Publicado em 21 de outubro de 2020 às 08:17
Em mais um caso de agressão e morte de uma criança que choca a sociedade capixaba, onde a menina Aghata Vitória Santos Godinho, de cinco anos, foi espancada e não resistiu aos ferimentos - o padrasto é o principal suspeito -, especialistas chamam a atenção para os sinais dados por crianças que são agredidas e como denunciar para que autoridades tomem as medidas cabíveis. >
Segundo a conselheira tutelar da Serra, Flávia Aparecida dos Santos, que atende a região onde morava a vítima, nada relativo à família de Aghata, como uma possível denúncia de uma agressão anterior à criança, chegou ao conhecimento do Conselho Tutelar. Em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo, da TV Gazeta, a conselheira chama a atenção para este fato e pede para que a família, e até mesmo vizinhos, se atentem aos sinais de agressão. >
(A agressão) começa de uma forma mais branda. Inicia com uma violência psicológica, verbal, até chegar às agressões, que de início são agressões mais leves como um tapa, até chegar a esta agressão que leva a criança a óbito. Se uma criança está sendo espancada, ela está dando sinais. Dá sinais para a família, dá sinais para vizinhos. Para os vizinhos, por meio de gritos, de choros sucessivos. E para a família, é aquela criança que demonstra que está sendo agredida, e que muitas vezes a própria família não acredita na criança, disse. >
Segundo a conselheira, o caso da menina Aghata, que tem o padrasto como o principal suspeito, não foi isolado, já que, em pelo menos 90% dos casos, a agressão em crianças acontece dentro da própria família. Flávia frisa que os parentes devem se atentar aos sinais, acreditar na fala das crianças e investigar as agressões. >
>
A família tem que reparar se a criança está com medo, porque na maioria das vezes o agressor é da família. Pelo menos em 90% dos casos é o padrasto, o pai, a mãe, um primo. Se essa criança demonstra um certo medo de uma certa pessoa da família, vamos começar a investigar. Se ela aparece com alguma manchinha ou arranhão, e aí ela fala que alguém a bateu, vamos começar a confiar na fala dessa criança. Porque na maioria das vezes a família não acredita e passa despercebido, destacou.>
Ao perceber sinais de agressão, familiares e vizinhos devem denunciar. Os canais de comunicação disponíveis são: Disque Direitos Humanos 100, o Disque-Denúncia 181, Polícia Militar, pelo 190, e diretamente no próprio Conselho Tutelar dos municípios. >
Então, se viu uma situação de uma criança vizinha gritando muito, chorando. Liga e faz a denuncia. Em casos de violência, no momento o ideal é ligar diretamente para a PM ou para o Conselho Tutelar, completou.>
Uma menina de 5 anos morreu após ser espancada no bairro Cidade Nova, na Serra, na tarde dessa segunda-feira (19). O padrasto da menina, de 35 anos, é apontado pela polícia como o principal suspeito da agressão e foi preso. A menina foi identificada como Aghata Vitória Santos Godinho. >
Segundo informações da ocorrência registrada no Centro Integrado Operacional de Defesa Social (Ciodes), a criança, com hematomas na cabeça, na barriga e nas mãos, foi socorrida para a base da Eco 101, concessionária que administra a BR 101, onde foi constatado o óbito. Foi a mãe da menina que pediu socorro na base da concessionária. A mãe contou que saiu de casa e deixou a criança com o padrasto. Depois, a mulher recebeu uma ligação da irmã dizendo que o cunhado disse que a enteada tinha passado mal depois de almoçar e não estava acordando.>
A ocorrência foi levada para o Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Vitória. A mãe e o padrasto da menina foram conduzidos para a delegacia para prestar esclarecimentos. No DHPP, o caso foi registrado como homicídio consumado por espancamento.>
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rápido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem.
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta