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Psiquiatra que apontou arma para vendedor de shopping é indiciado no ES

Psiquiatra que apontou arma para vendedor de shopping é indiciado no ES

Caso aconteceu em 2021, após um funcionário de loja em shopping de Vitória pedir para o médico usar máscara de proteção contra a Covid-19. Ele alegou que se tratava de um simulacro, mas foi indiciado por porte ilegal de arma de fogo

Publicado em 6 de maio de 2022 às 11:17

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O psiquiatra Bernardo Santos Carmo, acusado de usar uma arma para intimidar um vendedor no shopping, chega para depor na delegacia da Praia do Canto. Ele estava acompanhado dos advogados Luciano Azevedo Silva e Marielle Moraes Ribeiro da Silva
O psiquiatra Bernardo Santos Carmo quando foi prestar depoimento em delegacia localizada na Praia do Canto. (Carlos Alberto Silva)

O psiquiatra Bernardo Santos Carmo, que apontou uma arma contra um funcionário de um shopping em Vitória, após recusar o pedido do vendedor para colocar a máscara de proteção contra a Covid-19, foi indiciado pela Polícia Civil por porte ilegal de arma de fogo e ameaça.

No dia 8 de junho de 2021, o funcionário ficou na mira de uma arma depois de pedir ao psiquiatra para que ele colocasse a máscara contra a Covid-19. O vendedor registrou boletim de ocorrência na Delegacia Regional de Vitória, denunciando Bernardo Santos Carmo.

Uma testemunha que presenciou a cena contou, na ocasião, o momento em que tudo aconteceu no interior de uma loja de papelaria e produtos eletrônicos.

"Eu estava passando e vi o cliente andando sem a máscara pelo corredor. Ele entrou na loja. Logo foi abordado por um atendente que disse 'o senhor pode colocar a máscara'. O cliente disse 'não'. O atendente respondeu que era lei e que o cliente precisava colocar a máscara. O homem respondeu 'eu faço a minha lei, não cumpro leis'", contou a testemunha, que não quis ser identificada.

INDICIAMENTO

Em nota enviada à reportagem de A Gazeta, a Polícia Civil informou que “o inquérito policial presidido por meio do 3º Distrito de Polícia de Vitória foi concluído e remetido à Justiça em novembro de 2021, com o indiciamento do médico por porte ilegal de arma de fogo e ameaça”. 

O porte ilegal de arma significa que uma pessoa pode até ter a posse, a permissão para ter uma arma de fogo, no entanto, não é permitido sair com ela.

O QUE DISSE O MÉDICO

À época, o psiquiatra deu entrevista ao “Fantástico”, da TV Globoe afirmou que não usa arma e sim um simulacro. “Eu não uso arma, eu uso simulacro de arma. Não há necessidade de porte de arma para airsoft”, contou. Airsoft é um tipo de arma de pressão com balas de plástico. Elas são produzidas de forma idêntica a armas de fogo.

Ao ser questionado se apontou uma arma para o vendedor da loja, ele disse que tem uma airsoft e que fez isso em defesa, pois estava em uma situação de perigo. Além disso, confessou que estava utilizando a máscara abaixo do nariz. "Meu Deus, eu tenho uma airsoft. Eu usei isso em estado de defesa, porque eu estava quase sendo linchado. Eu estava com máscara abaixo do nariz. E pouco abaixo", relatou.

A reportagem de A Gazeta tenta contato com a defesa do psiquiatra Bernardo Santos Carmo. O texto será atualizado, caso algum posicionamento seja enviado ou a equipe consiga contato. 

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