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Criação de novo partido de Bolsonaro pode esvaziar PSL no ES

Criação de novo partido de Bolsonaro pode esvaziar PSL no ES

Três dos quatro deputados estaduais da legenda sinalizaram que desejam seguir o caminho do presidente e podem trocar de sigla. A mudança, porém, não é tão simples assim

Publicado em 12 de novembro de 2019 às 21:03

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Manato e Bolsonaro: dupla continua afinada. Presidente estadual do partido também fala em deixar o PSL. (Divulgação)

A criação de um novo partido pelo presidente Jair Bolsonaro pode esvaziar o PSL capixaba. Três dos quatro deputados estaduais que hoje compõem a bancada da agremiação na Assembleia Legislativa do Espírito Santo devem trocar de legenda e seguir os caminhos do chefe do Executivo federal. 

Até o presidente estadual do PSL, Carlos Manato, cogita se filiar ao partido que será lançado e fala até em ajudar Bolsonaro a colher assinaturas para oficializar a futura legenda.

Torino MarquesDanilo Bahiense e Capitão Assumção sinalizam que vão deixar a legenda  para  integrar o novo partido, de acordo com membros da Executiva estadual. Bolsonaro anunciou que o partido deve receber o nome de "Aliança pelo Brasil". 

"Pretendo seguir o caminho do presidente. Vamos ter uma reunião amanhã com o Manato para saber como a gente sai, se espera a janela partidária. A priori, eu, Danilo Bahiense e Capitão Assumção sairemos juntos com o Bolsonaro, mas temos que ter cuidado por conta da infidelidade partidária", comentou Torino.

Torino Marques é  deputado estadual pelo PSL. Foi eleito em 2018 para o 1º mandato. (Tati Beling | Ales)

Essa debandada, porém, não é tão simples assim. A troca de legenda sem perda de mandato só é permitida para os deputados em três casos: mudança significativa no programa da sigla, grave discriminação política e pessoal, ou a durante a janela partidária, que ocorre durante um período de 30 dias no início do ano eleitoral.

ASSINATURAS

Para que o "Aliança pelo Brasil" seja criado, Bolsonaro precisa conseguir quase 500 mil assinaturas em até quatro meses para que a nova legenda tenha candidatos nas eleições municipais de 2020. Atual presidente do PSL no Espírito Santo, Carlos Manato contou à reportagem de A Gazeta que vai se reunir com a bancada do partido na Assembleia para debater a forma de trocar de legenda.

"Ninguém quer perder o mandato, mas todo mundo é Bolsonaro, todo mundo quer acompanhar Bolsonaro. Vamos trabalhar nessa campanha para colher assinaturas e, na hora que a lei permitir, todo mundo migra. (O projeto do Bolsonaro) é um projeto que acredito e ajudei a construir. É um projeto que acho que é bom para o Brasil e acho que está dando certo", afirmou.

O presidente se reuniu nesta terça-feira (12) no Palácio do Planalto com deputados aliados para discutir o assunto. Entre os parlamentares, estava a deputada federal Soraya Manato (PSL), que também pode mudar de legenda. Em nota, a parlamentar declarou que vai "sempre acompanhar o presidente Jair Bolsonaro, seja nas questões partidárias ou no cumprimento do trabalho a ser feito pelo Brasil, mas tudo dentro da legalidade".

No último sábado, o deputado Capitão Assumção afirmou para A Gazeta que estará "onde Bolsonaro estiver". "Deixo bem claro que meu partido é o Brasil, onde Bolsonaro estiver, estou com ele. Sou bolsonarista. Estamos fazendo uma ruptura com a velha política. O presidente está numa condição de saber mais coisas que a gente, tem informações privilegiadas, então temos que acatar o que ele está fazendo lá em cima e depois me reportar aos meus dirigentes aqui", afirmou. Assumção foi procurado novamente nesta terça-feira (12) para comentar o assunto, mas não foi localizado pela reportagem.

Danilo Bahiense também manifestou, por meio de nota nesta terça, "apoio incondicional" ao presidente Jair Bolsonaro. Afirmou que "neste momento" permanece no PSL e que "todas as ações presentes e futuras do mandato são estabelecidas dentro da legalidade".

O ÚNICO QUE FICA

Coronel Quintino é o único deputado do PSL que crava a permanência no partido mesmo com a decisão de Bolsonaro de criar uma nova sigla. "O PSL é um partido que eu aprendi a amar desde que eu eu ingressei. Comungo com grande parte das suas ideologias", destacou.

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