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Publicado em 6 de julho de 2022 às 19:49
A Polícia Civil afirmou, nesta quarta-feira (6), que o ciclista Duramir Monteiro Silva, de 56 anos, foi dopado antes de ser morto pelo filho e pela nora em Cachoeiro de Itapemirim, na semana passada. Segundo a corporação, a dopagem foi confessada em novo depoimento prestado pela nora da vítima, Beatriz Gazone de Azevedo, de 20 anos – que também teria dito que elaborou um roteiro para o crime junto do companheiro, João Vitor Brito Silva.>
Em entrevista ao repórter Thomaz Albano, da TV Gazeta Sul, o delegado Felipe Vivas contou que, segundo a jovem, no dia 28 de junho, João Vitor e Duramir tiveram uma discussão, "porque ele (Duramir) queria que João fosse entregar queijos e frutas para um cliente, e ele não queria porque falou que estava muito frio".>
Depois, segundo o delegado, a vítima saiu de casa para fazer ciclismo. O casal, então, começou a conversar. O jovem queria que o pai desse a casa para que ele e a namorada morassem juntos e cuidassem do filho, e dizia que o pai não deveria morar ali. Momento em que Beatriz teria dito que "a gente pode dar um jeito nisso, tem gente que cobra 500 reais para fazer isso”.>
Ainda de acordo o delegado, conforme relatado em depoimento da nora da vítima, o filho de Duramir disse que não tinha coragem de fazer algo com o pai sóbrio, pois ele era muito forte. Em seguida, João teria chamado a namorada para pegar comida na casa da mãe dele, que fica ao lado, onde teriam pego duas facas emprestadas. >
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Ao voltarem para casa, o casal teria discutido sobre como dar fim à vida de Duramir. Segundo o delegado, Beatriz disse que tinha que dopá-lo com 20 comprimidos de dois analgésicos, misturando-os no suco e no macarrão que a vítima iria consumir. Em casa, o casal teria oferecido janta a Duramir, que aceitou. >
“Em seguida, o remédio começou a fazer efeito e ele estava prestes a desmaiar. Ele foi caindo perto dela e passou a mão nas costas dela. Nisso, ela já pega a faca e desfere a primeira facada na barriga dele. Na sequência, o filho pega a outra faca e começa a desferir golpes contra o pai”, explicou Vivas. >
Ainda de acordo com o delegado, um caderno com anotações foi apreendido durante as investigações. Nele estava escrito tudo o que o casal ia dizer em depoimento na delegacia. “Ela (Beatriz) assumiu que escreveu”, falou Felipe Vivas.>
Detalhes como a data e a hora são informados no caderno. “Terça-feira (28), João me buscou às 18h no trabalho, viemos direto pra casa, começamos a ajeitar a casa, tirar coisas velhas...", diz um trecho.>
Segundo o delegado, a conotação do crime era patrimonial, visto que o casal queria ficar com o carro e a casa de Duramir. “Como a polícia desconfiava”, destacou. Na residência também foram apreendidos R$ 20 mil reais.>
Além disso, Vivas informou que a fase inicial do inquérito não descarta que há outros envolvidos no auxílio para ocultação e destruição do cadáver. “Estamos apurando ainda”, pronunciou. No entanto, já está descartada a conotação sexual que, inicialmente, havia sido apresentada.>
De acordo com o delegado, com o intuito de formar um “lar perfeito”, a namorada de João falou para o companheiro que estava grávida. “Ele acreditava nisso, quando foi ouvido pela primeira vez, demonstrava muita preocupação com o filho. No entanto, essa menina acabou por afirmar que nunca esteve grávida”, contou Vivas.>
Para o delegado, o que deixa a situação mais espantosa é que até roupa e enxoval para o bebê o casal estava fazendo. “Talvez no poder de convencimento dela”, disse Vivas. >
Felipe Vivas
DelegadoO delegado comunicou, ainda, que os restos mortais de Duramir estão no Laboratório de Antropologia do Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, e não há previsão de liberação. Segundo apuração do repórter Thomaz Albano, da TV Gazeta Sul, familiares e amigos aguardam para fazer o velório.>
Na tarde desta quarta-feira (6), a Polícia Civil encontrou uma arma do terraço da casa da mãe de João Vitor. Segundo o delegado Felipe Vivas, Beatriz havia contado que João Vitor tinha uma arma. “Procuramos ontem na casa do pai, mas não encontramos”, disse.>
Segundo Vivas, a mãe do jovem não tinha conhecimento da arma. Além disso, o objeto não tem relação com o crime praticado contra Duramir. “Ele (João) comprou depois do crime, com o dinheiro do pai. A arma custou R$ 2.400,00, como a menina disse”, completou.>
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