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Criminoso matou catador na Serra por dívida de R$ 20

Criminoso matou catador na Serra por dívida de R$ 20

Segundo apuração policial, o acusado, que seria do baixo escalão do tráfico da região, viu no ato a chance de ganhar prestígio junto aos demais traficantes da localidade

Publicado em 1 de julho de 2021 às 18:09

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Matou catador de recicláveis por dívida de R$ 20
Antônio Vitor de Freitas Carvalho, de 22 anos, vulgo Chuck. (Divulgação | Polícia Civil)

Antônio Vitor de Freitas Carvalho, de 22 anos, vulgo Chuck, preso no dia 28 de maio, no bairro Cidade Continental, na Serra, pelo assassinato a tiros de um catador de material reciclável, cometeu o crime por uma dívida de duas pedras de crack, o que equivale a aproximadamente R$ 20. Ainda segundo investigação da Polícia Civil, o acusado seria do baixo escalão do tráfico da região e viu no ato a chance de ganhar prestígio junto aos demais traficantes da localidade.

A vítima, identificada como André Luiz de Melo Tomaz, de 31 anos, foi executada na madrugada do dia 27 de abril deste ano, por volta das 2h30, em frente à pracinha do bairro Cidade Continental. Durante as investigações, ficou claro que André não tinha envolvimento com o tráfico, sendo, no entanto, usuário de drogas. No dia do crime, ele retornava do trabalho no bairro Novo Horizonte em direção à casa dele, no bairro Loteamento de Lagoa de Carapebus, onde morava com a esposa e cinco filhos, um deles recém-nascido.

De acordo com o delegado à frente das investigações, Daniel Fortes, da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Serra, o catador era um homem trabalhador. "O dinheiro da venda dos reciclados era o que ele usava para sustentar a família dele. Inclusive essa parte é a que mais choca. Apesar de ter vício na droga, André sustentava a família. Ele estava passando pelo bairro Cidade Continental quando foi abordado por um traficante da área. Segundo uma testemunha, este traficante cobrou dele um valor pequeno de venda de droga e o liberou. Apesar disso, na hora que André sai, o traficante vai atrás dele e, com frieza, aponta a arma e efetua um disparo na cabeça. Quando ele cai, efetua mais dois disparos na região do tronco da vítima", relatou.

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Em interrogatório, o traficante realmente confirma que foi o autor da execução, mas não fala que foi em relação à dívida de drogas. Ele alega que matou porque a vítima estava revelando para traficantes do bairro Loteamento Lagoa de Carapebus o local da residência dele e que, por isso, estava sendo ameaçado. Mas a testemunha negou e apontou a dívida de aproximadamente R$ 20 como a causa real. A vida não vale mais nada

Daniel Fortes
Delegado de Polícia
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A PRISÃO

No dia 28 de maio, a prisão temporária de Antônio Vitor já havia sido decretada. "Então recebemos informações do local onde ele estava, que era em uma praça do bairro onde ocorreu o crime e fizemos a prisão dele, que não resistiu e foi levado à delegacia. Não encontramos droga nem nada com ele. Ele já teve passagens anteriores ainda na adolescência, também por tráfico", disse a autoridade policial.

As investigações apontam que o acusado agiu sozinho, ou seja, não houve ordens de terceiros para o homicídio. Com a prisão do réu, foram encerradas as investigações, já tendo sido oferecida denúncia pelo Ministério Público.

SOBRE O CRIME

O catador de materiais recicláveis foi assassinado com pelo menos três tiros na região da cabeça, no início da madrugada de 27 de abril, na Avenida Sibéria, em frente à praça de Cidade Continental. De acordo com informações do Boletim Unificado da Polícia Militar, houve acionamento pelo Ciodes para averiguação de um homicídio na região. Uma viatura da PM foi até o local e encontrou a vítima, já sem vida, caída no meio da rua. Próximo ao homem, estava o carrinho que ele utilizava para carregar os materiais catados.

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