> >
PF prende jovem e desvenda misterioso furto de computadores da Ufes

PF prende jovem e desvenda misterioso furto de computadores da Ufes

Investigações mostram que o plano para furtar universidade foi criado dentro do sistema penitenciário por internos que trabalhavam no campus

Publicado em 27 de julho de 2022 às 11:18

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Suspeito de participar do furto de computadores na Ufes foi preso pela Polícia Federal
Suspeito de participar do furto de computadores na Ufes foi preso pela Polícia Federal. (Polícia Federal)

Polícia Federal desvendou o furto de dezenas de computadores da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) ocorrido em 2 de agosto de 2021. Um jovem, de 21 anos, foi preso na noite desta terça-feira (26), suspeito de ser o idealizador e um dos responsáveis pelo crime.  Os investigados responderão por furto qualificado com pena de até oito anos de reclusão. 

De acordo com a Polícia Federal, foram furtados 84 computadores, 37 monitores e 15 projetores. O crime foi percebido no dia seguinte pela administração universitária. 

A partir da comunicação do fato, a Polícia Federal passou a trabalhar inicialmente com os dados e vestígios disponíveis no local e conseguiu desvendar o crime e determinar os responsáveis. 

Nesta terça-feira (26), policiais da Delegacia de Repressão aos Crimes Fazendários em ação conjunta com policiais da Força Tarefa de Segurança Pública do Espírito Santo e a atuação das Guardas Municipais de Serra, Vitória e Vila Velha, conseguiram localizar e prender o suspeito nas imediações de um hospital em Vila Velha.

PLANO DE FURTO FOI CRIADO NA PENITENCIÁRIA 

As investigações apontam que o plano para furtar os equipamentos da Ufes foi gestado na primeira metade de 2021, na Penitenciária Agrícola do Espírito Santo entre o suspeito preso nesta terça-feira (26) e outro detento que lá cumpria pena em regime semiaberto.

O outro detento teria dito que havia trabalhado na Ufes e que teria furtado alguns computadores num local onde haveria ainda muitos outros no Centro Tecnológico (CT-I). O homem preso nesta terça-feira (26), que já era beneficiário do regime semiaberto, conseguiu uma vaga para atuar na universidade nas áreas de limpeza e jardinagem.

A Ufes é uma das entidades parceiras da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) nos programas de ressocialização de condenados.

Com acesso às dependências do campus, tendo localizado o local indicado onde estavam os computadores e equipamentos, o suspeito fez contato com a esposa do outro detento que lhe informou sobre os materiais.

A mulher, motorista de aplicativo, então se juntou a ele para executar o furto. O suspeito preso arrombou uma das portas, furtou os equipamentos e os guardou em coletores de lixo.

Na parte da tarde, outros três detentos do regime semiaberto, que também trabalhavam na universidade, levaram os coletores para uma via de acesso próximo ao auditório onde a mulher recolheu os equipamentos. Um dos detentos é cunhado do homem preso na tarde desta terça.

De posse do material furtado, o suspeito preso na terça e a esposa do detento que deu a informação sobre o local onde os equipamentos estavam armazenados, passaram a vendê-los por preços abaixo dos praticados no mercado como forma de se livrar rapidamente do produto do crime.

INVESTIGAÇÃO CONTINUA

A Polícia Federal agora pedirá a prisão dos outros envolvidos e levará suas conclusões ao Poder Judiciário para o devido processamento e julgamento dos indiciados.

Quanto aos materiais furtados, novas medidas serão tomadas objetivando determinar os compradores dos equipamentos e, tendo sucesso, sua restituição à Ufes, legítima proprietária dos mesmos.

O homem preso, apesar da pouca idade, passou cinco anos no Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases) por diversas infrações análogas à crime e, já maior de idade, contava com uma sentença condenatória por roubo, tendo ficado preso por cerca de 2 anos, até conseguir a progressão para o regime semiaberto e praticar o furto contra a Ufes.

Apósa prisão, ele foi levado para a Superintendência da Polícia Federal para formalização das medidas legais e, na sequência, conduzido para o sistema prisional onde ficará à disposição da Justiça.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais