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Publicado em 2 de março de 2023 às 20:00
A morte de Carlos Eduardo Rebouças Barros, 17 anos, em que cinco policiais aparecem envolvidos, levou a deputada estadual Camila Valadão (Psol), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, a fazer uma série de solicitações ao governo do Estado e ao Ministério Público. Entre os pedidos, está o de impor maior agilidade na implementação de câmeras nas fardas de militares. O adolescente foi morto na manhã de quarta-feira (1º), em Pedro Canário, no Norte do Espírito Santo, com um tiro à queima-roupa disparado por um dos PMs.>
No ofício encaminhado ao secretário estadual de Justiça, Alexandre Garcia, a deputada listou sete solicitações: >
Presos, os cinco militares já estão oficialmente afastados das ruas. Mas a instalação de câmeras, que deverá se estender a toda a corporação, ainda não tem prazo para acontecer. >
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No Espírito Santo, os equipamentos estão sendo adotados primeiro na Polícia Penal, isto é, nos agentes penitenciários quando estiverem em contenção ou intervenção dentro dos presídios. A assinatura de portaria de regulamentação do uso das câmeras corporais no sistema prisional foi assinada em 10 de fevereiro. >
Na ocasião, o secretário André Garcia ressaltou que, com os equipamentos, esperava-se a redução no número de denúncias sobre a atuação dos servidores. Naquele mesmo dia, o governador Renato Casagrande (PSB) disse que a medida seria estendida à PM, mas não estabeleceu prazo. >
Mais recentemente, o comandante-geral da PM, coronel Douglas Caus, publicou uma portaria que designa os membros da "Comissão de Implementação das câmeras corporais na PMES", conforme antecipou a colunista Letícia Gonçalves, que, entre outras atribuições, vai elencar as unidades da corporação que vão atuar como piloto. Ainda assim, não há data para início do projeto.>
Além do ofício dirigido à Secretaria da Justiça, Camila Valadão também encaminhou um documento à procuradora-geral de Justiça, Luciana Gomes Ferreira de Andrade, solicitando a apuração dos caso e a tomada de providências. Entre os requerimentos, solicitou a intervenção do Ministério Público para que o governo do Estado dê celeridade à instalação e operação das câmeras nas fardas, com o intuito de coibir os maus profissionais da corporação. >
Os cinco militares envolvidos na morte de Carlos Eduardo tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva em audiência de custódia na Vara de Auditoria Militar. >
O Ministério Público Militar requereu a conversão da prisão, visando resguardar a investigação e a vida dos indiciados. Solicitou, ainda, a instauração do inquérito policial militar. >
A defesa, por sua vez, ressaltou que os policiais têm fichas funcionais elogiosas, com bons antecedentes e sem processo criminal e, por essa razão, deveriam ser liberados. Ao final da audiência, o juiz Getúlio Neves atendeu aos pedidos do MPM. >
Estão presos: >
O adolescente Carlos Eduardo já estava rendido quando foi baleado e morto por um policial militar, no bairro São Geraldo, em Pedro Canário. Uma câmera de segurança flagrou toda a ação.>
Em um primeiro momento, as imagens mostram o rapaz sentado. Depois ele se levanta, parece conversar com o policial e se aproxima de um muro. O PM segue com a arma apontada, até que realiza os disparos. A vítima cai no chão e o policial se afasta.>
Após ser ferido, o adolescente foi levado ao Hospital Menino Jesus, também em Pedro Canário, mas já chegou morto. O corpo foi encaminhado para o Serviço Médico Legal (SML) de Linhares, o mais próximo da região.>
Ele morava no bairro São Geraldo, segundo a ficha dele na Polícia Civil, e havia completado 17 anos no final de 2022. Na ficha constam vários boletins de ocorrência já registrados contra ele. Conforme a PC, Carlos Eduardo teve a primeira passagem registrada, em dezembro de 2017, por crime análogo a dano ao patrimônio. A mais recente, no dia 9 de fevereiro deste ano, por tentativa de homicídio com arma de fogo.>
Ao longo desse período, também foi acusado de ameaça, posse e uso de maconha, porte ilegal de arma e tráfico de drogas, conforme o colunista Leonel Ximenes já havia antecipado em sua coluna. Na ficha consta, ainda, que ele tinha o ensino fundamental completo e, na época em que foi registrado o documento, apresentava lesão porque teria resistido à ação policial.>
Na ocorrência desta quarta-feira (1º), como também mostrou Leonel Ximenes, a PM foi até o local após receber informação de que uma dupla de traficantes estaria escondida num prédio no bairro São Geraldo, em posse de armas de fogo. >
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