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Publicado em 19 de agosto de 2021 às 12:52
Cinco pessoas acusadas de praticar o golpe de estelionato conhecido como "falsa carta de crédito” contra mais de 20 pessoas no Espírito Santo foram identificadas pela Polícia Civil. A corporação divulgou, em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (19), que o grupo criminoso causou um prejuízo de cerca de R$ 500 mil nas vítimas e divulgou os nomes dos suspeitos. São eles: Lucas Lanza Silva, Petterson Oswaldo da Silva Ribeiro, Leonardo Henrique Leal José, Thales Ribeiro Fernandes e Nubia Rezende Oliveira. Contra eles, há mandados de prisão preventiva.>
Polícia procura cinco suspeito de aplicarem golpe no ES
De acordo com a delegada-geral adjunta da Polícia Civil, Denise Maria Carvalho, trata-se de uma organização criminosa de Minas Gerais que começou a atuar no Espírito Santo. Segundo a delegada-geral, os suspeitos já possuem antecedentes criminais no Estado mineiro e foram indiciados pelo Ministério Público.>
"Aproximadamente 20 pessoas foram vítimas do golpe e o prejuízo somado de todas as vítimas ficou em torno de meio milhão de reais. Cinco pessoas foram indiciadas, denunciadas pelo Ministério Público, e foi expedido um mandado de prisão preventiva. É uma organização criminosa originária do Estado de Minas Gerais que agiu no Espírito Santo e já havia registros criminais e policiais em Minas Gerais. A gente quer divulgar as fotografias desses autores a fim de que a população realize denúncias por meio do 181 para que nos possamos obter informações para realizar as prisões desses autores", disse.>
O delegado Douglas Vieira, titular da Delegacia Especializada em Crimes de Defraudações e Falsificações (Defa), explicou que o golpe da falsa carta de crédito é extremamente comum e acontece em todo o Brasil. Neste caso, conforme dito pelo delegado, trata-se de uma organização criminosa de Minas Gerais que praticava os golpes no Espírito Santo. São jovens com idades entre 18 e 25 anos que abriram uma empresa de intermediação de consórcios, uma conta bancária em uma agência do Estado e passaram a locar salas comerciais de alto padrão, para dar credibilidade ao golpe.>
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"Eles ofertavam cartas de crédito contemplado e mencionavam que entregariam essa carta em um prazo de 60 a 90 dias. E para isso, você teria que dar uma entrada, que girava em torno de R$ 5 mil a R$ 45 mil, com a promessa de entrega de cartas contempladas que variavam de R$ 35 mil a R$ 250 mil. Geralmente, era para compra de veículos, motocicletas", afirmou.>
O grupo alugava salas de alto padrão semanalmente. Douglas Vieira contou que isso era feito para que, quando o prazo para a entrega da carta acabava, os criminosos mudassem de sala. Desta forma, os clientes não os encontravam mais. Isso também era feito para fugir da ação da polícia.>
"Quando passava esse prazo de 30 a 60 dias, eles já não estavam mais nessa sala, porque eles iam alugando essas salas de forma semanal. Alugavam por uma semana uma sala de alto padrão, depois iam embora e assim sucessivamente, para fugir da ação da polícia, para quando o consumidor fosse cobrar, já não estavam mais lá. Era dessa forma que eles agiam", detalhou.>
O delegado ainda detalhou que as principais vítimas são trabalhadores de classes baixas e sem muita instrução, mas que, segundo ele, juntavam dinheiro de forma lícita. Os criminosos atuavam principalmente em Vitória e Vila Velha, mas as vítimas são de vários municípios da Grande Vitória. Douglas Vieira também disse que o grupo ficou no Espírito Santo de junho de 2020 até janeiro de 2021, quando fugiram de volta para Minas Gerais.>
Os cinco indiciados possuem passagens na polícia mineira por estelionato e furto. Eles são os líderes da organização e a polícia ainda investiga se outras pessoas que eram contratadas pela empresa sabiam do golpe e tinham envolvimento ou se apenas prestavam os serviços e também eram enganadas pelos criminosos.>
Além de anunciar o indiciamento dos cinco acusados, Douglas Vieira falou que o objetivo da Polícia Civil é alertar a população para que não caia neste tipo de golpe. O delegado citou pontos principais para que as pessoas se atentem quando forem adquirir uma carta de crédito contemplada.>
"Um dos motivos da nossa coletiva é também orientar a população. Primeiramente, desconfiem da venda de carta de crédito contemplada. Há uma alta chance de estar sendo vítima de um golpe. Outra coisa também que a gente aconselha é não acreditar na entrega posterior de crédito. Não acredite também na entrega posterior de bens, ou seja, dar uma entrada na carta de crédito e receber um carro, por exemplo", alertou.>
O delegado também explico que alguns dos criminosos já haviam trabalhado em empresas especializadas na venda de cartas de crédito e copiaram o modelo de contratos. A investigação da polícia, porém, identificou falhas que a população deve se atentar neste tipo de negócio.>
"E mais, tem que ter um cuidado quando vai adquirir uma carta de crédito contemplada. Essa cota geralmente tem um titular, há uma administradora, geralmente um grande banco, então a gente aconselha sempre as vítimas a verificarem isso. Nesse caso específico, alguns deles trabalharam em empresas de outros Estados de consórcio, trabalhavam de forma lícita, copiaram os modelos de contrato e passaram a adotar aqui para dar mais credibilidade à farsa. Porém, a gente encontrou várias falhas, como, cadê o titular da cota que está vendendo? De quem é a administradora? Por que não está no contrato? São essas dicas básicas", finalizou.>
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