de afastar o governador do Distrito Federal por 90 dias após os ataques.

Paulo Foletto (PSB) também se posicionou. Ele disse à reportagem que, desde que se lembra, esse foi o ato mais agressivo à democracia desde a redemocratização e elogiou o posicionamento do presidente Lula e do STF após os vandalismos. 

"É fundamental que haja essa reação do presidente, do STF, porque a gente pode não gostar da decisão das instituições, mas a gente tem que ter paciência de entender que uma decisão às vezes não é do jeito que você gosta mas vai beneficiar um grupo maior de pessoas. É mais do que necessário, fundamental e urgente que essas medidas que já vi agora cedo que estão sendo tomadas; ministro afastando governador de Brasília, acampamentos sendo desmontados". 

Da Vitória manifestou-se por meio de nota, após a publicação desta reportagem. No texto, afirma que "toda a manifestação pacífica, independente de posição, é democrática e precisa ser respeitada, o que não pode ser aceito são atos de depredação aos prédios públicos, como ocorreu na Praça dos Três Poderes, e a agressão de membros das forças policiais, fatos que precisam ser investigados", declarou.

Lauriete classificou como um "absurdo o que aconteceu ontem". Também por nota, ela disse: "Quem destrói a própria casa? Destruíram a casa do povo, a nossa casa. Fiquei indignada ao acompanhar as imagens. Intolerância não resolve nada, uma visão deturpada de como resolver problemas. Tais atos são inadmissíveis e injustificáveis".

A reportagem de A Gazeta tentou contato com os assessores e com os números pessoais de todos os outros deputados federais em exercício, mas não teve retorno.

Este vídeo pode te interessar

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais