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Marido é preso e confessa feminicídio de empresária em Cachoeiro

Marido é preso e confessa feminicídio de empresária em Cachoeiro

Marcelo Fernandes, de 57 anos, era considerado foragido e se apresentou na delegacia, acompanhado de um advogado, e confessou que matou Cláudia Cristina da Silva Fernandes, de 53 anos

Publicado em 19 de novembro de 2025 às 06:49

 - Atualizado há 15 dias

Marcelo Fernandes é suspeito de matar esposa, a empresária Cláudia Cristina da Silva Fernandes, em Cachoeiro
Marcelo Fernandes é suspeito de matar esposa, a empresária Cláudia Cristina da Silva Fernandes, em Cachoeiro Crédito: Arquivo pessoal

Foi preso na noite de terça-feira (18) o empresário Marcelo Fernandes, de 57 anos, o principal suspeito de matar a esposa, a empresária Cláudia Cristina da Silva Fernandes, de 53 anos, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, na madrugada do último domingo (16). Contra ele havia um mandado de prisão temporária expedido pelo Plantão Judiciário, na noite seguinte ao crime.

Segundo o delegado Felipe Vivas, titular da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Cachoeiro de Itapemirim, Marcelo se apresentou na delegacia, acompanhado de um advogado, e confessou o crime – sem dar detalhes. O empresário foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) do município. 

O advogado Izaias Corrêa Barboza Junior, que representa Marcelo Fernandes, enviou uma nota afirmando que, em depoimento, o empresário se apresentou na delegacia por volta das 22h30 de terça-feira e "confessou a autoria do fato, demonstrando profundo arrependimento, optando pelo silêncio quanto às circunstâncias, que serão esclarecidas em breve". Ele disse que a defesa aguarda o desenvolvimento do inquérito policial para melhor análise do caso.

Testemunha narra o que viu antes de empresária ser morta

Na manhã de terça-feira, horas antes de Marcelo ser preso, um homem de 33 anos foi à DHPP de Cachoeiro de Itapemirim e se apresentou como testemunha do feminicídio. Ele é a terceira pessoa que a Polícia Civil afirmou ter sido vista na cena do crime.

De acordo com o delegado Felipe Vivas, o homem contou em depoimento que conheceu a empresária há cerca de uma semana por meio das redes sociais. Como ela tinha uma viagem marcada para a última segunda-feira (17), os dois decidiram se encontrar pessoalmente na noite de sábado (15), no bairro IBC. Ele afirmou que a intenção dos dois era de amizade. 

"Ela narrou (para a testemunha) que estava em processo de separação (divórcio) e precisava desabafar. Perguntei se eles chegaram a ter algum tipo de relacionamento, mas ele falou que não, que só se abraçaram ao se cumprimentar", disse o delegado.

Mulher foi encontrada morta com sinais de atropelamento no bairro IBC, em Cachoeiro de Itapemirim

Conforme o relato do homem, Cláudia chegou ao local dirigindo, com ele no banco do carona. Ela parou o carro e os dois conversaram por alguns minutos até notarem a luz do farol de outro veículo se aproximando. Ao ver a caminhonete Toyota Hilux, a empresária disse que se tratava Marcelo – que estacionou, foi até a janela do carro dela e teria dito, em tom ameaçador: "Não falei que eu ia te pegar?". Em seguida, o marido da vítima retornou para dentro da caminhonete.

Assustada, Cláudia disse para o homem de 33 anos correr e saiu do carro para falar com o marido. A testemunha fugiu, mas disse que ouviu um estrondo segundos depois – possivelmente seria o momento em que a vítima foi atropelada. O delegado contou que os celulares de Marcelo e da esposa foram abandonados em uma das empresas do casal. 

Sequência de imagens antes e após o crime

Câmeras de segurança registraram imagens antes e após o assassinato da empresária Cláudia Cristina da Silva Fernandes, em Cachoeiro de Itapemirim, Sul do Espírito Santo, na madrugada de domingo (16). Os vídeos mostram a mulher entrando no elevador em direção à garagem do prédio. Lá, ela entra no carro dela e sai sozinha, por volta de 0h30.

Marido é principal suspeito do crime ocorrido no domingo (16)

Já às 2h, Marcelo Fernandes — marido da vítima e apontado pela Polícia Civil como principal suspeito de matar a mulher — é visto chegando com uma Hilux ao prédio. Ele entra no elevador, escondendo as mãos por baixo da camisa para apertar os botões. Cerca de meia hora depois ele deixa o local usando outras roupas e com outro veículo, uma Fiat Strada.

Essas imagens obtidas pela Polícia Civil é que embasaram o pedido de prisão feito à Justiça. Além disso, a perícia identificou marcas de sangue compatíveis com atropelamento no pneu da Hilux usada por Marcelo, o que indica que ele pode ser o autor do crime. Ao determinar a prisão preventiva do empresário, a juíza Elaine Cristine de Carvalho Miranda explicou que a medida é necessário para evitar interferências nas investigações, por se tratar de crime grave.

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