Repórter de Política / [email protected]
Publicado em 12 de maio de 2021 às 19:00
A senadora Rose de Freitas (MDB), que foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta quarta-feira (12), que investiga a atuação de uma organização criminosa na Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), nega que tenha cometido algum ato ilícito durante os oito mandatos no Parlamento.>
A investigação aponta que a senadora nomeava pessoas na estatal federal que administra o Porto de Vitória com a finalidade de desviar recursos públicos da área portuária. Foram cumpridos mandados de busca e apreensão na residência da senadora em Fradinhos, em Vitória, e no apartamento funcional onde ela reside, em Brasília. >
Rose diz que desconhece as razões do mandado e que foi surpreendida pela ação da Polícia Federal. Computadores e documentos foram apreendidos. >
Além disso, o irmão da senadora Edward Dickson de Freitas, e o assessor parlamentar e primo dela Ricardo Saiter Mota foram presos em cumprimento de mandados de prisão temporária, expedidos pelo ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). Como a parlamentar tem prerrogativa de foro e há indícios, segundo a PF, de envolvimento dela no esquema, é necessária autorização do STF.>
>
Familiares da senadora Rose de Freitas (MDB) são presos pela Polícia Federal em operação no Espírito Santo
Rose de Freitas diz que desconhece as razões do mandado e que foi surpreendida com a presença da Polícia Federal no apartamento onde mora.>
"Reafirmo não ter cometido qualquer ato ilícito ao longo dos oito mandatos exercidos na vida pública. Fui igualmente surpreendida pelas prisões de meu irmão e de meu assessor, realizadas no Estado do Espírito Santo. Confio no reestabelecimento da verdade e na apuração das possíveis motivações que ensejaram tamanha agressão", disse, por meio de nota enviada à imprensa.>
No total, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária – do irmão e primo de Rose – e 10 mandados de busca e apreensão em residências e empresas nos municípios de Vitória, Cariacica e Serra, no Espírito Santo, e em Brasília, no Distrito Federal, o sequestro de bens e valores.>
Um dos investigados pela Polícia Federal foi preso em flagrante em Brasília por porte ilegal de arma. Como o crime é afiançável. ele foi liberado após o pagamento de fiança. O valor e a identidade do preso não foram divulgados.>
A operação contou com a participação de 44 policiais federais. São investigados o cometimento de crimes de concussão, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa, fraude a licitações e lavagem de capitais.>
De acordo com a Polícia Federal, os crimes teriam acontecido entre os anos de 2015 e 2018, com direcionamento de certames e desvio de recursos públicos dos contratos firmados com as prestadoras de serviços. >
A investigação contou com a colaboração da atual gestão da Codesa, que, em auditoria realizada, estima que somente em dois dos contratos auditados a organização criminosa pode ter desviado cerca de R$ 9 milhões.>
Para receber os recursos desviados, de acordo com a polícia, o grupo investigado utilizava um escritório de advocacia, responsável por simular a prestação de serviços advocatícios para lastrear a movimentação dos valores. As investigações revelaram ainda que a lavagem do dinheiro ilegal também ocorria por meio da compra de imóveis de luxo e do pagamento de despesas pessoais dos envolvidos.>
Confira a nota da senadora na íntegra:>
"Fui surpreendida hoje, às 9h, pelo mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro Nunes Marques, do STF, no meu apartamento funcional onde resido, em Brasília. Desconheço, até o momento, as razões do mandado e reafirmo não ter cometido qualquer ato ilícito ao longo dos oito mandatos exercidos na vida pública. Fui igualmente surpreendida pelas prisões de meu irmão e de meu assessor, realizadas no estado do Espírito Santo. Confio no reestabelecimento da verdade e na apuração das possíveis motivações que ensejaram tamanha agressão. Identifico claramente uma tentativa de desabonar minha honra e dignidade. Não cederei a pressões de qualquer natureza, venham de onde vierem. Providências legais cabíveis estão sendo tomadas para que os fatos sejam devidamente esclarecidos e apurados. Sempre exerci com coragem, ética e dedicado trabalho os mandatos que honradamente recebi do povo do Espírito Santo. Todos os demais esclarecimentos serão prestados pelos nossos advogados, que se pronunciarão oportunamente.">
A Codesa também foi demanda para se posicionar sobre a operação, mas disse que as informações ficariam a cargo da Polícia Federal. >
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta