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Mãe e companheira são presas após morte de menina de 1 ano em Colatina

Mãe e companheira são presas após morte de menina de 1 ano em Colatina

Segundo a Polícia Civil, madrasta confessou que agrediu a enteada três dias antes da morte da criança; ela também disse que Maria Isis, um dia antes de morrer, teria sofrido duas quedas

Publicado em 14 de março de 2025 às 12:02

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Maria Isis deu entrada no hospital desacordada, em estado gravíssimo
Maria Isis deu entrada no hospital desacordada, em estado gravíssimo. (Acervo familiar)

Uma menina de 1 ano e 10 meses morreu após dar entrada em um hospital de Colatina, no Noroeste do Espírito Santo, na noite de quinta-feira (13), com sinais de violência em diversas partes do corpo. Segundo o boletim de ocorrência da Polícia Militar, Maria Isis Vieira de Amorim chegou à unidade em estado gravíssimo, desacordada, desidratada, com fratura e hematomas, e não resistiu aos ferimentos.

A mãe dela, Juliele Vieira de Amorim, de 25 anos, e a companheira da mãe, Myllena Carla Andrelino, de 27 anos, foram presas em flagrante.

Conforme o boletim, Myllena levou a criança ao hospital na noite de quinta, informando que ela havia caído de uma escada no dia anterior e que depois teria caído no banheiro, durante o banho. Ela mencionou que Maria Isis teve febre, na tarde de quinta, e tomou remédio, mas como a menina não melhorava, decidiu procurar atendimento médico.

O laudo médico apontou que a criança sofreu uma fratura no braço direito e tinha hematomas na cabeça, no pescoço, nas costas e nas partes íntimas. Depois de ser questionada novamente, a madrasta admitiu aos policiais que dava chineladas na criança. Os militares verificaram ainda que Myllena tinha uma lesão na mão esquerda.

A PM depois foi até a casa onde estava a mãe da menina, na mesma cidade, com quem a madrasta mantém um relacionamento. As duas foram conduzidas até a Delegacia Regional de Colatina, onde foram presas em flagrante.

Autuadas por homicídio

Segundo o delegado titular da Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) do município, Deverly Pereira Junior, as evidências estão no parecer médico e na confissão da madrasta.

“Verificamos contradições nos depoimentos. Depois, a madrasta confessou que aplicou uma surra na criança há três dias com intuito de corrigir a menina, e alegou que a criança sofreu uma queda durante um banho. A mãe relatou que sabia das agressões, mas que não concordava. Vamos verificar se a mãe tinha participação”, disse o delegado em entrevista à reportagem de A Gazeta.

Em nota, a Polícia Civil informou que as duas foram autuadas em flagrante por homicídio qualificado cometido contra menor de 14 anos e contra ascendente. Após os procedimentos, elas foram encaminhadas ao sistema prisional na manhã desta sexta (14). “A investigação seguirá em andamento para as demais diligências que o caso requer”, finalizou a corporação.

Secretaria de Estado da Justiça (Sejus) informou que Juliele Vieira de Amorim tem registros de passagem pelo sistema prisional, no período entre julho de 2019 e novembro de 2024, por tráfico de drogas. Myllena não tem histórico.

O que diz o hospital

O Hospital São José informou, em nota, que recebeu na emergência pediátrica "uma paciente em estado gravíssimo, com relato de dois episódios de queda. Imediatamente, foram adotadas todas as medidas médicas cabíveis para a estabilização e o suporte à vida. No entanto, apesar dos esforços da equipe, a paciente evoluiu para óbito às 23h03. Diante da natureza do caso, as autoridades competentes foram acionadas prontamente. O hospital permanece à disposição para colaborar com as investigações, conforme as diretrizes legais".

Escola lamenta

O Centro de Educação Infantil Municipal (CEIM) Tereza Maria da Silva Gomes lamentou a morte da aluna. Em nota, a escola afirmou que Maria Ísis será eternamente lembrada e declarou: “Agradecemos pela luz que trouxe às nossas vidas. Que Papai do Céu te acolha em seus braços.”

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